Mais de 350 mil pessoas já se posicionaram em defesa da Amazônia. O
recuo do governo mostra que a mobilização da sociedade está funcionando.
Vamos continuar pressionando para que o governo Temer cumpra o seu
dever proteger a floresta
Após intensa mobilização da sociedade contra a decisão do
governo de extinguir, por decreto, a Reserva Nacional do Cobre e
Associados (Renca), localizada entre o Pará e Amapá, o Ministério de
Minas e Energia determinou na quinta-feira (31/08) a suspensão dos efeitos do decreto presidencial que visa liberar a exploração mineral na região.
A Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca) é uma
área rica em ouro e outros minérios de 4,7 milhões de hectares na divisa
do Amapá com o Pará. Sete unidades de conservação e duas terras
indígenas estão sobrepostas à Renca e podem ser seriamente afetadas pela
exploração mineral na região.
Além do anúncio da extinção da Renca, o governo também apresentou medidas para enfraquecer outras áreas de proteção ambiental da Amazônia, legalizar e beneficiar a grilagem, flexibilizar o licenciamento ambiental, impedir novas demarcações de Terras Indígenas, promover o uso e registro de mais agrotóxicos e acabar com a rotulagem de alimentos transgênicos. Vale lembrar que diversas dessas medidas abrem caminho para a especulação fundiária da floresta e a venda de terra para estrangeiros.
“Não é apenas uma Medida Provisória ou um decreto. É um pacote completo de maldades”, disse Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil. “Um ataque orquestrado entre governo e Congresso, que usa nossas riquezas naturais como moeda barata de troca. Precisamos resistir a isto tudo e nos unir para salvar a floresta”
A fim de garantir a proteção da Amazônia e de seus povos, o governo precisa assegurar a gestão integrada e participativa das áreas protegidas existentes na região da Renca, de forma a conservar a rica biodiversidade e valorizar a sociodiversidade representada pelos povos indígenas, ribeirinhos, extrativistas e quilombolas que ali habitam. Para isso, é fundamental o respeito ao direito à consulta livre, prévia e informada dos povos afetados, conforme previsto em tratados internacionais, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.
Para isso, é preciso consolidar o mosaico das áreas protegidas da Amazônia Oriental, através da criação de Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral nas terras públicas ainda não destinadas que se localizam dentro da área da Renca. Além da consolidação do mosaico, é fundamental que o governo implemente os instrumentos de gestão das UCs ali presentes, como a definição das zonas de amortecimento das UCs e dos corredores ecológicos, através de estudos técnicos.
“Já passou da hora do Estado brasileiro rever sua relação
com a Amazônia e parar de enxergá-la apenas como uma província mineral e
energética, ou a grande fazenda do mundo, que leva em conta apenas a
variável econômica em uma equação simplista e predatória. Chegou a hora
de fazermos o governo repensar o papel da Amazônia no desenvolvimento do
país”, afirma Tica Minami, coordenadora da campanha da Amazônia do
Greenpeace.
Mais de 350 mil pessoas já se posicionaram em defesa da Amazônia. O
recuo do governo mostra que a mobilização da sociedade está funcionando.
Vamos continuar pressionando o governo Temer para que cumpra o seu
dever de promover a conservação da Amazônia:-
Consolidando o mosaico de áreas protegidas na região da Renca, com a criação de uma UCs de proteção integral nas áreas públicas não destinadas na região da Renca;
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Respeitando o direito à consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas afetados;
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Garantindo a fiscalização da mineração e proteção das Unidades de Conservação e das Terras Indígenas já existentes na área da Renca;
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Impedindo o desmonte do Licenciamento Ambiental, que poderá permitir outras tragédias como a de Mariana;
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Mantendo a proteção da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará;
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Barrando que mais agrotóxico venha para o prato dos brasileiros;
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Barrando a escalada da grilagem e do desmatamento na Amazônia;
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Reconhecendo e demarcando as terras indígenas e territórios quilombolas.
#TodosPelaAmazonia #Resista
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