O Tratado Global dos Plásticos, que está em negociação na ONU, é uma oportunidade única para proteger as pessoas e o planeta dos impactos da crise da poluição plástica
© Wason Wanichakorn / Greenpeace

Os plásticos estão por todos os lugares. Nas casas das pessoas, nos estabelecimentos, nas grandes indústrias e, infelizmente, nos mares. Vivemos inundados por eles. O problema é que estamos falando de um material que gera graves impactos ambientais e para a saúde humana ao longo de todo o seu ciclo de vida, não somente em seu descarte.

Enquanto um produto derivado do petróleo, os plásticos também podem ser considerados um vilão do clima, já que a queima de combustíveis fósseis é uma das grandes responsáveis pelo aquecimento do planeta.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a produção global de plásticos duplicou de 2000 a 2019, atingindo 460 milhões de toneladas por ano.

A previsão é que esse número triplique até 2050, se nenhuma medida for tomada pelos líderes globais. Logo, mais gases do efeito estufa serão lançados na atmosfera, agravando a crise climática e impedindo que a humanidade mantenha a temperatura do planeta abaixo de 1,5ºC.

É essa realidade que os líderes mundiais não podem ignorar durante as negociações para criação do Tratado Global dos Plásticos, que serão retomadas na próxima semana, no Quênia. É urgente que os governos acordem um texto ambicioso, que responda à crise do plástico à altura de sua gravidade.

Neste contexto, o Greenpeace está pedindo aos governos para que reduzam a produção de plástico em pelo menos 75% até 2040! Esta porcentagem também é indicada por consultorias e organizações de pesquisa, como a Eunomia e a Pacific Enviroment, como uma medida que nos ajudaria a evitar o pior da crise climática. 

Esta é uma crise planetária tripla – a produção desenfreada de plásticos acentua as mudanças climáticas, provoca poluição em escala e ameaça a biodiversidade marinha. A nova rodada de negociações na ONU é uma oportunidade única de uma ação internacional ousada e efetiva. 

O Tratado Global dos Plásticos precisa de regras ambiciosas que, além de reduzirem drasticamente a produção, incentivem sistemas de reuso e ações que acelerem uma transição energética justa. 

Já são mais de 2 milhões de pessoas ao redor do mundo pressionando os líderes globais para que não cedam aos interesses da indústria e defendam o meio ambiente. Faça parte da mobilização e assine a petição “Futuro sem plásticos!”.

 sobre o(a) autor(a)

Lu Sudré é jornalista do Greenpeace Brasil em São Paulo e atua na frente de Oceanos. Tem experiência na cobertura de temas relacionados ao meio ambiente, direitos humanos e polític