O zoneamento da cana servia para impedir que o etanol brasileiro fosse mais um agente impulsionador do desmatamento, o que poderia gerar barreiras comerciais às exportações do Brasil. Com a medida anunciada hoje, governo e empresários do setor jogam esta garantia na lata do lixo. Para os concorrentes do país, trata-se de uma grande notícia. Para a Amazônia, é mais uma política antiambiental, fruto da ganância e da irresponsabilidade que alimentam a destruição da floresta.
As políticas do governo Bolsonaro já trazem para a Amazônia consequências desastrosas. Num momento como este, onde a fiscalização foi sucateada e o desmatamento está em alta, abrir a exploração da Amazônia para a indústria da cana poderá levar a destruição florestal a patamares trágicos.
Como aponta nota do Observatório do Clima, “o zoneamento da cana, formalmente defendido até mesmo pela Unica, a união da indústria do setor, era o principal diferencial ambiental do biocombustível brasileiro. Foi esse decreto que impediu que as exportações de etanol do país sofressem restrições internacionais como as impostas ao biodiesel da Indonésia, ligado ao desmatamento”.
“Com seu ato, os dois ministros, tidos como a “ala razoável” do governo, expõem dois biomas frágeis à expansão predatória e economicamente injustificável da cana e jogam na lama a imagem internacional de sustentabilidade que o etanol brasileiro construiu a duras penas”, finalizou o Observatório do Clima. Veja a nota completa aqui.
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