A saudação, que para a população de Fiji significa
"vida", é a palavra que precisa permear as negociações e discursos da
COP23, que começou nesta semana.
Banner pede "Justiça climática, já! Fim do carvão", na
Marcha pelo Clima, em Bonn na Alemanha. Mais de 25 mil pessoas foram às
ruas para apoiar o fim dos combustíveis fósseis. (Foto: ©Fabiana Alves/
Greenpeace)
Ter Fiji na presidência de uma COP na Europa tem uma
simbologia importante. Representa a urgência para a implementação do
Acordo de Paris com regras para que a população dessa ilha e de tantos
outros países não sofram ainda mais as consequências do aquecimento
global.
Fiji está na lista de países muito vulneráveis às mudanças climáticas. Já sofre com tempestades cada vez mais comuns, e corre o risco de desaparecer do mapa devido ao aumento do nível do mar e o aquecimento das águas do Pacífico.
Fiji está na lista de países muito vulneráveis às mudanças climáticas. Já sofre com tempestades cada vez mais comuns, e corre o risco de desaparecer do mapa devido ao aumento do nível do mar e o aquecimento das águas do Pacífico.
As negociações deste ano se dão em um momento crucial para
tentarmos evitar consequências mais trágicas, resultados das mudanças
climáticas. A COP deste ano precisa alcançar um progresso real nas
diretrizes de implementação do Acordo de Paris.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostrou o tamanho
do nosso desafio e a urgência em combater o aquecimento global com novo
relatório. O documento afirma que houve um recorde de aumento de temperatura em 2017:
A temperaturas médias do nosso planeta estão 1,1 grau Celsius mais
altas do que as temperaturas que tínhamos entre 1880 a 1900,
quando começamos a queimar combustíveis fósseis e a medir as
temperaturas da Terra.
O recado ficou claro para os país que assinaram e ratificaram o Acordo de Paris.
Eles devem implementar medidas ambiciosas para evitar que o mundo
chegue a temperaturas acima de 2 graus Celsius até o fim do século – e
que, de preferência, não ultrapasse 1,5 grau Celsius. Isso está
estabelecido no Acordo, mas precisa estar na prática nos planos desses
governos.
A sociedade civil está fazendo sua parte ao
demonstrar preocupação com investimentos governamentais em energia
fóssil. No sábado, antes mesmo da abertura da COP, aconteceu a Marcha
pelo Clima em Bonn. Vinte e cinco mil pessoas fora às ruas pedindo o fim
da era do carvão e dos combustíveis fósseis.
Já no primeiro dia da COP, foram as crianças da escola Kids for Earth
que marcharam rumo ao centro de conferências onde acontece a
conferência. Elas pediam que os governos "salvem o planeta e não o
dinheiro". Essa é a geração que está dando um passo à frente e pensando
no futuro, delas e das que virão. E estão mostrando que sabem o que deve
ser feito para que tenhamos um futuro seguro.
>> Leia mais: Relatório do Greenpeace mostra como mudanças climáticas vão agravar desigualdades sociais no Brasil
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A COP23 acontecerá até o dia 17 de novembro e
mostrará ao mundo se governos estão representando avanços para
implementar o Acordo de Paris. De acordo com Patricia Espinoza, Secretária Executiva da UNFCCC, “não temos mais o luxo do tempo”.
"Bula", para a população de Fiji, é uma saudação que significa
“vida”. E é essa palavra que esperamos encontrar nas entrelinhas das
ações e discursos dos governantes que estão na COP23. É a vida,
principalmente das populações mais vulneráveis, como os moradores de
Fiji que temos a obrigação de salvar. A partir de hoje, sem mais demora.*Fabiana Alves é especialista em Clima do Greenpeace Brasil e está em Bonn, na COP23.
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