Depois do PL da Grilagem e da Lei do Licenciamento, o presidente da
Câmara, Arthur Lira, quer colocar em votação o projeto de lei que vai
facilitar a entrada de mais agrotóxicos
Enquanto o Brasil atravessa uma das piores crises de sua história
recente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a bancada
ruralista e o governo federal se articulam para dar mais um golpe na
saúde da população brasileira. Pode ser votado a qualquer momento – e a
jato – um projeto de lei que vai permitir mais agrotóxicos no prato das
nossas famílias. Conhecido como Pacote do Veneno, o PL n.º 6.299/2002
torna ainda mais fácil a liberação de substâncias que, inclusive, já
foram banidas em outras partes do mundo.
Mas o atual governo e os representantes do agronegócio no Congresso
preferem ignorar a ciência e a voz do povo brasileiro. Desde que subiu a
rampa do Planalto, há apenas dois anos, Bolsonaro bateu todos os
recordes ao liberar mais de mil novas substâncias venenosas em
território nacional: seu governo já é responsável por autorizar cerca de
25% de todos os registros de agrotóxicos feitos nos últimos 20 anos no
Brasil.
A boiada vai passando e pisoteando cada pedaço da nossa legislação
ambiental. O Pacote do Veneno volta à pauta da Câmara depois que os
deputados ruralistas e governistas já conseguiram aprovar a Lei do (não)
Licenciamento e o PL da Grilagem. Nas próximas semanas, Arthur Lira
ainda pode colocar em votação projetos que atentam contra os territórios
indígenas.
O governo Bolsonaro e os deputados ruralistas estão escolhendo
empurrar a saúde e o futuro dos nossos filhos e filhas para o fundo do
poço. Estão escolhendo um modelo de produção agrícola que adoece,
desmata e mata. Estão escolhendo por mim, por você, por toda a população
brasileira.
Transfere
todo o poder DE DECISÃO de aprovação de um novo agrotóxico para o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tornando
praticamente consultivas outras partes fundamentais do processo de
avaliação e aprovação, como o Ministério do Meio Ambiente e a Anvisa,
órgãos responsáveis pelos pontos mais importantes em jogo: saúde e meio
ambiente;
Garante o registro de substâncias comprovadamente
cancerígenas. Atualmente ingredientes ativos que causam graves danos à
saúde (teratogênicos, carcinogênicos, mutagênicos) são totalmente
proibidos caso já tenha alguma evidência ou a partir do momento que
demonstrem em novos estudos tais propriedades tidas como proibitivas. O
pacote do veneno exclui esse texto e em troca diz que qualquer
ingrediente pode ser liberado, desde que não apresente “risco
aceitável”, sem sequer definir o que é aceitável. Pergunta importante:
aceitável para quem?
Muda o termo “agrotóxico” para
“pesticidas” mascarando a nocividade dessas substâncias e não atendendo à
realidade brasileira de baixa escolaridade no campo. O termo agrotóxico
é amplamente conhecido por quem lida diariamente com essas substâncias.
Ele não foi adotado ocasionalmente na construção da Lei 7.802/1989, mas
sim para colocar em evidência a toxicidade destas substâncias,
representando perda de direito à informação correta. Chamar agrotóxicos
de defensivos é como chamar COVID de gripezinha.
O PL também
inclui conferir registro temporário sem avaliação para aqueles
pesticidas que não forem analisados no prazo estabelecido pela nova lei.
Isso é o que os ruralistas chamam de “celeridade” ao processo, ou seja:
“não deu para avaliar a segurança para a saúde e o meio ambiente? Então
aprova e depois vê no que dá!”.
Olá para você que chegou por aqui em busca das receitinhas sem carne do mês de agosto.
Caso você não saiba, toda semana, em nossas redes sociais, nós
convidamos a todos a refletirem, sobre nossos hábitos alimentares e os
impactos na nossa saúde, no planeta e nos animais, com a campanha Segunda Sem Carne.
E antes das receitas, você precisa saber que atualmente o planeta
passa por uma crise climática e esse problema vem causando secas,
inundações, furacões, aumento do nível do mar e oscilações extremas do
clima. Portanto, muito além de um cuidado com a própria saúde, quando
você opta por não consumir produtos de origem animal durante um dia da
semana, você também está colaborando diretamente no combate ao
aquecimento global e todas essas consequências que ele gera.
É claro que políticas públicas também se fazem necessárias na
contribuição com mudanças desse tipo, mas a nossa própria consciência já
pode ser sim uma forte aliada nessa luta a favor da melhoria da
condição do meio ambiente como um todo.
Vamos às receitas?
SALPICÃO VEGANO
Ingredientes:
200 gramas de grão bico Uma cenoura ralada 100 gramas de milho 100 de ervilha 100 gramas de batata palha 80 gramas de uva passas 1 cebola roxa fatiada em meia lua 150 gramas de vagem 100 gramas de azeitona verde 30 gramas de salsinha picada
Para a maionese: 100 ml de água 25 gramas de extrato de soja 1 pitada de sal 2 dentes de alho 40 gramas de gergelim 100 ml de óleo vegetal Meio limão
Modo de Preparo
Comece deixando o grão de bico de molho por, no mínimo 8 horas. Após o
tempo de molho, descarte a água e leve os grãos à panela de pressão,
com uma nova água cobrindo os grãos.
Acrescente a folha de louro, sal e um fio de óleo vegetal e cozinhe
por aproximadamente 25 minutos, até que os grãos estejam macios. Escorra
a água e reserve os grãos para esfriarem.
Corte a vagem em cubos e refogue com um pouco de azeite por 5 minutos
até que estejam macias e deixe esfriar. Em uma vasilha coloque todos os
ingredientes, misture bem e reserve.
Para a maionese, bata os ingredientes no liquidificador, exceto o
óleo, por um minuto, para que triture o gergelim e o alho até que fique
um líquido homogêneo. Diminua a velocidade e adicione o óleo aos poucos,
deixando cair em fio enquanto bate. Aumente a velocidade conforme o
óleo for acabando e a maionese engrossando.
Em seguida, misture toda a maionese à vasilha dos ingredientes do salpicão e, por último, a batata palha. Sirva frio.
MOQUECA DE BANANA DA TERRA
Ingredientes:
2 bananas da terra grandes Suco de 2 limões 2 dentes de alho 1 cebola em rodela 1 pimentão vermelho em rodela 1 pimentão amarelo em rodela 1 tomate em rodela 400 ml de leite de côco Coentro, salsinha e pimenta Azeite e azeite de dendê Páprica picante, pimenta do reino, açafrão, cominho e sal Pedacinhos de castanha do pará (opcional)
Modo de preparo: Corte as bananas na transversal, de modo que
pareçam postas de peixe. Reserve por cerca de 40min em uma vasilha com o
suco de dois limões.
Em uma panela, aqueça 200ml de leite de côco com açafrão, cominho,
páprica e pimenta. Em seguida, misture com as bananas e limões, que
estavam reservados e acrescente sal.
Em uma panela grande junte os pimentões amarelos e verdes, tomates e a
cebola com um fio de azeite. Vá acrescentando mais 200ml de leite de
côco, azeite de dendê e ajustando a quantidade de tempero à gosto.
Continue misturando e então deixe a panela tampada em fogo baixo por 10min ou 15 min.
Finalize com coentro e salsinha. Ao servir, na montagem do prato,
você pode colocar pedacinhos de castanha do pará soltos por cima.
