O Golfo da Tailândia foi atingido por um vazamento de 50 mil litros
de petróleo na semana passada. A empresa estatal tailandesa PTT Public é
a responsável pelo acidente que afetou a principal região de pesca e
turismo do país. Apesar das operações para limpeza da área já terem
começado, ainda há muito a ser feito, uma vez que a empresa petrolífera
não possui sequer um plano para lidar com eventos como este.
O acidente aconteceu na sexta-feira, 27 de julho, quando o petróleo
era transferido de um navio-tanque para o oleoduto de uma das refinarias
da PTT. Em 30 anos, as águas tailandesas sofreram mais de 200
derramamentos de petróleo, sem contar que a PTT já teve uma de suas
subsidiárias envolvidas em um dos maiores acidentes da história da
Austrália, em 2009.
A dependência mundial de óleo para gerar energia obriga empresas e
governos a procurarem mais fontes não convencionais de petróleo, em
locais distantes e que exigem tecnologias cada vez mais avançadas. Essa
combinação explica porque temos visto tantos acidentes, como o do Golfo
do México, em 2010, e o que envolveu a Chevron no Campo do Frade, no
Brasil, em 2012. Se queremos evitar vazamentos e ainda diminuir as
emissões de gases efeito estufa, precisamos investir em fontes limpas e
renováveis de energia.
Os planos de exploração no Ártico liderados pela gigante
anglo-holandesa Shell e o próximo leilão do pré-sal marcado para outubro
no Brasil servem como alertas de que mais acidentes ainda vão acontecer
se continuarmos inertes. É o momento de o mundo investir na revolução
energética ao invés de insistir em práticas ultrapassadas e sujas que
prejudicam o meio ambiente.*Fabiana Alves é da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil
No comments:
Post a Comment
Note: Only a member of this blog may post a comment.