Os Corais da Amazônia estão protegidos por mais um período
dos interesses comerciais de novas petrolíferas ©Greenpeace
Decisão foi em razão da demora no processo de licenciamento ambiental para blocos no mesmo local por empresas do setor.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
retirou blocos de exploração na bacia da foz do Amazonas da 15ª Rodada
de Licitação de Petróleo e Gás, que acontece em 2018. A oferta de blocos
foi postergada para 2019.
Ao longo deste ano, o Greenpeace expôs os riscos associados a
projetos de petróleo na região, juntamente com a comunidade científica,
comunidades locais e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis). A decisão é uma grande notícia para
os Corais da Amazônia e impede, pelo menos por mais um ano, que novas
empresas tentem explorar petróleo na região.
Em 29 de agosto deste ano, o Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) da francesa Total foi rejeitado pelo Ibama devido a
preocupações relacionadas aos riscos e possíveis impactos de um
derramamento de óleo nos corais, em espécies ameaçadas de extinção ou
ainda nem descobertas que lá habitam, em países próximos, e em
comunidades que dependem da saúde do oceano para viver. A Total e a
britânica BP admitiram em seus estudos que há até 30% de chances
de que o petróleo atinja o recife de corais em caso de derramamento de
óleo. A Total ainda tem uma última chance para obter a licença com a
apresentação de um novo estudo de impacto.
As Rodadas de Licitações são leilões por meio dos
quais o governo concede o direito de explorar e produzir petróleo e gás
natural no Brasil. Foi na 11ª rodada, em 2013, que a Total e a BP
obtiveram seus blocos para perfurar petróleo perto dos Corais da
Amazônia. Depois disso, iniciou-se o processo de licenciamento
ambiental, que inclui o EIA e audiências públicas com as comunidades
locais - as audiências públicas da BP estão sendo realizadas neste mês,
nos dias 9, 11 e 13, em Belém, Macapá e no Oiapoque.
A retirada da oferta de novos blocos na bacia da foz
do Amazonas foi devido à demora no processo de licenciamento ambiental
pelas empresas do setor. “Até agora a Total e a BP não foram capazes de
apresentar estudos de impacto ambiental adequados para justificar a
viabilidade de seus projetos, justamente porque não é possível. As
petrolíferas não conseguiram provar que a perfuração perto dos corais
não representará um grande risco para este bioma incrível e inexplorado,
e nenhuma outra empresa conseguirá. Qualquer petrolífera que tentar
perfurar a região enfrentará os mesmos problemas, e precisamos continuar
trabalhando para impedir que a indústria do petróleo atue na região”,
afirma Thiago Almeida, especialista em energia do Greenpeace Brasil.
O ano está quase no fim e temos muito a celebrar! Mais de 1,3 milhão de pessoas,
a comunidade científica, o Ibama e as comunidades locais já disseram
não aos planos da Total e da BP, e agora o CNPE retirou todos os blocos
na região da 15ª rodada de licitação. Esta é mais uma mensagem clara
para as empresas, que devem desistir imediatamente dos seus planos.
Juntos, impedimos novas ameaças, e seguiremos
trabalhando ainda com mais força para chegar a uma vitória definitiva,
garantindo que a Total, BP e todas as outras empresas de petróleo fiquem
longe dos Corais da Amazônia.
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