A francesa Total adquiriu primeiro carregamento do óleo, que chega à Europa dia 2
Navio cargueiro Mikhail Ulyanov navega no Atlântico Norte (©Dmitrij Leltschuk/ Greenpeace)
O navio Mikhail Ulyanov transporta, neste momento, uma grande
controvérsia rumo à Europa. A Gazprom, a gigante petrolífera russa,
negociou seu primeiro carregamento de petróleo proveniente da região do
Ártico com a francesa Total. Vale lembrar que o CEO da empresa,
Christophe de Margeria, declarou em 2012 evitar a compra de óleo vindo
do Ártico visto as graves consequências de um possível vazamento.
O carregamento atrai controvérsias desde a semana passada, quando o
presidente russo Vladimir Putin, em entrevista ao vivo com o chefe da
Gazprom, aclamou a saída do navio M. Ulynov do mar de Pechora rumo à
Europa. Putin declarou que o óleo proveniente do Ártico vai impulsionar a
presença da Rússia no mercado global de energia.
Acompanhe a trajetória ao vivo do navio Mikhail Ulyanov (conteúdo em inglês).
“O fato de a Rússia achar um cliente como a Total fortalece o jogo
geopolítico do presidente Putin, que já tem na manga contratos com a
Shell e BP para perfurarem a região do Ártico. É preciso desestimular
essa atividade urgentemente, voltando a atenção para energias limpas e
mais eficientes”, explica Ben Ayliffe, coordenador da campanha Salve o
Ártico.
Em setembro de 2012, o presidente da Total declarou em entrevista ao
jornal inglês Financial Times que “o petróleo da Groenlândia [região que faz parte do Ártico] seria um desastre” e completou que um vazamento poderia arruinar a imagem da companhia.
Para Ayliffe, “a decisão de comprar esse primeiro carregamento é de
total hipocrisia, uma vez que Christophe De Margerie fica feliz em
comprar produtos cujo risco de operação recai sobre outra empresa”.
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