Mesmo com o Exército na região, as queimadas na Amazônia têm maior número de focos de calor no mês desde 2007
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Na última semana, mostramos diversas áreas com grande desmatamento que vêm sendo ignoradas pelo governo brasileiro e pelo Conselho Nacional da Amazônia, liderado pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Agora, no final de junho, o Brasil coleciona mais um recorde para sua galeria de troféus antiambientais: o de maior número de queimadas na Amazônia para o mês em 13 anos.
Em junho de 2020, foram registrados 2.248 focos de calor na Amazônia, o maior número de focos no mês desde 2007. Em relação ao mesmo mês do ano passado, isso representa um aumento de 19,57%, quando foram registrados 1.880 focos de calor.
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Depois de 17 meses de governo e do recente decreto (10.341/2020
) que autoriza o emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia Legal e subordina o Ibama e ICMBio ao Exército, a resposta do governo aos mais altos índices de desmatamento dos últimos anos continua ineficiente.
Enquanto issos, órgão ambientais que atuam de forma estratégica, com experiência e apoiados na ciência, vêm sofrendo redução drástica de autonomia, pessoal e orçamento, impactando fortemente suas operações de fiscalização, fundamentais para o combate ao desmatamento.
O governo brasileiro queimando dinheiro
Ao custo mensal exorbitante de R$ 60 milhões de reais, o equivalente a quase 80% do orçamento anual de fiscalização do Ibama,
essas operações teriam como objetivo principal combater o desmatamento nos meses que antecedem as queimadas criminosas na floresta. “Mas, com o início da temporada seca e com o fogo batendo à porta, o quadro que vem se desenhando é catastrófico em muitos sentidos. Tanto pela quantidade de árvores que estão sendo tombadas por conta dos incêndios, o que pode levar à morte animais e colocar em risco uma riquíssima biodiversidade, como pelo agravamento da vulnerabilidade das populações da Amazônia à Covid-19”, afirma Romulo Batista, da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.
As queimadas contribuem simultaneamente para as crises do clima, da biodiversidade e de saúde que estamos vivendo hoje. O Brasil precisará fazer muito mais se quiser detê-las, fortalecendo os órgãos de controle, com planos permanentes e metas claras, e não por operações pontuais, custosas e ineficientes. Apontada pelo governo como a bala de prata para resolver os problemas ambientais, a GLO vem se mostrando claramente insuficiente desde o primeiro mês
e, mesmo assim, teve seu prazo estendido até julho.
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