Nos últimos oito meses, foram registrados 31.489 focos de calor na Amazônia, o menor número desde 2018
Dados apresentados nesta quinta-feira (31) pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram redução de 32% nos focos de calor na Amazônia no acumulado dos oito meses de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior. É o menor do número registrado neste intervalo desde 2018.
Só em agosto, houve queda de 48% no número de focos, em relação ao mesmo mês do ano passado, sendo 17.373 focos de calor em agosto de 2023, contra 33.116 em 2022. Os estados com mais registros de fogo foram: Pará (38,7%), seguido de Amazonas (31,5%) e Rondônia (9,9%).
Para Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, a queda do desmatamento na Amazônia presenciada nos últimos meses reflete as ações implementadas no combate ao desmatamento e às queimadas, e influenciou no resultado da diminuição de focos de calor na região, já que muitas vezes as queimadas são utilizadas para finalizar o desmatamento.
“Isso, atrelado a postura do atual governo, que é bastante diferente da adotada no governo Bolsonaro com sua agenda antiambiental, ampliou as ações de comando e controle com aumento de multas e embargos para os desmatadores, seja na floresta ou de forma remota, além da mudança de discurso na área ambiental”, afirma.
Batista ressalta, entretanto, que o momento ainda é de alerta. “Não é o momento de baixar a guarda, o verão amazônico continua bastante quente e com poucas chuvas e o El Niño promete diminuir as chuvas a partir do mês de outubro, é necessário que as ações de comando e controle continuem e que os governadores que compõem o Consórcio da Amazônia Legal adotem o desmatamento zero até 2030 como principal objetivo do grupo”.
Os resultados da retomada do combate ao desmatamento e ao fogo são uma pequena redenção, depois de tantos anos de más notícias. Mas ainda precisamos avançar nos outros eixos desta complexa missão que é proteger a Amazônia, seus povos e sua biodiversidade. É fundamental acelerar a construção de alternativas socioeconômicas viáveis para a região, superando o atual modelo econômico predatório, que concentra renda, produz desigualdade social e engole a floresta.
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