Camila Doretto
Nos últimos dias, muitos brasileiros se mobilizaram para denunciar o desmonte ambiental e as violações de direitos no país, e evitar acordo entre Biden e Bolsonaro
A sociedade civil está de olhos bem abertos às ações dos líderes mundiais no que diz respeito à crise climática. No Brasil e no mundo, o ativismo, mesmo com as pessoas em condição de isolamento social, foi fundamental para pressionar o presidente norte-americano, Joe Biden, a não fazer acordo com Bolsonaro sobre a Amazônia. O acordo, que estava previsto para ser anunciado na Cúpula do Clima, que termina hoje, por enquanto está fora de cogitação.
A força da luta pelo enfrentamento da crise climática, que tem na juventude sua base mais forte, ultrapassou fronteiras. Nos últimos dias, muitos brasileiros se mobilizaram para denunciar o desmonte ambiental e as violações de direitos no país. Um acordo com Bolsonaro custaria um preço ainda mais caro para a floresta amazônica, seus povos e toda a vida no planeta.
Nos últimos dias, mais de 200 organizações nacionais e internacionais, movimentos sociais, povos indígenas, comunidades tradicionais e vários artistas do Brasil e do mundo mandaram insistentemente um recado a Biden: é preciso escolher, Amazônia ou Bolsonaro.
Por enquanto, Biden parece ter escolhido manter os Estados Unidos na liderança do enfrentamento da crise climática. Até porque poderia custar caro demais ao país que se esforça para se reposicionar como protagonista dessa luta, apoiar uma política que tem sido motor de morte e destruição.
“É impossível proteger a floresta dando fundos a alguém responsável por níveis recordes de desmatamento na Amazônia e violações dos direitos humanos”, diz Fabiana Alves, coordenadora da Campanha de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.
Nós, do Greenpeace, trabalhamos ativamente junto a outras organizações parceiras, enviando cartas para o presidente Joe Biden, dialogando com o Congresso norte-americano, e dando suporte a outros agentes da sociedade civil, em um esforço feito a muitas mãos para evitar um possível acordo.
Foram muitas as ações encabeçadas por diversos setores da sociedade civil, mas não podemos deixar de citar a iniciativa da juventude mobilizada que, a poucos dias da Cúpula do Clima, não deixou barato a tentativa do antiministro Ricardo Salles de violar o Acordo de Paris. Em uma ação que ficou conhecida como pedalada climática, o governo brasileiro fez um novo cálculo de emissões, que ao invés de diminuir, as elevou.
Entre os destaques também está a carta endereçada ao presidente
norte-americano e assinada por artistas de renome mundial como Gilberto
Gil, Caetano Veloso, Alec Baldwin, Joaquin Phoenix, Leonardo DiCaprio,
Mark Ruffalo e Orlando Bloom, Katy Perry, Roger Waters, Fernando
Meirelles, Marisa Monte, Sônia Braga e Wagner Moura. No texto, eles
pediam que Biden não fechasse um acordo com o governo de Jair Bolsonaro
antes de ver uma redução real no desmatamento da Amazônia.
Os
retrocessos da política ambiental brasileira continuam diariamente e,
apesar de todo esse esforço, não significa que o acordo não possa
acontecer no futuro. Por isso, seguimos de olho! Continuaremos atentos e
não deixaremos de denunciar as violações que acontecem em nosso
território! Seguimos juntes na luta pela vida, e contra o desmonte ambiental e social no país!
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