A Copa do Mundo no Brasil começou com a repressão de uma manifestação
pacífica na Zona Leste de São Paulo com o uso desproporcional de força
pela Polícia Militar de São Paulo. Diversos manifestantes e jornalistas,
incluindo uma repórter da CNN, ficaram feridos e pessoas foram detidas.
O Brasil nem entrou em campo contra a Croácia e o brasileiro que vai a
rua reivindicar direitos de forma pacífica já ganhou bala de borracha,
bomba de gás lacrimogêneo, tapa na orelha e demissões massivas de
grevistas. Ao que tudo indica, esta não será a Copa das Copas, e sim a
Copa das Tropas.
Manifestantes foram dispersados antes mesmo do início do ato marcado
para ocorrer no metrô Carrão, em São Paulo. Na sequência, a mesma força
policial encurralou manifestantes e trabalhadores dentro do Sindicato
dos Metroviários, perto dali, no Tatuapé. A polícia lançou bombas de
efeito moral no interior do prédio. Segundo os socorristas do GAPP
(Grupo de Apoio a Protestos Populares), vinte e oito pessoas foram
atendidas com ferimentos causados em decorrência do confronto, incluindo
três socorristas.
No Rio de Janeiro, manifestantes foram fortemente reprimidos na
região central da cidade. Metroviários e professores que entraram em
greve nos últimos dias, além de serem reprimidos fisicamente pela
polícia, foram também demitidos por decisão judicial.
Desde junho de 2013, e principalmente desde o início deste ano, temos
vivenciado um recrudescimento da violência estatal contra as
manifestações – sejam elas feitas por trabalhadores, estudantes ou
indivíduos que decidiram exercer seu direito constitucional de livre
expressão.
É inaceitável que o Estado continue usando seu aparato repressivo e
meios judiciais para silenciar as vozes dissonantes. É lamentável que o
governo insista em fechar os olhos e não estabeleça um canal de diálogo
efetivo com os manifestantes que estão nas ruas buscando construir uma
sociedade mais justa e democrática.
O Greenpeace repudia toda e qualquer forma de violência e repressão
contra manifestantes. O direito de se manifestar é garantido pela
Constituição, e o medo da truculência estatal não pode ser o motivo pelo
qual brasileiras e brasileiros deixam de ocupar as ruas para demandar
direitos básicos que lhes vem sendo negados: direito a transporte,
moradia, educação, saúde, saneamento e um meio ambiente cuidado e
equilibrado.
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