Em oito dias, realizamos mergulhos, documentamos impactos e coletamos amostras para avaliar a extensão dos danos do petróleo, que deixa manchas, mas também marcas invisíveis aos olhos
Depois de 15 mergulhos e 340 quilômetros navegando em regiões de recifes de corais na costa do Nordeste impactada pelo óleo, chega ao fim a expedição de pesquisa marinha do Greenpeace em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Projeto Conservação Recifal.Durante os oito dias em que permanecemos no mar, fizemos mergulhos desde áreas costeiras até 11 quilômetros de distância do continente, e além da coleta de amostras de sedimentos e água que serão analisados em laboratório, documentamos em vídeo e foto os ecossistemas recifais. A análise do que foi coletado será feita pelos laboratórios de Oceanografia Química e Geológica da UFPE. Além das grandes manchas, o maior desastre ambiental em extensão por derramamento de óleo já ocorrido no país também tem deixado marcas que não são visíveis a olho nu.
Dois dias depois, em 18 de novembro, voltamos à Praia do Cupe e encontramos com oficiais da Marinha mergulhando nos recifes em busca do óleo. Segundo os oficiais presentes na praia, eles tinham ido ao local por conta do contato que havíamos feito com a Capitania dos Portos. No mesmo dia, efetuamos juntos a busca pelo óleo no ponto indicado.
O petróleo é mais uma das grandes ameaças aos corais, que já vêm sendo impactados pelo aumento da temperatura do mar, sobrepesca, poluição da água e turismo. Durante um dos nossos mergulhos numa região próxima à costa de Maracaípe, também no município de Ipojuca, encontramos uma colônia morta de corais da espécie Mussismilia harttii, que hoje está na categoria “Em Perigo” da Lista Vermelha das espécies ameaçadas no Brasil. A espécie já foi uma das mais abundantes nos recifes brasileiros, mas desde a década de 1960 tem sido registrado o declínio de suas populações.
“Criar áreas de proteção é uma das medidas para amenizar esses impactos que nós, humanos, estamos provocando. Nós não conseguimos atuar para excluir totalmente os impactos gerados, por exemplo, pelas mudanças climáticas, para isso precisamos de uma política global. O que a gente consegue é tirar o impacto local do turismo feito de forma inadequada ou a sobrepesca e, através dessas ações locais, diminuir os danos e favorecer a recuperação natural desses ecossistemas”, explica Mirella Costa, pesquisadora e professora da UFPE.
Veja no mapa o percurso da nossa embarcação na segunda etapa da expedição:
Vivemos em um país com um dos maiores potenciais de energias limpas e renováveis do mundo. Será que vale a pena colocarmos em risco toda a riqueza de vida existente e continuar insistindo em uma fonte fóssil e suja? Participe do abaixo-assinado e nos ajude a pressionar o governo brasileiro a parar com a destruição ambiental.
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