Mais da metade dos 6.484km² de desmatamento aconteceu na região de maior expansão agropecuária do Bioma
O governo divulgou esta semana (16) a taxa de desmatamento no Cerrado. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
“O Cerrado já perdeu cerca de metade de sua vegetação nativa original. Em um contexto de emergência climática e rápida perda da biodiversidade, é preciso zerar o desmatamento no bioma. No entanto, nada tem sido feito por governos e pelo setor privado” , afirma Cristiane Mazzetti, da campanha de florestas do Greenpeace Brasil.
A conversão de vegetação nativa se concentrou (62%) na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), uma área de expansão do agronegócio. O estado da Bahia registrou o maior aumento percentual, de 19,43%, e Formosa do Rio Preto foi o município mais desmatado no bioma. É nesse município que está localizada a mega-fazenda Estrondo, alvo do relatório-denúncia Cultivando Violência, lançado recentemente pelo Greenpeace Brasil.
“A Estrondo tem um longo histórico de irregularidades incluindo grilagem, desmatamento ilegal e violência contra comunidades tradicionais. Ainda assim, empresas que compram soja desta mega-fazenda (Bunge e Cargill) não tomaram ações concretas para acabar com os problemas”, completa Cristiane.
O governo brasileiro tem sistematicamente desmontado a governança ambiental e por isso, as empresas que comercializam produtos originados no bioma precisam agir com urgência para eliminar o desmatamento e a violência de suas cadeias de produção. No entanto, nenhum compromisso robusto foi assumido – apesar da clara mensagem dos mercados internacionais de que esse ciclo de destruição não é aceitável.
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