Proteção da região, entretanto, depende da criação do mosaico de áreas
protegidas e do combate às atividades ilegais de mineração já presentes
na Renca
Garimpo ilegal na Renca
Após inúmeras manifestações de artistas, organizações
ambientalistas, lideranças indígenas e da população em geral, o
presidente Michel Temer deve revogar o decreto que extinguia a Reserva
Nacional de Cobre e Associados (Renca). As autorizações para explorar a
área de 4,7 milhões de hectares entre o Pará e o Amapá estavam suspensas
desde o fim de agosto por determinação do Ministério das Minas e
Energia (MME), mas o decreto continua valendo.
“Se efetivado, o cancelamento do decreto
demonstra que, por pior que seja, não há governante absolutamente imune
à pressão pública. É uma vitória da sociedade sobre aqueles que querem
destruir e vender nossa floresta”, avalia Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil. “Porém,
a Renca é apenas uma batalha. A guerra contra a Amazônia e suas
populações, promovida por Temer e a bancada ruralista, continua. É hora
de nos unir ainda mais, e dizer basta às negociatas deste governo na
área ambiental”, complementa.
Segundo Marcio, para proteger a região da Renca de forma efetiva é
preciso consolidar o mosaico das áreas protegidas da Amazônia Oriental,
através da criação de Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral
nas terras públicas ainda não destinadas que se localizam dentro da
Renca. Hoje, nove áreas protegidas estão sobrepostas à Renca - sete
unidades de conservação e duas terras indígenas -, mas há ainda terras
públicas sem destinação, cobertas quase que inteiramente por floresta -
são terras públicas sem destinação.“Além da consolidação do mosaico, é fundamental que o governo intensifique o monitoramento e o combate às atividades clandestinas na região”, afirma. Na semana passada, o Greenpeace denunciou aos órgãos públicos competentes a presença de 14 garimpos e oito pistas de pouso ilegais - todos dentro da Floresta Estadual do Paru, uma UC no município de Almeirim, no Pará - local cujo plano de manejo não permite qualquer tipo de exploração mineral.
Para além da proteção da área da Renca, a mobilização da sociedade deve continuar para evitar que os inúmeros retrocessos socioambientais propostos por Temer e pela bancada ruralista passem, em especial:
-
O desmonte do Licenciamento Ambiental, que poderá permitir outras tragédias como a de Mariana;
-
A redução da proteção de áreas protegidas e unidades de conservação, como a Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará;
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A liberação de mais agrotóxicos;
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A escalada da grilagem e do desmatamento na Amazônia;
-
A venda de terras para estrangeiros;
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O ataque aos direitos dos povos indígenas e quilombolas.
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