O coletivo voluntário responsável pela campanha Rio Maravilha Sem Água se reuniu no último sábado, dia 16.04, para fazer o monitoramento do Rio Carioca, conhecido pela sua importância para o Rio de Janeiro desde o período colonial, quando o rio passava por cima do Aqueduto da Carioca e abastecia grande parte da população. Sabendo do estado de poluição da água de diversos rios da cidade, o grupo juntou forças com a Fundação SOS Mata Atlântica para integrar o projeto Observando os Rios.
A foz do Rio Carioca foi o ponto de encontro para que
o Rafael Pereira, coordenador do projeto, pudesse falar sobre a
inciativa que já tem 252 grupos de monitoramento em mais de 140 rios de
diversos estados do Brasil. Todos eles possuem um kit, que conta com
pastilhas de reagentes e tubos de ensaios, que possibilita a avaliação
da água. As cartilhas que vêm junto dão todas as instruções e deixam
tudo mais fácil. Assim, o grupo, que contava até com estudantes do
primeiro ano do Ensino Médio, conseguiu medir os 16 parâmetros
necessários – desde o nível de oxigênio e fósforo até aspectos visuais.
Todos os dados estão disponibilizados no site do projeto,
e é possível acompanhar a qualidade da água de todos os outros grupos
que também participam da iniciativa. O resultado da atividade vai sair
em cinco dias, quando o último teste for finalizado. Mesmo que o ponto
de coleta seja logo depois de uma Unidade de Tratamento de Rio, não se
espera que a água tenha a qualidade que deveria ter.
Grandes Cidades e a falta de água
O grupo de voluntários que formam a campanha Rio
Maravilha sem Água, ao ingressar no Projeto da SOS Mata Atlântica,
buscam ficar mais próximos das fontes hídricas que deveriam abastecer as
casas dos cariocas, mas que, devido à poluição e o crescimento
desordenado da cidade, não o fazem mais.
O Rio Carioca é um exemplo de corpo hídrico que foi desaparecendo até
tornar-se um rio poluído que aparece em apenas algumas partes da cidade
do Rio de Janeiro.A segurança hídrica passa principalmente pelo cuidado de rios e mananciais ao redor das grandes cidades, que não devem ser contaminados ou desmatados. A contaminação da água faz com que seja necessária a busca de água cada vez mais longe dos centros urbanos – assim, governos justificam obras de transposição de rios como solução para o abastecimento urbano.
Obras de infraestrutura no Brasil geram dinheiro para
construtoras e soluções frágeis, já que modificam o curso natural da
água e, portanto, seu ciclo, com consequências devastadoras para o meio
ambiente. A solução para a falta de água é a recuperação dos mananciais
superficiais e o monitoramento constante da sociedade civil, não apenas
dos rios, mas também daqueles que detêm a governança da água, afinal, a
população é o verdadeiro guardião das águas.
Para isso que surgiu a Campanha Rio Maravilha Sem Água, para mostrar que é papel de todos monitorar nossas cidades. Faça parte dessa iniciativa.
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