Lambe-lambes espalhados por quatro cidades marcam 25 anos do assassinato de Chico Mendes. (©Greenpeace/Brunno Marchetti)
Desde a madrugada deste sábado (21), os moradores de São Paulo, Belo
Horizonte, Manaus e Campos do Jordão estão se deparando com lambe-lambes
com o rosto do líder seringueiro Chico Mendes, espalhado por diversas
regiões. Nos cartazes, a mensagem “Sempre presente” busca aguçar a
curiosidade dos motoristas e pedestres sobre a vida e história deste
personagem brasileiro.
“Chico foi morto com um tiro no peito, em uma emboscada, lá em 1988. O
assassinato teve repercussão enorme à época, do tamanho do legado que
ele nos deixou, porque havia mobilização e a opinião pública entendeu a
importância da luta encampada por ele e seus companheiros. Hoje,
passados tantos anos, a Amazônia continua sofrendo atentados no campo
político e toda sorte de violência com o avanço das fronteiras, mas a
execução de gente que adotou a mesma luta como Dorothy Stang, Zé Maria,
Dezinho e tantos outros já não causa a mesma comoção. Temos que resgatar
a história e a memória dessa gente”, defende Danicley de Aguiar,
coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil.Vários pontos emblemáticos e de alta rotatividade em São Paulo como a Avenida Paulista, Teatro Municipal, Ponte Estaiada, Praça da Sé, Pátio do Colégio, cercanias de estações de metrô e centro velho, por exemplo, estampam agora a homenagem a Chico Mendes.
“A mensagem remete a uma tradição dos movimentos sociais no Brasil e na América Latina, a de relembrar seus mártires, sem permitir que suas lutas e legados caiam na vala comum do esquecimento. Chamando nome a nome, durante as mais importantes reuniões, é que os líderes atuais resgatam a história dos que se foram”, explica Danicley.
Além da mensagem e do rosto de Chico, os cartazes possuem ainda um código QR que pode ser reconhecido por câmeras de celular e conduz o internauta para uma página do Greenpeace com conteúdo específico sobre a vida e legado de Francisco Alves Mendes Filho. São entrevistas, vídeos e textos que relacionam a construção da Aliança dos povos da Floresta com a questão indígena atual, lembram a violência que persiste no campo, os embates pacíficos contra a derrubada da floresta e o avanço da agropecuária sobre territórios tradicionais de comunidades nativas.
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