O Greenpeace Internacional revela hoje o resultado de um ano de investigação comprovando que a P&G compra óleo de palma de empresas reincidentes nos crimes de destruição florestal na Indonésia.
As frágeis políticas de compras e abastecimento da
empresa tornam sua cadeia produtiva suscetível ao desmatamento, impactos
agressivos para as comunidades locais e aceleração do processo de
extinção de espécies raras como o tigre-de-sumatra.
O óleo de palma é um ingrediente comum em
detergentes, shampoos, cosméticos e outros produtos que a empresa
fabrica. O problema não é a sua utilização, mas sim as práticas
predatórias utilizadas por várias produtoras que cultivam este óleo de
palma e estão destruindo as florestas tropicais restantes na Indonésia.
Caminhões com carga ilegal de desmatamento em floresta de turfa na Indonésia. (© Ulet Ifansasti / Greenpeace)
E então, o que isso tem a ver com você e o
seu dia a dia? Bem, cada vez que você e sua família levam um Head &
Shoulders da prateleira do mercado para o banheiro de sua casa, a
P&G está tornando você, involuntariamente, parte de um problema.
Como cidadão(ã) e consumidor(a), você pode mudar essa situação. Clique aqui e mande sua mensagem para a P&G exigindo produtos livres de desmatamento.
“As consequências do desmatamento não respeitam
fronteiras. Elas são globais e aceleram as mudanças climáticas. É
preciso defender as grandes florestas do mundo respeitando as
particularidades de cada uma delas e da região. Na Indonésia o óleo de
palma é disparado o campeão do desmatamento”, explica Cristiane
Mazzetti, da campanha de florestas do Greenpeace Brasil.
“Na Amazônia o avanço da pecuária, os grandes
projetos de infraestrutura e a exploração madeireira fora de controle
consomem a floresta, enquanto o dendê, apesar de pouco representativo em
termos de produção em larga escala, requer atenção para que não
tenhamos os mesmos problemas de lá por aqui, já que apresenta grande
potencial de expansão no país”, completa.
Provas
A investigação do Greenpeace Internacional mostra que
a P&G compra óleo de palma de fornecedores que utilizam práticas
predatórias e extremamente danosas para a floresta.
Equipe de investigação do Greenpeace Internacional observa
área aberta para plantações de subsidiária da BW, que é fornecedora da
Procter & Gamble. (© Ulet Ifansasti / Greenpeace)
Empresas que não possuem uma política forte para eliminar o
desmatamento de seus produtos estão expostas às práticas criminosas de
terceiros. Um exemplo que ilustra essa situação é de uma concessão
chamada PT Rokan Adi Raya, na Província de Riau, Sumatra, que
registrou queimadas incontroláveis e altíssimo índice de desmatamento
durante o ano passado.
Até junho de 2013, já eram mais de 150 pontos de queimadas nessa concessão, forte indício de ilegalidade. Ainda assim, muitos dos fornecedores da P&G escoam o óleo de palma justamente pelo porto de Dumai, o principal da província de Riau.
Foi descoberto que o habitat dos Orangotangos estava
sendo devastado por plantações de fornecedores da P&G. Plantações do
Grupo BW Plantations, parte da cadeia de abastecimento da P&G,
estão relacionadas com mortes de orangotangos nas proximidades do Parque
Nacional de Tanjung.
Em outros casos, o Greenpeace registrou flagrantes de
derrubada criminosa de floresta por dois produtores que também são
fornecedores diretos da P&G.
Bebês de orangotango em centro de cuidados para animais na
Indonésia. A produção de óleo de palma está reduzindo o habitat da
espécie. (© Ulet Ifansasti / Greenpeace)
Até junho de 2013, já eram mais de 150 pontos de queimadas nessa concessão, forte indício de ilegalidade. Ainda assim, muitos dos fornecedores da P&G escoam o óleo de palma justamente pelo porto de Dumai, o principal da província de Riau.
O que podemos fazer?
É hora de fazer a P&G mudar suas práticas.
O Greenpeace já levantou essa questão diversas vezes
junto ao escritório da P&G, mas nenhuma ação concreta foi tomada
para resolver, de fato, este problema. Veja a carta que enviamos para a empresa, inclusive para a sede do Brasil.
Algumas empresas já estão agindo para eliminar o
desmatamento de suas cadeias produtivas. Entre elas estão a Kellogg’s,
L’Oréal, Unilever, Ferrero e Nestlé. A Wilmar Internacional, maior
comercializadora de óleo de palma do mundo, também se comprometeu com uma política de não-desmatamento que – junto com o grupo de inovação do óleo de palma – trabalha por um modelo de produção responsável que sirva de referência para o setor.
Fumaça de queimadas encobrem maquinário que drenava
florestas de turfa em concessão para plantio de óleo de palma na
Indonésia. (© Ulet Ifansasti / Greenpeace)
A P&G foi questionada durante os últimos oito
meses sobre o fato de estarem tornando os consumidores cúmplices da
destruição de florestas. Ao invés de tomar uma atitude imediata para
mudar isso, a empresa está tentando maquiar a situação com ações de
marketing, o famoso greenwash. É hora de Head & Shoulders se comprometer 100% com a proteção das florestas da Indonésia.
Não há desculpas para não agir.
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