Volte à realidade: como foi sua última visita ao litoral? Na viagem de campo, qual era o aspecto das matas? No mar, as crianças ainda recolhiam conchas ou já “colecionavam” plástico, bitucas de cigarro, e mais lixo?
Nosso cenário atual não esconde: estamos vivendo uma “tsunami” de descasos ambientais. Conscientizar as futuras gerações para evitar a continuidade dessa degradação é uma tarefa importante e responsabilidade de todos, e os pais não escapam disso. Ao contrário, muitos estão conscientes da importância do meio ambiente na educação dos filhos.
Admirador do Greenpeace Brasil, Christian Dalgas, 55, é engenheiro químico, pai de primeira viagem, ativista ambiental e educa seu filho, Enrico Dalgas, 8, para ser um adulto consciente e preocupado com o planeta e sua biodiversidade.
“As crianças precisam de nós e a formação delas depende do que proporcionamos e mostramos a elas. Semear amor a natureza irá tornar nossas crianças mais sensíveis, mais poetas, mais doces e generosas. Se souberem observar os bichos, vão entender melhor os seres humanos”, afirma.
Essa iniciativa é desenvolvida por Valdeci de Souza, 65, também pai, que se tornou voluntário do Greenpeace a partir do envolvimento do filho com a nossa organização. A educação ambiental sempre foi uma das paixões do ativista, que é um dos líderes do nosso Projeto Escola, levando o tema do cuidado com o planeta para as salas de aula em diversas cidades do Brasil.
“Temos como objetivo a conscientização ambiental em sala de aula. Essa atitude ajuda os jovens estudantes a perceberem que eles são, em última análise, os protagonistas das mudanças para a construção de um mundo mais verde, pacífico e sustentável”, diz Valdeci.
Seja na escola ou dentro de casa, Enrico Dalgas já coleciona inúmeras viagens e contato com animais. Ele nasceu e foi criado em meio a natureza. O pai, Christian, reforça essa conexão ancestral, passada de geração a geração na família. “Falo com o meu filho com o mesmo sentimento que meu bisavô, avô e meu pai nos ensinou. Somos como as ondas do mar e quando uma geração declina, outra floresce com a mesma disposição, fascínio e entrega pelos sonhos de defesa das florestas, das águas, dos bichos e das aves”, reflete.
Infelizmente a nossa geração tem mais declinado do que florescido, e imaginar um mundo sem comida, sem água potável, sem floresta e sem vida, é uma realidade que vem assombrando a todos os pais e mães. Pesquisas recentes mostraram que em 2019 o índice de desmatamento cresceu consideravelmente. Apenas no último ano já perdemos 1 bilhão de árvores, uma área equivalente a mais de 5 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
“É triste pensar que a natureza fala, mas os homens não sabem ouvi-la! Não podemos ‘tapar o sol com a peneira’ e achar que está tudo lindo e maravilhoso, porque não está. Temos que agradecer a vida que se revela e que ainda não foi destruída, e criar oportunidades de regenerar a floresta que já foi tão agredida”, comenta Dalgas.
Por ora, o pequeno Enrico ainda segue seguro nos braços de sua família, e Christian, apesar de pensar em um futuro mais difícil para o seu filho, segue confiante. “O importante é que meu filho possa sonhar e acreditar que seus desejos se tornarão realidade”.
A mesma confiança habita em Valdeci, que admite que o Projeto Escola é uma ferramenta que mostra a realidade do nosso planeta e conscientiza as pessoas a cobrarem dos nossos governantes medidas que preservem a natureza, os animais e povos tradicionais.
“Sou por natureza um ser otimista. Acredito que podemos reverter esse processo de degradação através da conscientização. Minha confiança me leva a crer que essa juventude já percebeu que é preciso fazer alguma coisa e sabe que cabe a elas mesmas o protagonismo desta mudança. O ser humano vai perceber, no limiar do precipício, que terá que mudar seus hábitos de vida. Não é possível que não tenhamos inteligência emocional e de sobrevivência para não percebermos os sinais dados pelo planeta”.
O pai, ativista, palestrante e protagonista da mudança finaliza dizendo que o caminho de tudo está na juventude, nessa geração engajada e com desejo de mudança. “Se o futuro pertence aos jovens, nada mais natural do que mostrar a eles o caminho, as ferramentas (pacíficas) e dizer: vão! O futuro é logo ali”.
De todos nós do Greenpeace, um feliz dia dos pais.
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