CALDO VERDE VEGANO
INGREDIENTES:
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
2 batatas inglesas descascadas
2 folhas de couve
1 xícara de espinafre
1 pitada de pimenta do reino
sal e cebolinha a gosto.
MODO DE PREPARO
Em uma panela de pressão, refogue o alho e a cebola em óleo ou azeite.
Adicione as batatas em pedaços e cubra tudo com água.
Acrescente o sal, pimenta do reino e outros temperos de sua preferência.
Deixe cozinhar por 20 minutos.
Adicione a mistura no liquidificador e acrescente as folhas verdes.
Bata tudo até ficar homogêneo.
E bom apetite.
HAMBÚRGUER DE ERVILHA
INGREDIENTES
Ervilha
Cebola
Salsinha
Alho
Sal
Chimichurri
Farinha de Trigo
MODO DE PREPARO
Coloque a ervilha de molho por aproximadamente 12 horas.
Após esse período, lave as ervilhas e cozinhe na pressão por 10 min.
Após o cozimento, escorra água, amasse as ervilhas e adicione os demais ingredientes.
Misture tudo, amassando.
Acrescente farinha de trigo.
Molde os hambúrgueres no formato e no tamanho que preferir.
E agora é só assar ou fritar.
Bom apetite.
E se essa é a primeira vez que você cogita aderir à redução do
consumo de alimentos que colaboram com a destruição do nosso planeta, e
ainda está com um pouco de confusão na mente, sem saber ao certo como
começar, nós podemos te ajudar. Faça parte da nossa campanha Segunda Sem
Carne e aproveita para dar uma olhada nesse e-book “Quarentena Sem Carne”, com receitas de chefs e nutricionistas da boa alimentação.
Lideranças indígenas realizaram um cortejo fúnebre para protestar contra a política assassina de Jair Bolsonaro
Brasília (DF) – As mais de 6 mil
lideranças reunidas no acampamento #LutaPelaVida realizaram, na manhã
desta sexta-feira (27), mais um ato de protesto contra a necropolítica
do Governo Bolsonaro. Desta vez, os indígenas ergueram um grande caixão
repleto de mensagens e saíram em um cortejo fúnebre pelas ruas da
capital federal. Ao final do ato, o caixão foi levado ao Palácio do
Planalto, num grande ritual que homenageou os indígenas mortos pela
política omissa, incompetente e criminosa do atual governo.
O caixão pesava 120 quilos, tinha 10 metros de comprimento e possuía
várias mensagens em seu corpo – como “Marco Temporal Não”; “Não é só um
vírus”; “Fora Grilagem” e “Fora Garimpo”. Além disso, o objeto listou
uma série de Projetos de Lei que tramitam hoje no Congresso Nacional e
que ameaçam os territórios indígenas e a biodiversidade brasileira, como
os PLs 490/2007, 191/2020, 2633/2020, 510/2021 e 2159/2021.
Na tampa, uma cruz com o termo “genocídio” lembrou dos mais de mil
indígenas mortos de COVID-19 devido à política omissa de Bolsonaro, que
negou recursos e assistência aos povos originários durante a
pandemia.
Marco Temporal
O ato faz parte da agenda do acampamento #LutaPelaVida – a maior
mobilização indígena dos últimos 30 anos, que reúne 6 mil lideranças, de
176 povos, na capital federal. A programação do evento conta com
plenárias, reuniões com autoridades, momentos e apresentações culturais e
atos políticos. O evento vai até a próxima quarta-feira, dia 1º.
As lideranças vieram a Brasília para acompanhar o julgamento do marco
temporal – uma tese que diz que os indígenas brasileiros só podem
reivindicar como terras indígenas as áreas que ocupavam no dia 5 de
outubro de 1988, data da promulgação de nossa Constituição.
Segundo diversos juristas, no entanto, essa teoria é falha e
inconstitucional, porque ela ignora todo o histórico de violências
cometidas contra os povos originários brasileiros ao longo dos últimos
séculos, como assassinatos, chacinas, genocídios, remoções forçadas e
surtos de doenças. Os indígenas vieram a Brasília pedir que os ministros rejeitem a tese do marco temporal.
O julgamento teve início na quinta-feira (26), mas foi adiado para a
próxima quarta-feira, dia 1º de setembro. O julgamento já foi adiado
quatro vezes em dois meses – mostrando que existe uma enorme pressão
para que esse tema não seja apreciado pelo Supremo Tribunal Federal
(STF). Ainda assim, as lideranças indígenas confiam que os ministros
irão cumprir o texto constitucional, que diz claramente que os direitos
indígenas, como o direito à terra, são originários; ou seja, são
anteriores à criação do estado, anteriores à criação do Brasil.
A professora e ativista Célia Xakriabá, de Minas Gerais, falou sobre o
atual momento enfrentado pelos indígenas brasileiros: “No nosso
território estamos morrendo por causa do PL da Grilagem, por causa do
genocídio instalado. É um genocídio legislado, que usa a estrutura do
Estado Brasileiro para matar. Os territórios indígenas estão sendo
devastados, invadidos. No entanto, enquanto o Congresso Nacional projeta
para nós o projeto da morte, nós projetamos o projeto da vida. Enquanto
eles projetam a voz do ódio no Congresso Nacional, nós projetamos o
canto e a força da ancestralidade”.
Luta incansável
Porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Carolina Marçal
contou que o Greenpeace defende a demarcação de todas as terras
indígenas reclamadas hoje pelos povos originários brasileiros – hoje,
são 1.296 áreas nessa situação, segundo a Fundação Nacional do Índio
(Funai).
“O Brasil possui uma dívida histórica com os povos originários. A
Constituição Federal, quando foi promulgada em 1988, previa um prazo de
dez anos para a demarcação de todas as áreas. Isso não ocorreu, hoje
ainda são mais de 800 terras que não foram demarcadas. Os indígenas
estão numa luta incansável pela manutenção de seu modo de vida e seu bem
viver. Precisamos entender melhor esses povos e temos muito a aprender
com eles no que diz respeito aos cuidados com a terra e com o planeta.
Eles são o presente, futuro e passado desse país”, disse Carolina.
Um levantamento feito pelo projeto MapBiomas – realizado com base em
imagens de satélites e em inteligência artificial – mostrou que, entre
1985 e 2020, as áreas mais preservadas do Brasil foram as terras
indígenas. Nesses territórios, o desmatamento e a perda de floresta foi
de apenas 1,6% no período de 35 anos. As terras indígenas são, portanto,
importantíssimas para a manutenção da biodiversidade e o equilíbrio
climático do planeta.
A produção que enxerga a natureza como aliada, é justa para quem
planta e para quem consome, é também um caminho inescapável para conter
os impactos das mudanças do clima
O recado da ciência está dado, e não é de hoje. A crise climática não
é mais uma ameaça futura e estamos vivendo uma última janela de
oportunidades para a tomada de ação em direção a uma mudança urgente e
necessária no modo de funcionar da humanidade.
Este foi um dos importantes alertas do mais recente relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que revelou que “é
inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a
terra”. E o que importa agora? O que importa é olharmos para o
que está errado, para as soluções que já existem, entendermos o que nos
trouxe até aqui e para onde precisamos ir a partir de agora.
