Os atos nas embaixadas da Argentina, Alemanha, Holanda, Estados Unidos, entre outros países, acontecem na semana em que o Acampamento Terra Livre (ATL) ocorre em Brasília, com cerca de quatro mil indígenas. Instalados pacificamente próximos ao Congresso Nacional, eles estarão na capital federal até sexta-feira, reivindicando que seus direitos constitucionais sejam respeitados.
“Recebemos com emoção e alegria as ações de solidariedade para com os povos indígenas do Brasil, visto que vivemos um contexto de recrudescimento do ódio e de toda ordem de discriminação, que fundamentam a explosão de violência atual contra nossos territórios e contra nossas lideranças. É com a força daqueles que acreditam na justiça, que seguiremos lutando para manter de pé nossa resistência, e continuar expondo ao Brasil e ao mundo todos aqueles que insistem em desrespeitar nossos direitos”, declara Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib).
Diversas ameaças aos direitos dos povos indígenas fazem com que o ATL aconteça em Brasília há 15 anos. Este ano, o encontro acontece em um contexto político bastante desafiador, considerando que o governo Bolsonaro transferiu para o Ministério da Agricultura a responsabilidade pela demarcação de terras, declarou que vai rever todas as demarcações que puder e prometeu abrir terras indígenas para exploração agropecuária e mineração.
“Os povos indígenas devem ser respeitados e apoiados aqui no Brasil. Especialmente pelo estado brasileiro e pelo atual governo, que não valoriza nossa existência e não reconhece o fato de protegermos nossos territórios e nossas florestas. Mas isso não tem acontecido. Portanto, é muito importante que recebamos apoio de pessoas e organizações de fora do Brasil. Isso também fortalece nossa luta”, diz André Karipuna, líder indígena do povo Karipuna.
“O futuro da nossa luta contra as mudanças climáticas pode ser decidido na floresta amazônica. Não podemos arriscar perder esta solução climática natural. Os povos indígenas estão protegendo a floresta contra a destruição, mas estão enfrentando uma poderosa e cruel indústria madeireira e agrícola e são deixados sozinhos nessa luta. A comunidade mundial não deve ficar em silêncio enquanto aqueles que protegem a floresta são calados e ameaçados por invasores“, lembra Tica Minami, coordenadora da Campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil.
Precisamos apoiar a luta de quem, há séculos, protege as florestas. Acompanhe em nosso Twitter, Facebook e Instagram a cobertura do Acampamento Terra Livre e participe do abaixo-assinado em solidariedade aos guardiões da floresta.
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