Monday, April 18, 2016

Monitorando rios

Postado por Bruno Pires, voluntário do Greenpeace RJ 

O coletivo voluntário responsável pela campanha Rio Maravilha Sem Água se reuniu no último sábado, dia 16.04, para fazer o monitoramento do Rio Carioca, conhecido pela sua importância para o Rio de Janeiro desde o período colonial, quando o rio passava por cima do Aqueduto da Carioca e abastecia grande parte da população. Sabendo do estado de poluição da água de diversos rios da cidade, o grupo juntou forças com a Fundação SOS Mata Atlântica para integrar o projeto Observando os Rios.
A foz do Rio Carioca foi o ponto de encontro para que o Rafael Pereira, coordenador do projeto, pudesse falar sobre a inciativa que já tem 252 grupos de monitoramento em mais de 140 rios de diversos estados do Brasil. Todos eles possuem um kit, que conta com pastilhas de reagentes e tubos de ensaios, que possibilita a avaliação da água. As cartilhas que vêm junto dão todas as instruções e deixam tudo mais fácil. Assim, o  grupo, que contava até com estudantes do primeiro ano do Ensino Médio, conseguiu medir os 16 parâmetros necessários – desde o nível de oxigênio e fósforo até aspectos visuais.

segunda-feira, 18 de abril de 2016
 
Todos os dados estão disponibilizados no site do projeto, e é possível acompanhar a qualidade da água de todos os outros grupos que também participam da iniciativa. O resultado da atividade vai sair em cinco dias, quando o último teste for finalizado. Mesmo que o ponto de coleta seja logo depois de uma Unidade de Tratamento de Rio, não se espera que a água tenha a qualidade que deveria ter.
Grandes Cidades e a falta de água 
O grupo de voluntários que formam a campanha Rio Maravilha sem Água, ao ingressar no Projeto da SOS Mata Atlântica, buscam ficar mais próximos das fontes hídricas que deveriam abastecer as casas dos cariocas, mas que, devido à poluição e o crescimento desordenado da cidade, não o fazem mais.  
O Rio Carioca é um exemplo de corpo hídrico que foi desaparecendo até tornar-se um rio poluído que aparece em apenas algumas partes da cidade do Rio de Janeiro.
A segurança hídrica passa principalmente pelo cuidado de rios e mananciais ao redor das grandes cidades, que não devem ser contaminados ou desmatados. A contaminação da água faz com que seja necessária a busca de água cada vez mais longe dos centros urbanos – assim, governos justificam obras de transposição de rios como solução para o abastecimento urbano.

segunda-feira, 18 de abril de 2016
 
Obras de infraestrutura no Brasil geram dinheiro para construtoras e soluções frágeis, já que modificam o curso natural da água e, portanto, seu ciclo, com consequências devastadoras para o meio ambiente. A solução para a falta de água é a recuperação dos mananciais superficiais e o monitoramento constante da sociedade civil, não apenas dos rios, mas também daqueles que detêm a governança da água, afinal, a população é o verdadeiro guardião das águas.
Para isso que surgiu a Campanha Rio Maravilha Sem Água, para mostrar que é papel de todos monitorar nossas cidades. Faça parte dessa iniciativa.

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