Campanha global pela proteção do Rio Tapajós e do povo Munduruku
alcança o apoio de um milhão de pessoas durante visita da Diretora
Executiva Internacional do Greenpeace
Bunny McDiarmid, Diretora Executiva Internacional do
Greenpeace, navega no Rio Tapajós com lideranças Munduruku (© Lunaé
Parracho / Greenpeace)
Bunny McDiarmid está no coração da Amazônia trabalhando
lado a lado com o povo Munduruku na luta contra a contrução da Usina
Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós em seu território. A chegada da
Diretora Executiva Internacional do Greenpeace à comunidade indígena se
dá no mesmo momento em que a campanha global alcança um milhão de assinaturas pedindo que o Rio Tapajós continue vivo, assim como toda a vida a sua volta.
A hidrelétrica do Tapajós, se construída, destruirá a
vida dos índios Munduruku ao criar uma reservatório com quase o tamanho
da cidade de Nova York (729 km²) em plena Amazônia.
“Não existe melhores guardiões para o Rio Tapajós do
que o povo Munduruku, que aqui viveu em equilíbrio com essa parte da
Amazônia por séculos. A hidrelétrica de São Luiz do Tapajós é uma ameaça
ao modo de vida dos Munduruku, ao Rio Tapajós e à maior floresta
tropical do mundo, a Amazônia”, disse McDiarmid. “Há apenas uns meses,
poucas pessoas no mundo conheciam a luta dos Munduruku. Hoje, já são
mais de um milhão resistindo ao lado deles. Isso mostra o enorme apoio
global que os Munduruku têm para continuar em sua luta contra as
hidrelétricas e pela proteção da floresta”.
A Diretora do Greenpeace se reuniu com uma das
primeiras caciques mulher do povo Munduruku. Para Maria Niceia Akay
Munduruku, o rio é o sangue de seu povo. “A hidrelétrica ameaça tudo,
não apenas os índios. Os animais – os pássaros, peixes, jabutis – também
serão afetados. Eles não sabem o que está vindo para matá-los. A
represa vai matar tudo, os rios, os peixes e a floresta. É por isso que
os Munduruku são contra esse projeto”.
McDiarmid também se juntou a outros caciques para um
sobrevoo sobre a selva com o objetivo de testemunhar de perto a
destruição causada pelas hidrelétricas já construídas na região. Em
seguida, ela integrou um grupo de indígenas para ajudar na autodermação de seu território sagrado chamado de Sawré Muybu.
De camiseta roxa, Bunny ajuda índios Munduruku na fixação de uma placa demarcatória (© Lunaé Parracho / Greenpeace)
A autodemarcação de sua terra é uma das colaborações entre o
povo Munduruku e o Greenpeace, como os workshops que ensinam a montar
uma lâmpada e um forno a partir de energia solar. Também foi realizada a
instalação de paineis solares nos centros comunitários de duas aldeias
Munduruku para demonstrar como as fontes renováveis podem ser a solução
energética para o país.
Parte importante desse trabalho de resistência contra
a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós é a pressão internacional que os
apoiadores do Greenpeace no mundo inteiro estão fazendo sobre as
empresas multinacionais que fornecem a tecnologia para a obra. Empresas como a Siemens,
envolvida na destrutiva hidrelétrica de Belo Monte, precisam reconhecer
os impactos socioambientais da usina de Tapajós e deixar essa parceria.
Por isso o Greenpeace criou uma plataforma online em 13 línguas onde as pessoas podem mandar suas mensagens aos Munduruku e a essas empresas.
Na próxima semana, McDiarmid vai à Brasília para um encontro com o Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que se posicionou contra a construção da Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.Alice Braga
A atriz brasileira de fama internacional Alice Braga também visitou a Terra Indígena Sawré Muybu dos Munduruku e gravou um vídeo agradecendo pelas mais de um milhão de assinaturas:
No comments:
Post a Comment
Note: Only a member of this blog may post a comment.