Greenpeace Brasil
Vazamento acidental no Golfo do México evidencia que é urgente acelerar uma transição energética justa
Um incêndio foi registrado nas águas marítimas do estado de Campeche, no Golfo do México, após vazamento de gás de um duto submarino da estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) na última sexta-feira (2).
O acidente ocorreu próximo à plataforma Ku-Charly e mostra, mais uma vez, que precisamos abandonar as fontes fósseis e acelerar a transição energética justa. Essas fontes são as principais causas das mudanças climáticas e sua exploração traz riscos constantes, a exemplo do que vemos acontecer novamente.
É importante lembrar que acidentes como esse – ou similares e até piores – frequentemente afetam de maneira desproporcional as pessoas em situação de maior vulnerabilidade.
Em 2019, o Brasil viu manchas de óleo atingirem toda a costa do Nordeste e dois estados do Sudeste, no maior derramamento da história do Brasil em extensão (mais de mil localidades espalhadas por 3.000km). Até hoje as populações, especialmente as mais vulneráveis, sofrem os impactos.
O próprio Golfo do México tem seu histórico de derramamentos de petróleo e impactos desiguais nas pessoas. O mais “famoso” é o desastre da plataforma Deepwater Horizon, em 2010, que inclusive rendeu um filme que mostra a irresponsabilidade da indústria petroleira na operação de poços de petróleo.
Novamente, a biodiversidade e as comunidades que dependem da saúde do mar e da costa para seu sustento são as mais afetadas.
“No acidente atual, a imagem de barcos – que parecem minúsculos – tentando apagar um incêndio no mar choca. Nos faz lembrar das falsas soluções apresentadas para a crise climática que vivemos”, afirma Thiago Almeida, da Campanha de Clima e Justiça do Greenpeace.
“Apagar o incêndio não é solucionar o problema, abandonar os combustíveis fósseis é. Não podemos lutar contra as mudanças climáticas usando, por exemplo, compensação de carbono e offsets florestais que permitem que a floresta siga sendo desmatada. Precisamos fazer uma transição energética e ela deve ser, acima de tudo, justa”, defende Almeida.
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