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Wednesday, April 6, 2016
Sabesp não aprendeu com erros passados
Arsesp acaba com programas de incentivo à uso racional de água Estamos no primeiro quadrimestre de 2016, e já acumulamos uma carga preocupante de notícias negativas para o meio ambiente e para a água. Na semana passada, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) autorizou a Sabesp a acabar com os dois únicos mecanismos criados em prol do consumo racional da água – a tarifa de contingência e o Programa de Incentivo à Redução de Consumo de Água da SABESP.
O fim desses dois programas essenciais para incentivar a economia de água demonstra que, para o governo do estado de São Paulo, o problema da água está inteiramente resolvido. O fim do período chuvoso acabou agora, e tempos de escassez de chuvas devem ser enfrentados até o início do próximo verão, em dezembro. É no mínimo irresponsável repetir os erros anteriores de não atuar preventivamente para conter os malefícios para a população advindos da falta de água.
O Greenpeace, em conjunto com a Aliança pela Água, publicou, em setembro um relatório de violação de direitos humanos na crise hídrica resultado dos descasos do governo do estado de São Paulo, representado pela Sabesp, na gestão da água, com consequências maléficas para a população. A atitude violatória deveria ser evitada após a crise pela qual passou o estado, mas, infelizmente, a falta de água em São Paulo continua sendo entendida pelo gestores como um problema meteorológico – interpretação que vai de encontro aos princípios definidos pela ONU.
Somando-se a isso, o encerramento dessas medidas regulatórias de consumo, que incentivavam a economia de água, aponta para uma visão da Sabesp de que a água é entendida como uma mercadoria, já que um maior consumo do bem pode reequilibrar a conta da empresa, sem considerar que a água é um direito e deve ser tratada como um recurso escasso que deve ser preservado.
O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, declarou que a população já está consciente do uso racional da água após a crise, sem considerar que a medida é precoce se for levado em conta que o Sistema Cantareira está com apenas 36% de sua capacidade.
As atitudes do governo e da Sabesp demonstram repetidamente a falta de gestão, planejamento e cuidado com a água e a população. O Greenpeace repudia a decisão da Arsesp de acabar com dois dos poucos programas de incentivo à economia da água em um momento em que ainda não há segurança hídrica. A prioridade deveria ser preservar o recurso e evitar que a população do estado volte a sofrer com os extremos cortes de água, que ainda acontecem onde os olhos dos que detêm o poder não veem.
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