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Área
de cultivo de soja no Condomínio Estrondo, no oeste da Bahia. Empresas
globais continuam comprando grãos ligados ao desmatamento do Cerrado.
Isso precisa parar! © Victor Moriyama / Greenpeace
Há quase 10 anos, algumas das maiores companhias alimentícias do mundo, como Unilever, Nestlé e Mondelez, prometeram, até 2020, parar de produzir e comercializar produtos ligados ao desmatamento. Entretanto, nem sequer deram sinais de chegarem perto disso. Elas continuam comprando matérias-primas como soja e gado ligadas à destruição de nossas florestas, savanas e outros ambientes naturais.
O Greenpeace Internacional lança um relatório hoje que mostra que ao menos 50 milhões de hectares de floresta — o equivalente a uma área quase do tamanho de Minas Gerais — terão sido destruídos no mundo para a produção de commodities como soja e gado entre 2010 e 2020, período no qual empresas se comprometeram a acabar com o desmatamento em suas cadeias produtivas. Commodities são matérias-primas produzidas em grandes quantidades que possuem baixo nível de industrialização, sendo comercializadas em grandes volumes globalmente.
Por causa da ganância dessas grandes corporações, o Cerrado, a caixa d’água do Brasil, e a Amazônia estão sendo devorados em velocidade alarmante. Esse rastro de destruição é provocado pela produção de soja, algodão, milho e outros produtos que serão exportados — muitos deles usados para ração animal mundo afora –, acabando com a nossa rica biodiversidade e ameaçando as comunidades tradicionais que vivem nessas regiões.
Os dados são estarrecedores: desde 2010, a produção e o consumo de commodities agrícolas ligadas ao desmatamento, como gado, soja, óleo de palma, borracha e cacau, vem aumentando vertiginosamente. Oitenta por cento do desmatamento global é resultado direto da produção agrícola. No Brasil, entre 2010 e 2017, as fazendas de soja e gado eliminaram quase cinco milhões de hectares do Cerrado.
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Empresas: mudem ou desapareçam
No início de 2019, o Greenpeace escreveu para mais de 50 empresas pedindo que apresentassem seu progresso para acabar com o desmatamento, divulgando seus fornecedores de commodities. Das poucas que disponibilizaram a informação, todas recebiam matéria-prima de Bunge e Cargill, entre outras comercializadoras de grãos que, embora façam parte da moratória da soja na Amazônia, ainda resistem em zerar a compra de grãos relacionada à conversão de vegetação nativa no Cerrado, a savana mais rica em biodiversidade do mundo.
“Essas dezenas de empresas estão roubando nosso futuro ao contribuir decisivamente para um colapso climático e ecológico. Elas desperdiçaram uma década sem ações firmes para honrar a promessa que muitas delas fizeram de tirar o desmatamento de suas cadeias de produção em 2009. Deveriam estar completamente dedicadas em resolver a crise, mas, em vez disso, estão tentando ganhar ainda mais tempo”, afirma Rômulo Batista, da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil. “Assim, aumentam ainda mais a demanda por produtos que impulsionam a destruição de florestas e outros ecossistemas. As empresas precisam mudar. Senão, vão desaparecer”.
Estamos cansados de promessas não cumpridas, que estão levando nosso planeta a uma catástrofe climática e ecológica como nunca antes vimos. Cerca de um milhão de espécies no mundo correm risco de extinção. Sabemos que é possível produzir alimentos sem destruir o meio ambiente e ameaçar as pessoas. Por isso, exigimos que as empresas façam sua parte para que o desmatamento no Cerrado, na Amazônia e em outros ambientes naturais do nosso país pare já!
As empresas precisam segurar a linha do desmatamento, antes que ela passe por cima de tudo o que temos de mais precioso. Ajude a pressioná-las para que:
- parem de lucrar com a destruição ambiental imediatamente e se comprometam a proteger o Cerrado, a Amazônia e outros ambientes naturais;
- coloquem em prática o compromisso firmado há anos de não comprarem soja, gado e outras matérias-primas oriundas do desmatamento.
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#SegureALinha #DesmatamentoZero #SemFlorestaSemVida
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