O consumo de carvão da China caiu 2,9%
em 2014, de acordo com dados oficiais de energia chinesa. O país vive um
embate dramático para barrar o crescimento do uso do carvão nas últimas
décadas e os mesmos dados indicam uma redução de 1% nas emissões de CO2
provenientes da queima de combustíveis fósseis.
Ainda, a diminuição do consumo de
carvão ocorreu sem que houvesse interferência no crescimento econômico
do país desde 2012. A fonte foi responsável por mais da metade do
crescimento das emissões de CO2 global nos últimos 10 anos.
Uma série de fatores contribuiu para a
redução no ano passado: rápido aumento da capacidade de geração de
energia renovável, mudança do crescimento econômico da indústria pesada
para novos setores da economia, e melhoria da eficiência energética na
geração de energia e na indústria. Vale destacar que a China tem
atingido números significativos relacionados à capacidade de energia
eólica conectada à rede e de energia solar.
As emissões chinesas de petróleo, gás e queima de carvão
não caiam desde
a crise econômica, há mais
de 15 anos. (© Lu Guang/Greenpeace)
A crise de poluição no ar no país impulsionou a criação de políticas
ambiciosas para controlar o uso do carvão, com políticas que restringem o
acesso de grandes empresas da indústria à matriz poluente. O último
prego restante para fechar o caixão do crescimento desenfreado do
consumo de carvão da China veio no final de 2014, quando o país reduziu
radicalmente o interesse e o uso do carvão, devido a preocupações sobre
os impactos na água e viabilidade econômica.
“A redução de consumo do carvão e o
fato de que a economia segue em constante crescimento mostra como é
possível nos desvencilharmos do carvão e como estamos bem encaminhados
em relação a isso”, disse Fang Yuan, porta-voz do Greenpeace do Leste
Asiático. “A partir de agora, em vez de nos perguntarmos se é possível
zerar o consumo de carvão até 2020, a pergunta feita será em quanto
tempo poderemos enxergar novamente paisagens que foram tomadas pela
poluição originada pelo carvão. Esta é uma chamada para os principais
emissores do mundo.”
A implementação das metas de energia
existentes na China, incluindo fontes renováveis e o controle do consumo
total de energia, pode fazer com que o país zere o consumo do carvão
bem depois de 2020. O Greenpeace está pedindo para que esta seja uma
meta oficial para o plano quinquenal da China entre 2016 e 2020.
Outra decisão importante foi o recente
pedido que a China fez a quatro províncias localizadas em regiões
econômicas-chave, para que estas definam metas absolutas de redução de
consumo de carvão. Essas regiões consomem mais de 600 milhões de
toneladas por ano, quase a mesma quantidade de todo o país.
“A queda do consumo de carvão da China é
a melhor notícia possível para os cidadãos chineses, que sofrem os
impactos da poluição atmosférica. Esta é uma oportunidade histórica para
que autoridades estabeleçam metas que reduzam à zero o consumo de
carvão no próximo plano quinquenal”, concluiu Fang Yuan.
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