Ativistas protestaram durante feira internacional de madeira
Ação do Greenpeace na entrada da feira internacional de madeira na Europa (© Greenpeace)
Na manhã de hoje, ativistas do Greenpeace abriram uma faixa na
entrada da maior feira internacional de madeira da Europa, que ocorre em
Nantes, na França. O banner dizia: “Madeira ilegal: entrada principal
aqui”.
A ação, que tem como objetivo denunciar o problema da madeira ilegal
na Amazônia brasileira, foi a segunda desse tipo na França. No dia 22 de maio, ativistas embargaram simbolicamente um carregamento de madeira brasileira no porto de La Rochelle.
A Europa é um mercado chave para a exportação de madeira tropical da
Amazônia brasileira: um terço de toda a madeira exportada da região vai
para países da União Europeia. A França, por sua vez, é o maior
importador europeu de madeira da Amazônia brasileira e o maior
importador de ipê.
“O Greenpeace está denunciando a hipocrisia dos importadores de
madeira que estão participando dessa feira”, disse Jérôme Frignet, da
Campanha de Florestas do Greenpeace França. “Apesar do regulamento
europeu sobre madeira que entrou em vigor em março do ano passado, a
França continua sendo parte do problema da madeira ilegal”.
Por ser um grande comprador, a União Europeia editou, em março de
2013, um regulamento de combate à importação de madeira ilegal. De
acordo com ele, as importadoras são responsáveis por avaliarem seus
fornecedores e tomarem as ações necessárias para prevenir que a madeira
ilegal e seus produtos entrem em sua cadeia de suprimentos. Este
regulamento, porém, deve ser implementado por cada país individualmente,
criando estruturas legais e administrativas para fazer valer as
regulações e, quando necessário, impondo sanções à empresas que as
desrespeitem.
Quando importam de países ou regiões de grande risco, como é o caso
da Amazônia brasileira – e principalmente do estado do Pará, onde,
segundo dados do Imazon, entre agosto de 2011 e julho de 2012, 78% das
áreas com atividades madeireiras no Pará não tinham autorização de
exploração – espera-se que os importadores tomem um cuidado ainda maior
para evitar a compra de madeira ilegal.
Porém, as recentes investigações do Greenpeace descobriram que
importadoras europeias comercializaram com empresas que recebem madeira
"lavada" com documentos oficiais como o GF3 (Guia Florestal para
Transporte de Produtos Florestais Diversos), um documento oficial do
estado do Pará utilizado para comprovar a origem da madeira. Como forma
de protesto, os ativistas franceses também distribuíram cópias
simbólicas do GF3 para os participantes da feira.
O Greenpeace pediu ao governo francês para colocar em prática o
Regulamento de Madeira da União Europeia, fazendo-se cumprir os meios de
controle e o sistema de sanções. “Diante da situação atual, em que o
setor está totalmente fora de controle e que papéis oficiais não
garantem a legalidade dessa madeira, os países importadores, como parte
do problema, precisam ter mecanismos eficazes e seguros pra garantir a
origem dos produtos que compram”, disse Marina Lacôrte, da Campanha da
Amazônia do Greenpeace.
No comments:
Post a Comment
Note: Only a member of this blog may post a comment.