Parede de gelo exposta na av. Paulista, em São Paulo, alerta para os perigos do derretimento do Ártico
Paredão de gelo de 4x2 metros montado na av. Paulista, em São Paulo,
alerta para o iminente derretimento do Ártico. (©Otávio
Almeida/Greenpeace)
Em plena Avenida Paulista com a Alameda Rio Claro uma instalação de
gelo de dois metros de altura por três de comprimento traz ao público
uma experiência visual de derretimento de gelo, fazendo referência à
região ártica. Dentro do enorme bloco de gelo, uma alegoria de um urso
polar reproduz de forma plástica um alerta: o derretimento do Ártico já é
uma realidade e a exploração de petróleo na região poderá agravar ainda
mais o que já não vai nada bem. A mensagem “Não deixe o seu futuro
derreter”, aplicada na estrutura, busca personificar nos cidadãos os
impactos da destruição do Ártico, uma vez que seus efeitos serão
globais.
A expansão de grandes empresas petrolíferas na região é cada dia mais
evidente e os riscos de exploração econômica no frágil ecossistema do
Ártico já demostram seus primeiros efeitos: cientistas alertam que o
gelo do Polo Norte nunca esteve tão escasso. “As pessoas não percebem
que a extinção do Ártico significa a perda de mais um ecossistema na
terra. Vidas animais e humanas serão diretamente prejudicadas pela ação
irresponsável do homem em busca do lucro”, afirma Fabiana Alves, da
campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
No dia 19 de setembro um grupo de 28 ativistas do Greenpeace e dois
jornalistas foram presos na Rússia, suspeitos de vandalismo e pirataria.
A acusação veio depois de um protesto pacífico contra a exploração de
petróleo no Ártico em uma plataforma da Gazprom. Entre eles estava a
bióloga brasileira Ana Paula Maciel. Hoje, o parlamento russo votou pela
anistia dos 30, colocando um fim no processo de investigação e na
acusação de vandalismo. Os ativistas poderão voltar para seus países de
origem assim que um visto for concedido a eles.
No Brasil e por todo o mundo, milhares de pessoas se manifestarem em
apoio aos ativistas. Após 60 dias, a justiça russa concedeu o direito de
resposta ao processo em liberdade, sob fiança. Para além da retirada
das acusações e direito ao protesto pacífico, o Greenpeace pede proteção
ao Ártico, defendendo a criação de um santuário que transforme toda a
região em áreas unicamente destinadas à pesquisa e preservação. Dessa
forma, ficaria garantida a manutenção desse sistema frágil e único,
valorizando não só fauna e flora, mas também a existência de povos
locais e de seus costumes.
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