Encontro de representantes da União Europeia é oportunidade para governos retomarem o controle do futuro energético europeu
Numa ousada ação durante encontro dos líderes da União Europeia (UE),
realizado hoje em Bruxelas, na Bélgica, ativistas culparam as maiores
empresas europeias de energia a manterem o bloco dependente de
importações. O rascunho do plano de segurança energética apresentado
pela UE favorece essas empresas ao prolongarem o uso de fontes de
energia caras, poluentes e não confiáveis vindo de fornecedores como a
Rússia.
Ativistas estendem banner em prédio próximo à conferência da União Europeia na Bélgica. (© Eric De Mildt / Greenpeace)
Com forte esquema de segurança na sede da UE, 35 ativistas de seis
países escalaram um prédio, um guindaste e uma passarela em volta do
local onde os líderes do bloco econômico mais rico do mundo discutiam o
futuro de sua energia. Três grandes banners mostrando um carro da UE –
patrocinado pelas empresas de petróleo – caindo de um penhasco foram
estendidos para pressionar os participantes que iam chegando. Os
ativistas tentam agora entregar uma carta aos líderes da UE pedindo a
independência energética da Europa de fontes poluentes e perigosas.
“A Europa ruma ao desastre, e os políticos estão só olhando. Grandes
empresas de energia, com claro interesse em manter a Europa sob
influência do óleo, gás e carvão, são as reais tomadoras de decisão”,
defende Frederic Thoma, coordenador da campanha de Energias Renováveis
do
Greenpeace. Para ele, o bloco europeu é capaz de se sustentar com
fontes de energia limpa, garantindo reais benefícios às pessoas, ao
ambiente e à economia.
Representantes da UE observam banner estendido por ativistas do
Greenpeace em Bruxelas, na Bélgica. (© Eric De Mildt / Greenpeace)
Essas influentes empresas, como Shell, BDF,
E-on e RWE, mantêm pesados investimentos em combustíveis fósseis, por
isso forçam o fornecimento para o bloco europeu, podando o
desenvolvimento de um sistema de energia limpa, auto-suficiente e
eficiente – o que representa uma ameaça para o monopólio do mercado
energético em detrimento de maiores benefícios ambientais e econômicos.
Insegurança energética
A União Europeia importa mais da metade de seu óleo, gás e carvão,
sendo um terço disso proveniente da Rússia, que desligou recentemente
dutos de transporte que chegavam à Europa através da Ucrânia.
Um novo relatório do Greenpeace mostra que as metas para renováveis e
eficiência energética que garantiriam a independência da Europa de
importação de energia e combateriam as mudanças climáticas serão
minguadas. A Comissão Europeia propôs uma redução das metas de emissão
de carbono, de 55% em 2005 para 40%, e de investimento em energia
renovável, que foi para 27% frente a 45% proposto em 2005. O documento pode ser lido aqui, em inglês.
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