Em nossos primeiros mergulhos, identificamos belezas naturais e uma rica vida marinha, com espécies em extinção, que podem estar ameaçadas pelo óleo
Fizemos imagens com o ROV (Veículo Operado Remotamente) e mergulhos nas bancadas de corais. Felizmente, não identificamos a presença de óleo visível. “No entanto, a preocupação e a necessidade de monitoramento seguem, pois mesmo que diluído ou sedimentado, o óleo pode ameaçar a saúde desses ecossistemas e das pessoas que dele dependem. Por isso seguimos os trabalhos, coletando amostras de água e sedimentos do fundo do mar que serão encaminhadas para análises mais aprofundadas”, diz Marcelo Laterman, representante do Greenpeace a bordo.
Os pesquisadores temem que mesmo em material particulado, o óleo possa atingir desde os corais até os organismos que dependem desse ecossistema. É o caso do Budião-azul, da foto abaixo, um peixe endêmico do Brasil e criticamente ameaçado de extinção, que avistamos durante o mergulho que fizemos na Pedra do Cação, um recife na região de corais em Maragogi, Alagoas.
A área percorrida neste mergulho é de acesso exclusivo para pesquisa – sendo proibida a pesca e o turismo –, o que a torna um importante indicador de impactos devido à presença de uma grande diversidade de corais em bom estado de conservação, entre eles, uma imensa quantidade da espécie coral-cérebro, também ameaçado de extinção.
“O registro de uma espécie ameaçada de extinção nesses recifes reforça a importância desta expedição e das amostragens realizadas nessas áreas. Com esses dados, podemos então gerar ações que busquem amenizar os possíveis efeitos do óleo para esse ecossistema”, diz a bióloga e pesquisadora Gislaine Lima, do Projeto Conservação Recifal, que mergulha na região há seis anos e avistou pela primeira vez um Budião-azul.
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