Na madrugada desta segunda-feira, 29 ativistas dividos em três grupos
alcançaram os muros de dois reatores da Usina Nuclear de Tricastin, uma
das mais antigas da França. Vestidos de vermelho, os ativistas
estenderam um banner e projetaram duas grandes mensagens de protesto
contra o presidente francês François Hollande, que prometeu em campanha
eleitoral a redução de nucleares em despeito ao incentivo às fontes
renováveis.
O objetivo da ação foi denunciar o perigo que a Usina de Tricastin –
classificada pelo Greenpeace como uma das cinco usinas com mais risco de
acidentes da França – representa ao complexo químico e industrial que
fica num raio de 10km, sem contar a população que será afetada. Segundo o
Greenpeace França, há pelo menos vinte fissuras no tanque do reator nº
1. A usina, inclusive, já ultrapassou sua vida útil, inicialmente
estimada em 30 anos.
Outro ponto importante que vale destacar é que a central de Tricastin
foi criada para alimentar a usina vizinha George Besse I, de
enriquecimento de urânio. Essa usina foi fechada em maio de 2012, e em
abril de 2013 sua substituta, George Besse II, foi criada. Entretanto a
sucessora consome 50 vezes menos eletricidade, ou seja, ao saber que a
usina George Besse II não necessita mais da energia gerada pelos quatro
reatores de Tricastin, o fechamento desta se torna apenas uma questão de
bom senso.
Os ativistas projetaram duas mensagens nos muros da usina junto de um
grande banner, que diziam: “Tricastin – Acidente Nuclear” e “François
Hollande, presidente da catástrofe?”. Segundo o presidente francês, é
prioridade de seu governo reduzir de 75% para 50% a participação de
energia nuclear na composição da matriz energética francesa. Para honrar
sua promessa, Hollande teria que fechar pelo menos dez reatores até
2017 e vinte até 2020, sendo que Tricastin seria uma delas.
“Com essa ação, o Greenpeace está pedindo ao presidente François
Hollande para fechar a Usina de Tricastin, que está entre as cinco mais
perigosas da França”, disse Yannick Rousselet do Greenpeace França. E
ele completa: “se nós conseguimos tocar fisicamente os reatores,
qualquer outro também consegue. Pessoas com más intenções poderiam gerar
uma ameaça à segurança do reator.”
Todos os 29 ativistas foram presos pela polícia francesa, e seguem retidos.
No comments:
Post a Comment
Note: Only a member of this blog may post a comment.