E é sobre uma dessas soluções que vamos tratar: a agroecologia como alternativa ao atual modelo hegemônico de produção e consumo de alimentos (baseado em monocultivos e uso de agrotóxicos) e como uma forma de cultivo com maior capacidade de sobreviver a pressões externas como as mudanças climáticas que provocam a crise hídrica nos estados do Centro-Sul. Há
91 anos não se via níveis tão baixos de água nos reservatórios do país,
e a falta de chuvas gerou uma série de consequências que se unem a
problemas de gestão e, no final das contas, pesam no bolso e no prato
dos brasileiros, como a alta da conta de luz e do preço dos alimentos.
Para Flávio Bertin Gandara, professor de Ecologia da Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), da Universidade de São Paulo,
as diferentes formas de produção se relacionam de modos muito diversos
com recursos naturais como a água. “A agricultura irrigada é, de longe, a atividade humana que mais gasta água no mundo e no Brasil. Já a agroecologia tem como premissa o uso racional dos recursos naturais,
incluindo a água. Ela se utiliza também da irrigação, mas procura
empregar métodos que desperdicem menos este recurso, além de usar
espécies e variedades que sejam mais adaptadas às condições ambientais,
necessitando assim de menos irrigação”, explica.
Na agroecologia, a água é considerada um bem público, o que garante uma lida completamente diferente
daquela que rege a lógica exploradora do agronegócio pautada na
economia do desmatamento; e por ser uma forma de produção de alimento
consorciada com a natureza, ela inclusive contribui para o rebrotamento
de nascentes. Alguns sistemas agroecológicos, como a agrofloresta,
consistem justamente em plantar floresta e comida a um só tempo,
resultando em mais água nos sistemas.
Quer saber mais sobre os benefícios da agroecologia e a urgência de
fazermos uma transição de um modo de produção e consumo baseado na destruição e no lucro
para um que considere a natureza como aliada? Então pegue uma cadeira,
uma pitada de curiosidade e dê uma espiada nessa conversa cheia de
soluções que fizemos com o professor Gandara. As soluções já existem, já
estão sendo colocadas em prática, só precisam ganhar incentivo e escala
para que toda forma de vida seja beneficiada.
Nessa primeira parte da entrevista, saiba como a agroecologia pode, inclusive, contribuir com a absorção de gás carbônico da atmosfera.
Estamos falando aqui sobre duas formas de produção do
nosso alimento: de um lado, a agroecologia, que nasce principalmente
pelas mãos da agricultura familiar, que mantém a água viva em todos os
seus ciclos e considera os limites dos recursos naturais. E do outro,
uma agricultura que ameaça o próprio recurso do qual depende para
garantir sua produtividade, além de colocar todas as formas de vida em
risco ao contaminar os lençóis d´água, destruir nossas florestas e
biodiversidade, e não considerar o conhecimento milenar dos pequenos
agricultores. Em plena crise do clima, está fácil de ver qual delas não
se sustenta mais se a nossa escolha for pela saúde do planeta.
Nesta segunda parte da conversa, saiba algumas diferenças entre os grandes monocultivos e o sistema de produção agroecológico.
Por último, o professor Flávio Gandara responde à
pergunta: as plantações cultivadas no sistema agroecológico podem ser
mais resilientes do que o monocultivo na hora de enfrentar momentos de
crise como este que estamos vivendo de falta de chuvas e seca intensa? E
fomos um pouco mais além, perguntamos também se a agroecologia pode ser encarada como uma alternativa de adaptação às mudanças climáticas.
Além de responder a essas perguntas, ele conta sobre um estudo que
mostra como agricultoras e agricultores familiares do Semiárido
brasileiro sustentam seu cultivo nos princípios agroecológicos enquanto
lidam com as situações climáticas adversas da região. Um conhecimento
que pode dar pistas importantes sobre formas de produção de alimento que
apresentam maior resiliência frente às adversidades climáticas que
seguem se agravando em todo o território nacional.
Depois
dessa conversa, não há mais dúvidas de que precisamos colorir o campo e
o nosso prato, garantir a floresta em pé, valorizar o conhecimento
tradicional, e fortalecer uma produção que considere os limites dos recursos naturais, que valorize a diversidade e a cultura alimentar de cada região e que gere saúde para todas as formas de vida.
Já existem
soluções para a crise climática que podem contribuir com a resolução da
crise econômica e social brasileira. Precisamos apenas ligar os pontos,
contar com quem já está atuando e promover ações que contribuam para a
construção de um mundo mais justo, inclusivo e em equilíbrio com os
recursos naturais do planeta. Assine a nossa petiçãopara
se juntar ao movimento de pessoas que reconhecem a urgência da crise
climática e manter-se informade sobre mobilizações e iniciativas para
pressionar as autoridades.
Em luta contra o marco temporal, lideranças realizam a maior mobilização indígena dos últimos 35 anos
Brasília (DF) –A luta pelas florestas e biodiversidadeganhou um capítulo simbólico e muito especial esta semana.
Vindos de todas as regiões do País, 6 mil lideranças, de 176 povos
diferentes, se reúnem na capital federal até o final desta semana para o
acampamento #LutaPelaVida. Elas participam de uma série de plenárias,
atos políticos, discussões e articulações contra a tese do marco
temporal. Pelo número de povos , indivíduos envolvidos e contexto
político que caracteriza este encontro, esta aliança já é considerada a maior e mais importante mobilização indígena dos últimos 35 anos.
O motivo principal do acampamento é o julgamento do Recurso
Extraordinário 1.017.365. Previsto para ser realizado nesta quarta (25),
ele acabou sendo adiado – pela quarta vez em menos de dois meses – para a quinta-feira (26).
No centro deste julgamento está a tese do marco temporal – que diz
que os indígenas brasileiros só podem reivindicar as terras que já
ocupavam no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação de nossa
Constituição. Essa teoria é falha porque ela ignora todo o histórico de violências cometidas contra os povos originários ao longo dos séculos, como assassinatos, chacinas, genocídios, remoções forçadas e surtos de doenças. Os indígenas estão em Brasília para pedir que os ministros rejeitem a tese do marco temporal.
Inconstitucional
Além disso, juristas, militantes, organizações sociais e uma série de especialistas já disseram que o Marco Temporal é inconstitucional porque fere os artigos 231 e 232 da Constituição.
Esses artigos dizem que os direitos dos povos indígenas são
“originários” – ou seja, são anteriores à concepção de Estado, da
criação do Brasil. Para deixar seu recado bem claro, os indígenas
realizaram dois grandes atos que serviram para mostrar à sociedade
brasileira sua contrariedade e não concordância com o marco temporal.
A primeira ação ocorreu na terça (24) à tarde, numa praça em frente
ao Congresso Nacional. As lideranças indígenas espalharam 1.296 placas
de demarcação – para mostrar que o Brasil inteiro, de Norte a Sul,
possui terras indígenas que existem e resistem. O local ficou tomado por danças, cocares, tambores e maracás que se manifestaram contra a agenda anti-indígena do governo Bolsonaro e do Congresso.
Pela noite, as lideranças foram para a Praça dos Três Poderes e
escreveram, com quase 400 lâmpadas de LED, a mensagem “Brasil Terra
Indígena”. Mais de duas mil velas foram distribuídas aos parentes, que
realizaram um grande toré ao redor da mensagem, com cantos e danças que
chamaram os espíritos e encantados para interceder junto ao Supremo
Tribunal Federal. Os indígenas confiam nos ministros do STF para que se atenham ao texto constitucional e que cumpram o que está escrito na lei – e que afastem qualquer possibilidade de restrição ou reversão do que foi garantido pela Constituição Federal de 1988.
