Governo tem em mãos o documento para enviar ao
Congresso e, assim, dar entrada na ratificação do acordo que irá
diminuir as ameaças das mudanças climáticas
Marcha Mundial pelo Clima, em São Paulo, dias antes do
início da COP 21. A população foi às ruas pedir um acordo que garantisse
um futuro seguro para todos nós. ( ©Zé Gabriel /Greenpeace)
Esse acordo é resultado da Conferência do Clima, que aconteceu na França, em dezembro do ano passado. Mais de 190 chefes de estado de todo o mundo o assinaram em abril, em uma reunião das Nações Unidas. Agora, esses representantes de governo estão diante da responsabilidade de ratificá-los. Ou seja, de torná-los lei em suas nações.
Segundo texto do Observatório do Clima, aqui no Brasil os documentos do Acordo de Paris foram preparados pelos ministérios do Meio Ambiente, das Relações Exteriores e da Ciência e Tecnologia e encaminhados à presidente Dilma Rousseff. Agora, cabe a ela enviá-los ao Congresso, onde o acordo irá tramitar em comissões especiais da Câmara e do Senado até ser votado como decreto legislativo. Em seguida, vai à sanção presidencial e é depositado formalmente na Convenção do Clima das Nações Unidas. Neste momento, o Brasil terá ratificado o acordo.
A aprovação do governo brasileiro é essencial para o tratado climático entrar em vigor em todo o mundo ainda em 2016. Afinal, para isso, é preciso que o mesmo aconteça em pelo menos 55 países, que juntos representem 55% das emissões do planeta.
O Acordo de Paris traz pontos importantes, como estabelecer o objetivo de não permitirmos um aquecimento superior à 1,5 graus Celsius. Também diz que devemos neutralizar as emissões dos gases que provocam o efeito estufa entre os anos de 2050 e 2100.
O Brasil é o sexto maior emissor do planeta. E as duas principais causas para esse lugar no ranking são o desmatamento de florestas e nossa matriz energética – nos últimos anos, aumentou consideravelmente a porcentagem de térmicas a combustíveis fósseis, como carvão e gás natural, funcionando por aqui.
“O Acordo de Paris é importantíssimo para barramos as mudanças climáticas. Transformá-lo em lei é um passo fundamental para que o governo firme, de uma vez por todas, o compromisso com um futuro mais seguro para todos nós”, diz Pedro Telles, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
“Se o governo está realmente comprometido em reduzir as emissões de gases que agravam o efeito estufa e tornar o acordo realidade, precisa aprovar logo a lei do Desmatamento Zero. E deve também parar de investir em energias sujas. Sabemos do grande potencial que o país tem para gerar energia limpa e renovável, com a solar e a eólica”, completa.
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