Países apoiam energias renováveis em reuniões do clima da ONU. No
entanto, planos ambiciosos para combater mudanças climáticas ainda
precisam ser detalhados.
Ativistas protestam em Bonn e pedem comprometimento de ministros de Meio
Ambiente com energias renováveis e redução de gases do efeito estufa
(©Bern Arnold/Greenpeace)
Durante duas semanas de reuniões sobre mudanças climáticas, mais de
60 países apoiaram a necessidade de diminuir o uso de combustíveis
fósseis – como carvão, óleo e gás – que agravam as mudanças climáticas e
falaram sobre a importância de ter matrizes 100% renováveis até 2050.
Apoiar a transformação e a limpeza das matrizes energéticas é o
primeiro sinal de que os governos, finalmente, estão preparados para
agir diante das evidências científicas apresentadas pelo IPCC (Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) em abril, que apontam
para o aquecimento do planeta e para eventos climáticos extremos cada
vez mais frequentes.
“É um grande avanço que quase um terço dos governos do mundo
reconhece que temos que deixar os combustíveis fósseis de lado e
investir em energias limpas”, afirmou Martin Kaiser, coordenador do time
internacional de política para o clima do Greenpeace.
Com as reuniões e negociações do SBI (Órgão Subsidiário das Nações
Unidas) chegando ao fim, o que se espera agora dos negociadores é que
eles ajam em nível nacional, resolvendo os detalhes necessários para que
um novo acordo climático internacional seja possível na COP
(Conferência do Clima da ONU) em dezembro, em Lima, no Peru.
Apesar do crescente entusiasmo internacional por energia renovável e
do anúncio dos Estados Unidos de que a queima de carvão e as
consequentes emissões de gases do efeito estufa serão diminuídas, as
conversas em Bonn se encerraram sem que fosse elaborado um plano
detalhado para o futuro. No caso da China, por exemplo, espera-se que em
breve o país endureça suas restrições para o uso de carvão.
Cabe agora aos chefes de Estado que foram convidados pelo
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para a Cúpula do Clima que
acontecerá em setembro, em Nova Iorque, entregar medidas concretas
contra os combustíveis fósseis. Em Nova Iorque, os chefes de Estado
terão que se comprometer com o objetivo de investir em energias
renováveis e sinalizar como irão agir.
Também é importante que os grandes poluidores do mundo – entre eles
Estados Unidos, China, Índia e Brasil – já estejam pensando nas metas
para diminuir as emissões de gases do efeito estufa que terão que
entregar em março de 2015.
“Chegou a hora de acabar com os subsídios para as empresas de carvão,
petróleo e gás, e de começar a investir em renováveis, opção que trará
novos empregos e um futuro sustentável”, concluiu Kaiser.
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