Um dos coordenadores-executivos da
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá contou
que, com a discussão da tese do Marco Temporal, os povos indígenas estão
sob ameaça: “Se essa tese do marco temporal for aprovada, ela não apenas vai sangrar o Brasil mais uma vez. Ela vai gerar um caos humanitário.
Ela vai gerar um caos ambiental. Vai insuflar o desmatamento. Vai
aumentar conflitos ambientais e os povos indígenas vão, mais uma vez,
estar no centro de um genocídio global”.
Porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace, Carolina Marçal falou
que, ao rejeitar o marco temporal, os ministros da Suprema Corte farão
justiça aos povos. Diversos processos demarcatórios com pendência por
todo o País poderão finalmente avançar, e assim garantir que os povos
indígenas brasileiros mantenham vivas suas culturas e tradições.
“Existem 530 territórios cuja demarcação sequer teve início, que
ainda aguardam providências do governo federal. Existem outras 306
terras que estão paradas em alguma etapa do processo demarcatório. Os
ministros têm em suas mãos uma responsabilidade muito grande que pode
determinar o futuro de todos os povos e terras indígenas do Brasil”,
disse Carolina.
Por que a Amazônia pega fogo? O que são os rios voadores? O que é o
arco do desmatamento? Respondemos a estas e outras perguntas, para você
ficar por dentro das pautas ambientais
Quando o assunto é meio ambiente, existem tantos termos e conceitos
que às vezes pode parecer que ambientalistas, cientistas e jornalistas
estão falando grego! Acreditamos no poder de uma sociedade informada,
mas para que a informação seja acessível e alcance toda a sociedade,
precisamos deixar esses termos e conceitos um pouco mais populares.
Foi com este objetivo que criamos a série “Greenpeace Explica”, com
vídeos curtos e informativos, que irão trazer informações sobre diversos
desses conceitos. Toda segunda-feira publicaremos um novo episódio no Youtube do Greenpeace Brasil.
A série é ótima para quem quiser se aprofundar no tema e também para ser usado em sala de aula. Confira:
Episódio 2 – O que é uma Unidade de Conservação?
Parque Nacional, Parque Estadual, Reserva Biológica, Reserva de
Desenvolvimento Sustentável. Todos esses nomes referem-se a diferentes
tipos de Unidades de Conservação, ou apenas “UC”. Elas são criadas com o
objetivo de preservar e conservar a flora, a fauna, os recursos
hídricos, características geológicas, culturais, as belezas naturais, ou
como forma de recuperação de ecossistemas degradados e para promover o
desenvolvimento sustentável.
Episódio 1 – Por que a Amazônia pega fogo?
A Amazônia é uma floresta tropical úmida. E justamente por ser muito
úmida, ela dificilmente pega fogo de forma natural. Os incêndios na
Amazônia são, portanto, causados pelo ser humano, que usa o fogo no
processo de desmatamento. Assista Greenpeace Explica e entenda como isso
acontece.
Jornalista do Greenpeace Brasil em Manaus. Adora acampar e o
cheiro da floresta depois da chuva. Ama sua filha, dormir, cozinhar e
contar histórias, nessa ordem.
The world is on fire, under water, and in trouble. The recent
Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) report states that
climate change is widespread, rapid, and intensifying, a fact that we’ve
been witnessing these past few months of raging wildlifes, massive
floods and intense heatwaves across the world. It is clear, things could
get very much worse if we do not take urgent action now.
In conjunction with World Photography Day, we have an updated
conversation with photographers and an editor about photography and its
role in talking about the urgency of the climate crisis. How do we
visually communicate the climate emergency? What makes an impact? Can
photography help to raise awareness of the climate crisis?
There is no denying the power of photography as a universal medium of
communication, one that transcends language and cultural barriers. And
the planet needs everyone on board in the fight against climate change.
These dedicated photographers and editor share with us how through
images, we can see the planet’s vulnerable beauty as well as the
devastating impact of our actions and what we could potentially lose
without immediate, direct action.
Esther Horvath, Photographer
Esther Horvath’s first expedition to Antarctica was with the US
Coast Guard’s icebreaker Healy in 2015, when she developed a deep love
for the environment and decided to dedicate her work to documenting the
polar regions.
Everyone has a different angle working with climate change. Mine is
working with scientists. All of us know that the Arctic Ocean is melting
and that the average temperature changes two to three times faster than
the rest of the planet. But I always raise this question: how do we
know this? How do we know all this climate data through reading the news
that we know about?
My angle is documenting the work of the scientists and based on their
dedicated long-term work, we have this scientific data. It is difficult
to document the change itself because you can’t document it on one
specific day unless you photograph the same place, the same glacier over
a period of time, which is not what I’m doing. I talk about climate
change through scientific work. In my text, I write about their
findings.
Because I’m focusing on the lives of scientists and how they work and
live, I feel I can bring the human aspect closer to the audience. In
this remote location, there is no Internet, no TV and radio, so I ask,
what do they do with their spare time? In one way, these scientists are
like heroes to me, going to these remote locations and dedicating their
lives to working there. But at the same time, they are normal people,
just like us, and I wanted to show this side of them.
My goal is to raise awareness about the situation, that these changes
are accelerating in the Arctic and for people to understand that even
though it is far away, everything that happens there will impact their
lives, wherever they live on this planet. I want to bring about positive
changes in the lives of individuals and also to bring the work to
politicians and decision-makers so that they will go in a positive
direction. My goal is to trigger positive changes for the future of our
planet.
Sudhanshu Malhotra, Multimedia Editor, Greenpeace
Things are changing rapidly. Seeing floods and wildfires in all parts
of the world in the last few months have been a wake up call. It’s an
emergency and should be treated like an emergency. At Greenpeace, one of
our core values is to bear witness, that was how we started in the
1970s. That is something we try to do – record, document and bear
witness to events. Collectively, we should not forget.
We are not trying to shock our audience with horrible images that
sensationalise but in a softer way, tell them what the reality is. When I
was editing images from the Australian bushfire last year, there were a
lot of horrible images of badly burnt or charred wildlife. We had to
consciously not select those images because the images should tell a
story while keeping in mind that we want to engage people, not scare
them. An image has to be honest and also inviting. For us, the
photographs that generate an emotion and invite people to engage are
more important than shocking them. There has to be an energy in the
image that attracts or intrigues you, an invitation for you to read or
know more.
In the last five years, there’s been a big shift in perspective on
environmental photography. Something that might have been on page eight
of a newspaper has moved to the front page. There has also been a shift
in the attitude of editors and photographers about climate change, an
issue which has become mainstream.
Whether it is climate change or human rights or any issue,
photography is a conversation starter. You can’t expect more than that,
that might be too much. The role of photography is to start a
conversation so that people can start talking about what is happening
and wanting to know more. It has the ability to create a chain reaction.
A strong image can stay long in our memories and has a strong recall
value. It stays with us.
Solmaz Daryani, Photographer
In 2015, Solmaz Daryani started photographing Lake Urmia in Iran,
where she spent her childhood summers and holidays while visiting her
grandparents. Once one of the biggest saltwater lakes in the world, the
lake has now shrunk to a fraction of its original size.
