A Cargill é citada no relatório do Greenpeace. Uma das maiores comercializadoras de grãos do mundo, com sede nos Estados Unidos, a empresa publicou ontem seu “Plano de Ação de Soja da América do Sul”. Entretanto, o documento não apresenta propostas concretas para garantir que a soja comprada não esteja ligada à destruição do Cerrado e outros ambientes naturais.
“Anos atrás, a Cargill se comprometeu a parar o desmatamento ligado à soja e outras commodities até 2020. Com apenas 200 dias para o prazo se esgotar, a empresa anunciou ao mundo que não cumprirá seu objetivo. Ao invés de se esforçar para corrigir esse erro, a Cargill publicou um “plano de ação” onde não constam nem ações nem nada parecido com um plano. Seria risível, se a situação não fosse tão grave”, diz Rômulo Batista, da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil.
“Em 2006, a Cargill ajudou a instituir a Moratória da Soja para proteger a Amazônia. A empresa poderia ter mostrado a mesma visão e liderança em outras regiões. Em vez disso, a Cargill continuou a negociar com fazendeiros de soja que estão dizimando o Cerrado, que é a savana mais biodiversa do mundo, e o Chaco, a segunda maior floresta da América do Sul. Agora a Cargill tem uma escolha difícil: mudar sua forma de operar para evitar a emergência climática e da vida selvagem ou começar a desacelerar”, afirma Rômulo.
O relatório do Greenpeace mostra que ao menos 50 milhões de hectares de floresta — o equivalente a uma área quase do tamanho de Minas Gerais — terão sido destruídos no mundo para a produção de commodities como soja e gado entre 2010 e 2020, período no qual empresas se comprometeram a acabar com o desmatamento em suas cadeias produtivas.
“Estamos no meio de uma emergência climática e da vida selvagem, e a soja é a segunda maior causa de desmatamento no mundo. Com 90% da soja usada para ração animal, as empresas precisam começar a substituir a carne e o leite de seus produtos por alimentos vegetais saudáveis e acessíveis”, diz Rômulo.
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