Ativistas empilham carvão diante de Ministério de Minas e Energia em
protesto contra o retorno dessa fonte poluente no leilão de agosto
(©Cristiano Costa/Greenpeace)
Organizado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o leilão também ofereceu novos empreendimentos de energia para as fontes solar e termelétricas a carvão ou a gás natural. “A energia eólica se mostra cada vez mais consolidada no país. Felizmente, ela está tão forte e competitiva que conseguiu afastar qualquer contratação de carvão e representa 66% do que foi vendido no leilão”, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
A decisão do governo de incluir o carvão na competição é equivocada, trata-se de uma fonte suja e da qual o Brasil não depende uma vez que ainda possui um potencial renovável imenso inexplorado. Há quatro anos sem ofertar termelétricas à carvão, este combustível voltou no leilão de energia realizado em agosto de 2013, no qual 41% da energia ofertada era proveniente desta fonte.
Na época, o Greenpeace foi até o Ministério de Minas e Energia com ativistas vestidos de mineiros e despejou uma tonelada de briquete de carvão para que o recado de que o Brasil não precisa desta fonte ficasse claro. Felizmente, tanto em agosto quanto hoje, nenhum comprador manifestou interesse nas térmicas a carvão. Trata-se de um retrocesso histórico uma vez que de todos os combustíveis fósseis, o carvão é o que mais emite gases do efeito estufa.
Ainda, neste leilão, os empreendimentos a carvão foram oferecidos exatamente na mesma proporção em que os de energia solar fotovoltaica. “É inaceitável que o Brasil, um país que pode ter a participação do carvão e de outros combustíveis fósseis praticamente zerada até 2050, continuar dando a mesma importância ou privilegiando fontes sujas de energia”, disse Baitelo.
Segundo o relatório [R]evolução Energética, o Brasil pode ter, em 2050, 93,6% de sua matriz elétrica brasileira baseada apenas em energias renováveis, mas para isso precisamos que o governo incentive essas fontes e crie condições favoráveis para que se desenvolvam.
“Precisamos de leilões exclusivos para a fonte solar, assim como foi feito com a energia eólica. O resultado do leilão comprova que este investimento e atitude funcionam, basta ver que em 2009 a eólica ainda era muito incipiente e que, hoje, podemos afirmar que é uma fonte madura e consolidada que tem tido bons resultados nos leilões. Apenas em 2013 contratamos 3800 MW de eólica, um marco histórico”, concluiu Baitelo.
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