Aula pública no Vão do Masp com movimentos e organizações para debater com a sociedade civil a crise hídrica de São Paulo. Realizado por Aliança pela Água e Assembléia Estadual da Água. (Foto: Mídia NINJA.)
A mobilização popular em torno da crise da água em São
Paulo subiu de nível nesta semana, com diversos protestos e atividades
tomando as ruas e unindo uma grande diversidade de ONGs, movimentos
sociais e cidadãos. Diante da omissão do governo estadual, principal
responsável pela crise, e também dos governos federal e municipal, a
população segue se organizando para buscar e demandar soluções.
Na 3ª-feira, a Aliança pela Água (da qual o Greenpeace faz parte) e a Assembleia Estadual da Água organizaram aula pública no vão do MASP
para discutir a escassez hídrica em São Paulo e suas implicações. Além
de atores pertencentes a essas duas redes, grupos como o Movimento Passe
Livre e a Marcha Mundial das Mulheres também marcaram presença, além de
pesquisadores da Universidade de São Pulo, em uma cada vez mais
necessária união entre Academia e movimentos sociais.
Na quarta e quinta-feira, a Defensoria Pública de São
Paulo e os Ministérios Públicos da União e de São Paulo promoveram o
seminário “Crise Hídrica: alternativas e soluções”. Não faltaram
análises sobre as irregularidades de como o governo vem conduzindo a
atual crise, e membros dos órgãos da Justiça que promoveram o evento já
estão avaliando e levando adiante as medidas cabíveis para defender os
direitos dos cidadãos.
Na quinta-feira à noite, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) reuniu 15 mil pessoas em São Paulo
para demandar medidas urgentes do governador Geraldo Alckmin. Marchando
até o Palácio do Governo, o movimento foi recebido pelo
secretário-chefe da Casa Civil, que assumiu importantes compromissos.
É preciso monitorar de perto o cumprimento de tais compromissos e
seguir pressionando, já que de promessas e afirmações vazias (como a de
que não faltaria água no estado) o governo está cheio.
Também na quinta-feira, um grupo de ativistas,
midialivristas e artistas visitou o reservatório Atibainha, que é parte
do Sistema Cantareira, para ver de perto e discutir a realidade da
crise. O Greenpeace esteve presente, e pôde constatar que, além do
terreno seguir seco, agora já há mato crescendo onde havia água - o que
dificulta ainda mais o processo de recuperação da represa. Em breve
divulgaremos mais informações sobre como foi essa visita ao Sistema
Cantareira.
Por fim, ao longo deste final de semana a Casa da Ação unirá ativistas, profissionais da comunicação e programadores em um StoryHack
para produzir narrativas em diversos formatos sobre a crise da água. A
meta é fazer barulho de formas criativas e ajudar a fortalecer ainda
mais a mobilização.
Esta última semana do mês de carnaval mostrou como os
paulistas ocuparão as ruas pelo resto do ano - e brasileiros de outros
estados devem fazer o mesmo, tendo em vista que doze estados do país já
enfrentam algum nível de crise e o cenário tende a se agravar se medidas
sérias não forem tomadas rapidamente. A negação da crise está sendo
substituída pela revolta e descontentamento com o descaso do poder
público, que não atua nem para prevenir os acontecimento e, menos ainda,
para solucioná-los.
Vamos às ruas.
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