I remember when I first started photography, people would question
why I was taking pictures, if it will change anything. But I have
witnessed over these six years of doing this story, how people have
gotten more aware of climate change and the harm they are doing to the
environment.
I think that photographs, movies and documentaries have a very
important impact, at least to make people think about, and acknowledge,
climate change. In 2015, Leonardo de Caprio shared one of my photos of
Lake Urmia on his Instagram, addressing the issue of the lake. It had a
huge impact on the people in Iran that a celebrity outside of the
country actually cared about the issue. After that, I understood the
power of the image and how it can change people’s perceptions.
I’m not trying to prove that climate change exists. There are
numerous scientific proof and articles about it. I want to connect with
the work through personal stories. By using the personal narratives of
real people, it can help to change their minds and talk about climate
change. If we want to pressure governments and corporations to act, we
need to be united in addressing this global issue.
Over time, you can get tired of images of polar bears, melting
glaciers, floods or other extreme conditions. But if you change the
narrative to create new, more personal narratives, then I think people
can connect more with that. There is a Persian saying that whatever
comes from the heart, will sit in the heart. I’m trying to tell a story
from the heart and hope that it will sit in the hearts of others.
James Whitlow Delano, Photographer and Founder of EverdayClimateChange
Originally founded on Instagram, the EverydayClimateChange
project has expanded to include physical exhibitions in Europe, Asia and
North America, and the recently launched EverydayClimateChange
Interviews on YouTube.
This is a balancing act, as you know. On the one extreme, I don’t
want to give the impression to viewers that the situation is under
control. Good efforts are being made but clearly the climate crisis is
intensifying. On the other pole, we don’t want to post solely soul
crushing environmental tragedies. Most of the photographers are
reportage photographers and often document what is going on or, at
least, the challenges. There must be a balance to give a sense of
urgency while offering hope at the same time.
Work that provides a powerful contrast can speak to the crisis, or I
also like work that surprises me. When I work, I often try to bring
together beauty and nature out of balance, like at La Rinconada in Peru,
an artisanal gold mine 5,200m up in the Andes at the base of what
should be a pristine glacier. It is the highest permanent human
settlement on earth and the miners follow the melting glacier up the
mountain in search of new veins of gold. It is where hell meets
heaven.
Social media is subject to trends. The question would be how long
will people be engaged in a certain platform. That is another reason I
have reached out beyond Instagram with this project because the climate
crisis is the challenge of our time. I try to use each platform to their
strengths. I think, for example, like exhibitions,
EverydayClimateChange Interviews will lend an important new perspective
to documenting the climate crisis by adding the human, experiential
aspect to the photographers’ work. We are storytellers and I want to
record our stories so that they can live on and inform future
generations.
Tashiya de Mel, Photographer and Founder of Lost in Ceylon
Tashiya de Mel is a documentary photographer who uses her
combined knowledge of visual storytelling and conservation to create
narratives that drive social change and highlight impacts of the
environmental and climate crisis. She is based in Colombo, Sri Lanka.
I spent much of my early adulthood exploring the remote corners of
Sri Lanka. These experiences set in motion an ongoing love affair with
the wildness of this world and a desire to reconnect people to it. It
was when hiking through the central highlands of the island that I first
fell in love with the medium of photography. I hoped to document the
sheer beauty of what I saw. But I soon began to notice the impact we
were having on our planet. Pollution, deforestation, and drought among
other things, were exacting a heavy toll on our natural world.
This is what moves me to be a visual storyteller. By documenting the
threats and the resilience of our natural world at the nexus of
increasing anthropogenic activity, I want to tell the stories that we
are too afraid to confront. If we want to step up, we must understand
both what’s at stake and how the stories we tell and the images we make
can turn us into an ally or threat.
While there is a lot of scientific data available on the climate
crisis, statistics and numbers alone can’t connect with people.
Photography can really bridge that gap, and help visualise concepts and
issues in ways that numbers are not able to.
Photography transcends cultural, social, and political barriers. It
can help us understand ourselves, our communities, and the world we live
in. A compelling photograph has the power to evoke emotion and provoke
thought. It can allow us to reimagine a healthier relationship with the
natural world and challenge public and political perceptions.
Lee Kuen is a Content Editor at Greenpeace International.
Unprecedented fires have been scorching huge swaths of eastern Russia
in recent weeks, with Siberia’s Yakutia region hit hardest. While
Russia has been experiencing an increasing severity of wildfires due to
blistering summer temperatures and a historic drought, this year, all
records are being broken. More than 300 fires are still active across
what is supposed to be one of the coldest parts of the world.
Siberia fires dwarfing all other combined fires
In recent days, experts have found that the Siberia forest blazes are bigger than all the other wildfires burning in the world
combined. As of August 16, the area covered by fires since the
beginning of the year amounted to 17.08 million hectares – an area
nearly twice the size of Portugal – and continues to grow. This massive
size is a first in the recorded history of satellite observation.
Catastrophic fires are still burning Yakutia, in the region of
Irkutsk, in the southern Urals along with other regions of the country.
2021 could surpass Russia’s worst fire year, 2012,
Alexei Yaroshenko, forestry expert with Greenpeace Russia predicts.
According to scientists, Northern Siberia, like the Canadian Arctic, is warming three times faster than the rest of the world.
Siberian smoke roaming the Earth
Smoke from these massive wildfires in Russia’s Siberia region reached
the geographic North Pole for what could be the first time in recorded
history, according to NASA. The fires were so extreme that plumes of smoke also have stretched to Mongolia, Canada, Nunavut and Greenland.
More evidence that there are no borders in a climate crisis.
Entire
cities have been trapped in smoke. Roads and airports in Russia had to
be closed and thousands of people evacuated. In the middle of July 2021,
residents of Yakutsk, the capital of Sakha, were breathing in smoke
from over 300 separate wildfires, as reported by the Siberian Times.
Thousands of firefighters, agricultural workers, soldiers and other
emergency workers have been contributing to the firefighting efforts. In
several cities, officials are desperate for more volunteers and more
financial resources to fight the fires.
Greenpeace Russia is joining forces with volunteer firefighters,
local authorities and residents to fight back. In recent days, a team of
Greenpeace staff and volunteers joined firefighters from the Ministry
of Natural Resources and Natural Reserve Rangers in the region of Lake
Ladoga to help local volunteers and the Aerial Firefighting State
Service tackle forest fires in the Ladoga Shkhery National Park.
“For years, officials and opinion leaders have been saying that fires
are normal, that the taiga is always burning, and there is no need to
make an issue out of this. People are used to it,” said Alexei Yaroshenko, a forestry expert with Greenpeace Russia.
Sustainable forestry and forest fire protection is part of Russia’s
Green Deal – a plan for systemic change, developed by Greenpeace Russia
and partners, for effective environmental and climate safeguards in the
country. The proposal is gaining support among public and policy makers.
As the latest IPCC climate report details, a hotter future is already locked in.
But decisive climate action by governments to rapidly cut climate
wrecking emissions from polluting industries and to protect and restore
nature will determine how hot it gets.
It’s time to stop economic cutbacks on forest protection, listen to
local communities living with our forests and support national forestry
to protect humanity and our climate.
