Greenpeace realiza financiamento coletivo para instalar paineis solares
em duas escolas públicas e mostrar que já podemos usar e abusar do
potencial do Sol
Em São Paulo, a Escola Estadual Oswaldo Aranha B. de Mello,
em Artur
Alvim, receberá painéis solares O desconto nas contas
de luz das escolas
será revertido para atividades culturais que
irão beneficiar os
estudantes. (©Caio Paganotti)
Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor – e o valor do Sol. Para isso, o
Greenpeace vai provar que, hoje, já é possível aproveitar seus raios
para gerar energia nos telhados de casas e prédios, beneficiando as
pessoas e o meio ambiente. A organização quer instalar sistemas
fotovoltaicos – que geram eletricidade a partir do Sol – em duas escolas
públicas. Para isso, lança um crowdfunding (financiamento coletivo)
para arrecadar fundos e conseguir viabilizar o projeto.
“Escolhemos realizar as instalações em escolas porque acreditamos no
poder transformador e multiplicador da Educação“ diz Barbara Rubim,
coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “Os
jovens e as crianças são o futuro e vamos dar a eles as ferramentas e a
inspiração necessárias para imaginar e construir um mundo no qual haja
mais energia limpa.”
Os painéis solares que serão instalados na Escola Estadual Professor
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, em São Paulo (SP), e na Escola
Municipal Professor Milton Magalhães Porto em Uberlândia (MG), vão gerar
mais do que energia limpa e renovável, também vão trazer economia nas
contas de luz. Desde 2012, segundo a resolução 482 da Aneel sobre
microgeração (Agência Nacional de Energia Elétrica) , os brasileiros têm
a possibilidade de gerar sua própria energia.
As escolas de Uberlândia e São Paulo vão receber um sistema que
produzirá o equivalente a 55% e 20%, respectivamente, do seus consumos
de eletricidade. Com esses sistemas, as duas escolas vão economizar
juntas, em média, R$25 mil por ano, valor que será revertido em
atividades culturais como viagens, visitas em museus, cursos e muito
mais, para os estudantes. Assim, o projeto vai proporcionar para cerca
de 1800 estudantes os benefícios da energia solar.
O ICMS tem que mudar
O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um dos
fatores que, hoje, faz com que muitos brasileiros continuem na dúvida
sobre instalar sistemas fotovoltaicos em suas residências e gerar sua
própria energia. Isso porque a forma como o imposto incide na conta de
luz do brasileiro faz com que a energia produzida pelo sistema
fotovoltaico valha menos, apesar de ser mais limpa do que a que é
fornecida pela rede elétrica.
“Minas Gerais foi o primeiro estado a alterar a forma de cálculo do
ICMS, dando um forte incentivo para que os mineiros possam gerar sua
própria eletricidade”, continua Rubim. “Não é a toa que, mais de dois
anos após a edição da resolução que permite a microgeração no Brasil,
este é o estado que tem destaque quando falamos sobre energia solar.”
O Greenpeace acredita que a mobilização e o conhecimento gerados pelo
projeto nas escolas ajude o governo do estado de São Paulo a enxergar
os benefícios da energia solar e que ele, por sua vez, passe a também
incentivar a fonte e se torne uma voz importante no debate da questão do
ICMS.
Juventude Solar
A primeira instalação de paineis solares realizada pelo Greenpeace aconteceu em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, em 2013.
Na oportunidade, cerca de 20 jovens receberam treinamento para ajudar
na instalação e subiram no telhado do Centro Comunitário Lídia dos
Santos junto com voluntários da organização. O centro oferece cursos aos
jovens da comunidade e parte de seu consumo é abastecido com energia
solar. Novos treinamentos estão previstos para capacitar alunos das
escolas que receberão o sistema este ano para que, cada vez mais, o Sol
ajude nossa juventude bronzeada a mostrar seu valor.
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