Fevereiro bateu novo recorde de temperatura, mostrando que o aquecimento global avança mais rápido do que esperávamos. O Acordo de Paris se faz urgente, mais do que nunca
O período que a Nasa utiliza para comparar o
crescimento das temperaturas são os anos entre 1951 e 1980. E eles já
são 0,3°C mais quente do que o período pré-Revolução Industrial. Ou
seja, estamos falando de um planeta que está ficando mais quente e, a
própria média de referêcia já é mais quente do que a temperatura por
aqui séculos atrás.
No final do ano passado, mais de 190 países assinaram o Acordo de Paris
e firmaram o compromisso de barrar em 1,5°C o aquecimento global, sendo
esse um teto minimamente seguro. Ao que tudo indica, estamos próximos
de romper essa barreira, o que nos coloca em uma zona de alto risco.
Hoje, 16 de março, é o Dia Nacional da Conscientização
sobre as Mudanças Climáticas. E é um bom momento para lembrar que,
quando falamos em aumento de temperatura, estamos falando de mudanças
drásticas no ambiente em que vivemos e direitos humanos para as pessoas que serão afetadas.
O derretimento das geleiras e o aumento no nível dos oceanos, que
impactarão várias cidades litorâneas – podendo até sumir com algumas
delas – são só dois dos muitos efeitos colaterais previstos.
No Brasil, o número de desastres naturais relacionados às mudanças climáticas só aumenta.
As pesadas chuvas, seguidas de inundação e deslizamentos, que têm
atingido diversas cidades são apenas um exemplo dos eventos extremos que
veremos se agravarem por aqui com o aquecimento global. Outras
consequências graves serão secas mais longas e intensas, e uma ampliação
da área de risco para doenças transmitidas por mosquitos como dengue e
zika.
No próximo dia 22 de abril, os países que estavam na
COP 21 devem assinar o Acordo de Paris, em um evento da ONU em Nova
York. Assinaturas em papéis, no entanto, não são suficientes para
alterar a realidade do nosso planeta. Esses governantes precisam também
agir rapidamente para transformar o Acordo em leis e, assim, acelerar a
implementação das medidas previstas no documento. O aquecimento do
planeta já é um problema urgente, e precisamos agir com mais intensidade
para minimizar os impactos que serão sentidos por nós e por outros
seres vivos ao redor do mundo.
(*Pedro Telles é da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil)
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