Yulia Davydova is a forest campaign media coordinator with Greenpeace Russia
O crimeambiental ocorre longe dos olhos do grande
público. Mas com apoio de imagens de satélite e monitoramento de campo,
denunciamos a destruição que avança sobre a floresta
Acaba de entrar no ar o segundo episódio do Top 5 da Destruição
👆. Esta semana, trazemos um desmatamento recente do tamanho do Jardim
Botânico do Rio e outro tão grande que, que se as árvores perdidas ali
fossem enfileiradas, seria possível dar uma volta na Terra! Chocante,
né? Assista o vídeo e deixe seu comentário 👇.
Top 5 – Episódio 1
O desmatamento e as queimadas geram impactos extremos
em nossa vida, afetando o clima, a disponibilidade de água, a
biodiversidade e a segurança de quem vive nessas regiões. Mas às vezes
pode ser difícil ter noção do tamanho desse impacto, já que são crimes
que ocorrem longe das vistas da maioria das pessoas, que vivem nos
grandes centros urbanos.
Para trazer atenção para essas proporções, criamos o Top 5 da
Destruição, onde traremos à público periodicamente alguns dos maiores,
mais escandalosos e absurdos casos de destruição florestal do período. A
ideia é que as investigações possam ser usadas pela sociedade como
ferramenta de denúncia e mobilização, amplificando os dados e os fatos,
para que possamos exigir ação de políticos e empresas.
Nos próximos meses, nossa equipe de pesquisas irá monitorar de perto o
avanço da destruição, e traremos essas histórias até você.
E para você que leu até aqui, temos um extra! A medalha de Nióbio.
Nossa menção desonrosa desta semana vai para um estado que tinha tudo
para ser exemplo de conservação, mas que vem há alguns anos
escorregando na missão: o Amazonas, que no mês de junho ocupou o segundo
lugar em desmatamento na Amazônia, atrás apenas do Pará.
Assim, a medalha de Nióbio fica para o município de Lábrea (AM), onde
encontramos um desmatamento de 1.392 hectares dentro de uma floresta
pública não destinada. Para você ter uma ideia, essa área é quase 26
vezes o tamanho do Jardim Botânico do Rio de Janeiro!
Imagem de maio de 2021. (fonte: PLANET)
É
tempo de fazer nascer a sociedade que queremos, onde o crime ambiental
não será tolerado, onde nossos rios corram sem barreiras e nossa terra
seja respeitada, com comida boa para todos e um ambiente saudável. O
lugar que queremos para agora, não para o futuro, e que cabe a nós
conquistar.
Entre para a Brigada Digital e faça mais pela proteção da floresta. Quer saber mais? Acesse aqui
Marcelo Laterman, da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil
Anúncio de programa que incentiva o uso de carvão mineral pelo
Ministério de Minas e Energia significa retrocesso brutal em tempos de
crise climática
No mesmo dia (09/08) em que foi lançado o 6º relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que alertou o mundo
sobre a urgência de ações concretas e imediatas para conter as mudanças
climáticas e de que é inequívoca a influência das ações humanas no
aquecimento global – especialmente com a queima de combustíveis fósseis,
o governo brasileiro publicou o detalhamento do Programa para Uso Sustentável do Carvão Mineral Nacional, que prevê o fomento do setor de carvão mineral.
A proposta promove uma política de estímulo à aquisição de
equipamentos de mineração e pesquisa para o setor, além de vantagens
fiscais para atrair até 20 bilhões de reais em investimentos nos próximos 10 anos para a fonte de energia que mais polui o mundo.
Segundo o IPCC, a concentração de CO2 na atmosfera já é a mais alta
dos últimos 2 milhões de anos. É nesse contexto que o governo do Brasil,
país que não depende do carvão para geração de eletricidade e que tem
entre as melhores condições de geração de energia limpa e renovável do
planeta, propõe um programa de incentivo ao carvão, enquanto vários
países do mundo já buscam formas de se livrar desse mal.
Em 2017, 19 países que dependem mais do carvão do que nós, anunciaram
uma aliança pelo encerramento de seus programas a carvão até 2030,
entre eles Reino Unido, França, Canadá, Portugal e México. Em 2018 foi a
vez do Chile, em que o mineral responde por 35% da geração elétrica.
Este período serve para que os países desenvolvam estratégias para
promover uma transição energética justa, ou seja, um plano de ação para
promover outras fontes de renda às populações das regiões carboníferas,
inclusive com o fomento à geração de energias renováveis nessas
localidades.
É este debate que deveria estar na mesa, em especial nas cidades do
sul do Brasil onde hoje está a maior parte das usinas de geração
termelétrica a carvão. No entanto, ao invés de olhar para os diversos
potenciais e o futuro dessas comunidades, investindo na transição justa,
o governo insiste em um modelo fadado ao fracasso, tanto financeiro
como climático. E os impactos quem sente é o povo brasileiro, no bolso e
na vida.
Já
existem soluções para a crise climática e que podem ajudar na resolução
da crise econômica e social brasileira. Precisamos apenas ligar os
pontos, contar com quem já está atuando e promover ações que contribuam
para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e em equilíbrio com o
meio ambiente. Assine a nossa petiçãopara
se juntar ao movimento de pessoas que reconhecem a urgência da crise
climática, dar voz às pessoas mais afetadas por este problema e
manter-se informade para nos mobilizarmos pela causa e pressionarmos as
autoridades.
Plataforma apresenta experiências de resistência de povos indígenas e populações tradicionais de Brasil, Peru e Equador
A conexão dos povos indígenas com seu território é uma das
características mais marcantes dos povos originários de todo o mundo. Ao
contrário dos não-indígenas, que veem os recursos naturais como recurso
a ser utilizado e explorado, etnias como os Guarani, Tikuna, Kaingang,
Macuxi e Terena possuem uma relação muito mais harmoniosa, próxima,
espiritualizada e simbiótica com a natureza e seus elementos, como os
rios, florestas e animais.
Por isso, defender os territórios é algo tão importante para esses
povos e um pilar fundamental em suas lutas. Lideranças contam que não é
possível imaginar uma resistência indígena que não passe pelo direito a
um território íntegro e saudável.
Essa relação, no entanto, está ameaçada – a quantidade de projetos
agropecuários, minerários e energéticos dentro ou no entorno de Terras
Indígenas, principalmente no Brasil, só cresce. Reportagem da Agência
Pública mostrou que, desde o início do Governo Bolsonaro, por exemplo,
os processos de exploração minerária dentro de Terras Indígenas cresceram 91%.
Lucro x prejuízo
Para ajudar na luta em defesa dos territórios, o projeto Todos os Olhos na Amazônia
– uma iniciativa da qual o Greenpeace Brasil faz parte, que busca
interromper o desmatamento fortalecendo a luta dos povos indígenas e
comunidades tradicionais – lançou recentemente uma série de estudos de casos, que examinam com detalhes como alguns povos da América do Sul promovem a defesa de seus territórios.
Esses estudos são compostos de vídeos, documentos em PDF,
infográficos e linhas do tempo que contam como as populações
tradicionais – que incluem indígenas, quilombolas, ribeirinhos e
beiradeiros – têm organizado a resistência e defesa de seus territórios.
O uso de tecnologia, estratégias de comunicação e formação de
lideranças tem ajudado a frear o desmatamento e interromper projetos de
exploração que visam o lucro de uns e o prejuízo de muitos.
Caso Sinagoe, do Equador
Em outubro de 2018, o povo indígenaA’i Cofán obteve, nas cortes de justiça equatoriana, uma decisão que proibiu a exploração mineral em seu território
– protegendo mais de 32 mil hectares. Para isso, os A’i Cofán
empregaram uma série de estratégias que envolveu monitoramento
territorial comunitário, uso de tecnologias e ações de comunicação e advocacy.
