Friday, May 12, 2017

MPF pede que Total suspenda estudos para explorar petróleo próximo aos corais da Amazônia

Em apenas uma semana será tomada uma decisão que pode atrasar seriamente os planos das companhias de petróleo para perfurar próximo aos Corais da Amazônia.
O projeto da Total enfrenta problemas depois de uma intervenção do Ministério Público Federal. O Procurador Federal do estado do Amapá decidiu que os planos de perfuração atuais não levam em conta o importante ecossistema dos Corais da Amazônia, colocando o bioma em risco por um derramamento de petróleo.


 O MPF também está preocupado que um derramamento de petróleo possa prejudicar o litoral do Brasil e dos países vizinhos e recomenda que o processo de licenciamento ambiental seja suspenso até que a Total apresente um plano adequado.
Foto - Daniel Beltrá / Greenpeace
 
Mesmo que o MPF não possa diretamente parar o processo, este é, ainda assim, um grande passo. O IBAMA - a agência ambiental que supervisiona o licenciamento - tem agora até o dia 17 de maio para responder à recomendação. Isto significa que em menos de uma semana, o processo de licenciamento poderia ser suspenso se o regulador aceitar as recomendações do Procurador. Se isso acontecer, a Total terá que iniciar o processo de licenciamento ambiental novamente – o que seria um duro golpe em seus planos de perfurar próximo aos Corais da Amazônia.
Os Corais da Amazônia - Mostrados em uma expedição subaquática pela primeira vez há alguns meses – foram descritos pela National Geographic como "um dos achados mais surpreendentes nas atuais pesquisas marinhas". Cientistas marinhos dizem que os corais podem ser o lar de espécies ameaçadas e até mesmo não descobertas, e suas características únicas significam que o bioma poderia ser classificado como um novo tipo de habitat.


O anúncio do MPF é o mais recente de uma série de reveses para o conturbado projeto: o IBAMA recusou recentemente a modelagem de derramamento de óleo apresentada pela Total, chamando-a de "estatisticamente incoerente" em alguns pontos.
A verdade é que, para um ecossistema único e pouco estudado como este, não há tal coisa como um risco aceitável, qualquer risco de um derramamento de petróleo nos Corais da Amazônia é inaceitável.
A resposta dos reguladores a esta negligência, somada às mais de um milhão de pessoas que assinaram a petição em defesa dos Corais, traz a tona a desconsideração da Total e da BP com este lugar único. Seria aconselhável que as empresas minimizassem suas perdas cancelando esses projetos perigosos, antes de começar a provocar danos reais.

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