Andressa Santa Cruz
Mais de 600 lideranças indígenas acompanharam a volta do julgamento do século para os povos originários
Nesta quarta-feira (30/8), o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou a votação do Marco Temporal (RE 1017365): o julgamento mais importante da história dos povos indígenas do Brasil. Isso porque o resultado vai definir um direito fundamental aos povos originários – o direito ao território.
Mais de 600 lideranças indígenas de todas as regiões do país estão em Brasília (DF) para acompanhar a decisão da Suprema Corte e, principalmente, para expressar em uma só voz: Marco Temporal Não! A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) montou uma estrutura com telão e tenda na frente do STF e 50 lideranças tiveram acesso para assistir à sessão no plenário do Supremo.
Além da mobilização na capital brasileira, houve também manifestações de norte a sul do Brasil e nas redes sociais, reiterando o repúdio ao Marco Temporal: uma tese anti-indígena criada por ruralistas para explorar os territórios dos povos originários, e que ataca os direitos indígenas assegurados na Constituição brasileira.
O Marco Temporal representa uma ameaça às Terras Indígenas e às riquezas naturais protegidas por elas – mais de 50 milhões de hectares de florestas estão conservados no interior de Terras Indígenas. Ou seja, Marco Temporal vai na contramão do equilíbrio ecológico e do combate à crise climática.
Neste momento, o placar oficial está 2 x 1 contra o Marco Temporal. O próximo a votar é André Mendonça, que começou a pronunciar seu voto nesta quarta, mas o tempo da sessão se esgotou. O julgamento continuará na quinta (31) às 14h – embora o ministro já tenha sinalizado que pretende votar a favor do Marco Temporal, empatando o placar.
Por isso, continuaremos em Brasília, junto com o movimento indígena, acompanhando a votação do Marco Temporal e pedindo a rejeição dessa tese, pela democracia e pelo futuro dos povos originários. Já somos quase 500 mil pessoas dizendo: Marco Temporal Não!
Junte-se a nós! Seja na capital do país ou virtualmente participando do nosso abaixo-assinado, ajude a apoiar o movimento indígena!
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