Caso Karipuna, de Rondônia (BRA)
Entre 2020 e 2018, os Karipuna conseguiram reduzir em 62% o desmatamento dentro de seu território, graças a um trabalho de monitoramento territorial, denúncias legais e advocacy que contou com diversas parcerias estratégicas – entre elas, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e o Greenpeace Brasil.
Caso Puinamudt, do Peru
O caso peruano conta a história da Puinamudt
– uma organização indígena fundada em 2011 que representa 89 povos e
cerca de 23 mil pessoas, habitantes de uma área de 690 mil hectares. A
Puinamudt foi criada para dar repercussão nacional às lutas dos povos da
Amazônia peruana, que há mais de 50 anos enfrentam a exploração
petroleira naquela região.
Caso PAE Lago Grande, no Pará
Este estudo de caso mostra como a formação e
mobilização de jovens lideranças pode ajudar na proteção de territórios
tradicionais. Os “Novos Cabanos”, como são chamadas essas lideranças paraenses,
protegem mais de 250 mil hectares, representando mais de 35 mil pessoas
e 144 comunidades contra projetos minerários que cobiçam as riquezas
que existem no subsolo daquela área. A luta no PAE Lago Grande também
conta com o apoio do Greenpeace Brasil.
Vale uma conferida também nas outras seções da plataforma Todos os Olhos na Amazônia
– um repositório de estratégias inovadoras e colaborativas de combate
ao desmatamento e degradação da floresta amazônica e a violação dos
direitos de seus habitantes. É possível encontrar vídeos, podcasts,
artigos acadêmicos e vários outros materiais.
Luta pela Vida
Porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Carolina Marçal
afirmou que os casos reunidos na plataforma mostram que, embora a luta
contra os grandes interesses econômicos seja difícil, ela não é uma
batalha impossível.
“Esses casos explicitam a resistência incansável de povos que
resistem há mais de 500 anos, em uma luta pela manutenção de suas
culturas, povos e territórios, em uma luta pela vida. Eles mostram que
existem estratégias disponíveis que podem ser aplicadas em outros
lugares, e que o uso de tecnologias, aliado a conhecimentos
tradicionais, podem auxiliar na proteção territorial e na conservação de
milhares de hectares de florestas. Precisamos olhar esses casos,
estudá-los com atenção e reproduzi-los em outros locais – vemos aqui
histórias poderosas de resistência que devem ser divulgadas”, disse
Carolina.
Hi, everybody. We would like to talk about the importance of vaccination, wich is, certainly, one of the great discoveries ever made in science; lets not forget antibiotics, too. Today, we face this pandemic crisis and as part of humanity, here in our planet earth, and as citizens of our countries, we must do our part and vaccinate ourselves.
Also, we must estabilish good habits into our daily routines; always wash our hands, the use of masks and social isolation must be routine in these times.
Only reliable sources must be promoted and all available tested vaccines have their own level of efficiency and security. We promote here that we must not give any kind of preference in terms of brand. We promote here that we need to guarantee our imunization as fast as possible.
Olá para você que chegou por aqui em busca das receitinhas sem carne do mês de agosto.
Caso você não saiba, toda semana, em nossas redes sociais, nós
convidamos a todos a refletirem, sobre nossos hábitos alimentares e os
impactos na nossa saúde, no planeta e nos animais, com a campanha Segunda Sem Carne.
E antes das receitas, você precisa saber que atualmente o planeta
passa por uma crise climática e esse problema vem causando secas,
inundações, furacões, aumento do nível do mar e oscilações extremas do
clima. Portanto, muito além de um cuidado com a própria saúde, quando
você opta por não consumir produtos de origem animal durante um dia da
semana, você também está colaborando diretamente no combate ao
aquecimento global e todas essas consequências que ele gera.
É claro que políticas públicas também se fazem necessárias na
contribuição com mudanças desse tipo, mas a nossa própria consciência já
pode ser sim uma forte aliada nessa luta a favor da melhoria da
condição do meio ambiente como um todo.
Vamos às receitas?
CALDO VERDE VEGANO
INGREDIENTES:
1 cebola picada
2 dentes de alho picados
2 batatas inglesas descascadas
2 folhas de couve
1 xícara de espinafre
1 pitada de pimenta do reino
sal e cebolinha a gosto.
MODO DE PREPARO
Em uma panela de pressão, refogue o alho e a cebola em óleo ou azeite.
Adicione as batatas em pedaços e cubra tudo com água.
Acrescente o sal, pimenta do reino e outros temperos de sua preferência.
Deixe cozinhar por 20 minutos.
Adicione a mistura no liquidificador e acrescente as folhas verdes.
Bata tudo até ficar homogêneo.
E bom apetite.
HAMBÚRGUER DE ERVILHA
INGREDIENTES
Ervilha
Cebola
Salsinha
Alho
Sal
Chimichurri
Farinha de Trigo
MODO DE PREPARO
Coloque a ervilha de molho por aproximadamente 12 horas.
Após esse período, lave as ervilhas e cozinhe na pressão por 10 min.
Após o cozimento, escorra água, amasse as ervilhas e adicione os demais ingredientes.
Misture tudo, amassando.
Acrescente farinha de trigo.
Molde os hambúrgueres no formato e no tamanho que preferir.
E agora é só assar ou fritar.
Bom apetite.
E se essa é a primeira vez que você cogita aderir à redução do
consumo de alimentos que colaboram com a destruição do nosso planeta, e
ainda está com um pouco de confusão na mente, sem saber ao certo como
começar, nós podemos te ajudar. Faça parte da nossa campanha Segunda Sem
Carne e aproveita para dar uma olhada nesse e-book “Quarentena Sem Carne”, com receitas de chefs e nutricionistas da boa alimentação.
Sem os povos originários, não será possível vencer a crise climática
Hoje é celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Nesse dia
tão importante, reafirmamos o nosso apoio e respeito à luta incansável
dos povos originários pela vida, pela natureza, por seus territórios e
pela garantia de seus direitos reconhecidos na constituição.
Os povos indígenas são guardiões por excelência da natureza, sem a
qual não será possível vencer a mais grave emergência que ameaça a
humanidade – a crise climática. Defender os direitos dos povos indígenas
é, portanto, garantir nosso passaporte para o futuro e as condições de
existência para as futuras gerações.
Para marcar esse dia, compartilhamos com vocês a websérie Arandu,
produzida em 2020 pelo Greenpeace. Mostrando imagens dos territórios
brasileiros e ouvindo depoimentos de algumas das mais reconhecidas
lideranças indígenas de nosso País, este conjunto de 12 curta-metragens
expõe o que os Krikati, os Baré, os Canoé e os Kassupá pensam sobre a
vida, o planeta, o tempo e a relação que as populações tradicionais têm
com os seus ambientes.
Ouvir o tempo
Arandu é um termo Kaiowá e Guarani que significa “ouvir o
tempo”, “vivenciar”, “entendimento” e “conhecimento”. Hoje, mais do que
nunca, a sociedade não-indígena precisa aprender e pôr em prática essas
ideias, que já estão sendo vivenciadas pelos povos originários há
séculos.
