Lu Sudré Terceira sessão da ONU para discutir acordo foi encerrada de forma frustrante para quem defende um futuro sem plásticos
A terceira sessão do Comitê Intergovernamental de Negociações (CIN3) para a criação do Tratado Global dos Plásticos, que aconteceu em Nairóbi, no Quênia, chegou ao fim no dia 19 de novembro, deixando organizações ambientalistas frustradas.
Países com baixa ambição para o acordo e, não por acaso, grandes produtores de petróleo, travaram avanços no texto. De acordo com observadores oficiais, Arábia Saudita, Rússia e Irã estão entre as nações que defenderam o foco na gestão de resíduos e na reciclagem, ao invés de ações robustas para a redução da produção – medida essencial para combatermos a poluição plástica.
Em razão dessa movimentação, ainda não há um plano de trabalho formal para avanços no conteúdo do acordo antes da nova rodada de negociações, que acontecerá no Canadá em abril de 2024.
Graham Forbes, chefe da delegação do Greenpeace que acompanhou a sessão em Nairóbi, lamentou o desfecho do encontro.
“O plástico prejudica diretamente cada uma das 8,1 bilhões de pessoas neste frágil planeta, mas nossos líderes escolheram efetivamente tratar as empresas petroquímicas como as únicas partes interessadas que valem a pena ouvir”, declarou.
O líder da Campanha Global sobre Plásticos no Greenpeace Estados Unidos também destacou que não é possível proteger o clima, a biodiversidade e a saúde humana sem que a produção desenfreada de plásticos chegue ao fim.
“Estamos caminhando para uma catástrofe e já passamos mais da metade das negociações do Tratado. Não vamos resolver a crise da poluição a menos que se restrinja, reduza e limite a produção de plástico”, disse Forbes.
O Greenpeace alerta que os governos estão permitindo que os interesses dos combustíveis fósseis conduzam as negociações em direção a um acordo que piorará o problema do plástico, o que nos fará enfrentar o pior das mudanças climáticas.
“Quando as negociações forem retomadas no Canadá em abril de 2024, nossos líderes precisarão estar prontos para mostrar um nível de coragem e liderança que ainda não vimos”, reiterou o porta-voz.
Organizações ambientais e científicas defendem que o Tratado Global dos Plásticos deve reduzir a produção de plástico em pelo menos 75% até 2040. Este é o primeiro acordo internacional legalmente vinculante para combater o lixo plástico.
A região Amazônica está vivendo uma seca histórica, que mostra a gravidade dos eventos climáticos extremos. E milhares de pessoas estão sentindo os efeitos deste desastre na pele. Por isso, o Greenpeace retomou a campanha Asas da Emergência e já levou toneladas de alimentos e outros itens essenciais para as comunidades mais afetadas. Agora, precisamos do seu apoio para chegar mais longe. Por favor, faça uma doação emergencial.
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