Na terra do "pré-Sol", ativistas testam o trailler solar em Olinda (PE).
O Nordeste está ensinando ao Brasil que é possível crescer com
sustentabilidade. (©Greenpeace/Rodrigo Paiva)
Organizado pelo governo estadual, o leilão atraiu no total 34 empreendimentos com 1040 MW de capacidade instalada. A fonte solar havia sido inclusa nos dois últimos leilões federais de energia, mas nenhum megawatt foi contratado uma vez que ela competia com as eólicas, tecnologia já consolidada e, portanto, mais barata.
“Trata-se de uma importante iniciativa que deve ser elogiada. Ao contrário dos leilões federais, desta vez a energia solar foi oferecida como uma fonte exclusiva, tornando a competição mais justa”, disse Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
“O segundo ponto corrigido neste leilão é que o preço-teto foi estabelecido em R$250, quase o dobro do que foi proposto no último leilão federal, garantindo a viabilidade de projetos de energia solar”, continuou Baitelo.
A iniciativa deste leilão faz parte do programa Pernambuco Sustentável, criado pelo governo estadual e apresentado durante a Conferência Rio+20, que pretende promover o desenvolvimento do mercado e da indústria de energia solar. São previstos leilões estaduais por pelo menos três anos consecutivos para contratação de energia solar produzida em Pernambuco.
O programa ainda prevê a concessão de um incentivo na forma de desconto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e de Serviços), a ser pago pelas empresas pernambucanas que adquirirem esta energia. Desta forma, o programa promove uma disputa justa entre empreendimentos de fonte solar e, ao mesmo tempo, a redução do preço final da energia.
Segundo Baitelo, “trata-se de uma decisão acertada de fomentar a energia solar com os mecanismos corretos. O resultado de 122 MW pode parecer pequeno em comparação ao que contrataram eólica ou biomassa recentemente, mas é fundamental para impulsionar a indústria fotovoltaica não apenas em Pernambuco, mas no país.” Se este número se repetir anualmente será possível atrair indústrias ao Brasil e reduzir o preço dos equipamentos, o que beneficiará inclusive a microgeração residencial de energia solar.
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