“Tudo para nós é sagrado”, diz a liderança da Terra Indígena
Arariboia (MA), Suluene Guajajara. “A mata é sagrada, a água é sagrada.
Nossos Encantados querem a água limpa. Eles não gostam de poluição, de
zoadas. Mas os empreendimentos próximos, no entorno das Terras Indígenas
afastam esses seres. Entendemos que existe um impacto causado pelas
mudanças climáticas. Alguma coisa errada está acontecendo no mundo,
porque muitos não estão respeitando o que é de sagrado”, contou Suluene.
Único corpo
“Nós, os povos indígenas e as florestas, somos todos interligados. A
nossa espiritualidade está dentro do nosso território. Nós somos isso, o
corpo, que podemos ver; mas somos também uma parte espiritual – somos
as águas, os animais, a floresta, o ar, os igarapés. Somos um único
corpo. Matando os povos indígenas, você destrói a floresta amazônica”,
explicou a titular da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia
Brasileira (Coiab), Nara Baré.
O Brasil é especialmente pródigo quando se trata de riqueza étnica e
cultural. Existem em nosso país 305 povos indígenas distintos, falantes
de pelo menos 274 línguas. Desse total, ao menos 115 povos vivem em
isolamento voluntário – a grande maioria, na Amazônia. É um conjunto de
modos de vida, cosmovisões, vivências espirituais e concepções de mundo
únicas e específicas, que formam um patrimônio imaterial de valor
incalculável.
Genocídio
Nossos tempos, no entanto, não têm sido fáceis para os indígenas. Sob
o Governo Bolsonaro, os povos originários têm sido duramente atacados;
situação que ficou mais grave após a pandemia de Covid-19 e a crise
econômica que estamos enfrentando.
No meio de 2020, auge da pandemia do coronavírus, Bolsonaro vetou a obrigação do Governo de garantir acesso à água potável
e leitos a indígenas na pandemia. Segundo a Comissão Pastoral da Terra
(CPT), das famílias vítimas de invasões de terra em 2020, 71% delas eram famílias indígenas. O Projeto de Lei 490/2007, aprovado em junho de 2021
numa comissão da Câmara dos Deputados, inviabiliza a demarcação de
Terras Indígenas e promove a abertura desses territórios ao agronegócio,
à mineração e à construção de hidrelétricas. E, em Rondônia, uma lei que reduziu áreas protegidas
deixou as Terras Indígenas Karipuna, Uru Eu Wau Wau, Karitiana, Lage e
Ribeirão mais vulneráveis a invasões. Por tudo isso e mais um pouco, o
Brasil já tem sido apontado no exterior como causador de um genocídio indígena.
Ataque e desmonte
“Os povos indígenas hoje correm imensos riscos”, disse a porta-voz da
Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Carolina Marçal. Segundo a
especialista, o desmonte das políticas socioambientais construídas ao
longo de décadas e o ataque aos direitos dos povos e das comunidades
tradicionais são o propósito do atual governo federal .
“Ao tentar abrir a todo custo as terras indígenas para exploração e
interesses particulares, o governo federal e a bancada ruralista ferem a
Constituição e colocam em perigo centenas de povos e também a própria
biodiversidade brasileira e o equilíbrio dos serviços ecossistêmicos
que nossos biomas prestam ao mundo”, disse Carolina.
Antes que se vá, pedimos o seu apoio. Neste
momento de quarentena, mantemos nossos escritórios fechados, mas nossa
equipe segue de casa trabalhando em nossas campanhas, pesquisas e no
monitoramento dos crimes ambientais. Sua doação é muito importante para
que esse trabalho continue sendo feito com independência e qualidade,
pois não recebemos recursos de governos e empresas.Clique e se torne um doador.
Dados divulgados pelo INPE e as imagens registradas na última semana
de julho, reforçam a ineficiência do governo federal em combater a
destruição
De acordo com os dados do Inpe Queimadas, julho registrou 4.977 focos
de calor no bioma Amazônia, todos ilegais, já que o Decreto nº 10.735,
que proibiu o uso do fogo no Brasil, está vigente desde 28 de junho de
2021, mesma data em que o governo federal autorizou novamente o uso das
tropas militares para combater as queimadas. É a terceira vez que o
governo Bolsonaro utiliza o dispositivo da Garantia da Lei e da Ordem
(GLO) no combate ao crime ambiental.
Como principal estratégia do governo federal para conter a
destruição, a GLO é comprovadamente ineficiente. A Amazônia segue sob
intensa ameaça e a ilegalidade e a destruição continuam devastando
grandes áreas, conforme mostram as imagens registradas pelo Greenpeace
em sobrevoo de monitoramento, que aconteceu entre os dias 29 e 31 de
julho de 2021.
“É importante analisar os focos de calor considerando também o
desmatamento ocorrido recentemente na Amazônia. Muitas áreas foram
derrubadas e degradadas recentemente e devem ser queimadas ilegalmente
nos próximos meses, quando a vegetação remanescente fica mais seca e
suscetível ao fogo”, esclarece Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia
do Greenpeace.
Mas o pior está por vir, alerta Mazzetti, já que os próximos meses
serão os mais secos na Amazônia e os órgãos ambientais seguem
enfraquecidos. “Além disso, o Congresso Nacional tem como uma de suas
prioridades aprovar alterações na lei que incentivam ainda mais
destruição ambiental e invasão de terras públicas”, comenta.
No
primeiro semestre de 2021 os alertas de desmatamento do Inpe apontaram
para um aumento de 17% na devastação em relação ao mesmo período de
2020, sendo que 51% do desmatamento no primeiro semestre de 2021 ocorreu
em terras públicas (Florestas Públicas Não Destinadas, Unidades de
Conservação e Terras Indígenas). Essas áreas são patrimônio de todos os
brasileiros cuja apropriação ilegal está avançando rapidamente.
Sobrevoo de monitoramento - Julho/2021
Área recém desmatada e queimada em Porto Velho, Rondônia.
Enquanto
nossas florestas seguem sendo destruídas, representantes ruralistas
continuam tentando convencer a opinião pública e a comunidade
internacional de que o Brasil está cuidando do meio ambiente. Como
fizeram no mês passado ao reforçar a representantes diplomáticos a
intenção de aprovar projetos como o PL da Grilagem (PL 2633/2020) que,
ao contrário do que dizem os ruralistas, visa anistiar grileiros, ao
legalizar o ilegal, além de aumentar a violência e conflitos no campo
estimula novos ciclos de invasões marcados por desmatamento e
queimadas.
O número de focos registrados na Amazônia
em maio e junho já havia sido o maior para esses meses desde 2007. Em
julho, houve uma redução de 27% quando comparados ao mesmo mês em 2020.
Estados como Rondônia e Acre registraram aumento no número de focos (95%
e 29% respectivamente) e a situação no Amazonas segue preocupante: o
estado tem se destacado no aumento da devastação e o registrado no mês é
superior à média histórica. Conforme ilustrado na figura abaixo:
“O impacto acumulado na Amazônia a partir do fogo e do desmatamento
só aumenta, estamos empurrando a floresta cada vez para mais perto do
seu limite e minando seu papel de aliada no enfrentamento às mudanças
climáticas. Além disso, com a destruição crescente deste bioma rico em
estoque de carbono, estamos contribuindo para que extremos climáticos
como esses vivenciados recentemente ao redor do planeta e no Brasil se
tornem mais frequentes e intensos no futuro”, completa Cristiane.