Tuesday, June 5, 2012

Agora, mais do que nunca

terça-feira, 5 de junho de 2012 Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional em protesto durante a COP17, em Durban, na África do Sul. (© Shayne Robinson / Greenpeace) Estamos em um estágio crítico em nossa jornada como ativistas. Como um movimento, somos um fácil alvo, e temos suportado todo tipo de combate ao longo do caminho. Hoje, em diversos países, estamos enfrentando sérios desafios políticos e legais, desenhados para punir e desencorajar dissidência. Em alguns momentos, tenho me encorajado por aqueles que se recusam a se curvar e dissuadir. Penso em Gandhi, cujo mantra de campanha nos mantêm ternos e resolutos: “Primeiro, eles ignoram você. Então, eles riem de você. Então, eles brigam com você. Então, você vence.” Hoje, no Dia Mundial do Meio Ambiente, gostaria de fazer uma pausa e refletir sobre onde nós estamos como um esforço unido, que, na minha opinião, ainda tem se mantido em pé de uma maneira cada vez mais forte. Em que posso basear tal alegação, pois sei que pode haver uma controvérsia? Bem, fazendo eco ao que Gandhi pronunciou, Salvador Dali uma vez disse, “o termômetro do sucesso é meramente a inveja dos descontentes”. Nos meses recentes, nossos escritórios – e nosso pessoal – na Coréia do Sul, México, Indonésia, Canadá e Índia têm sido desnecessariamente perturbados, atacados e intimidados pelas autoridades locais. Nós já esperávamos por essas atitudes. Em nossa linha de trabalho, estamos sempre condicionados a elas, mas também somos galvanizados por elas. A História tem nos ensinado pelo menos a lição sobre repressão. No Canadá, em abril passado, fomos rotulados de “terroristas” e “brancos supremacistas” pelo ministro de Segurança Pública, Vic Toews, com o voto do governo prometendo mais fita vermelha e auditorias financiadas por contribuintes para intimidar grupos como o nosso. Na Coréia do Sul, em abril deste ano, quando cheguei com o nosso diretor-executivo do leste asiático, Mario Damato, para me encontrar com o prefeito de Seul, ele e mais outros dois colegas tiveram negado o pedido para entrar e foram deportados sem explicação. Nosso trabalho em Fukushima, que tem fornecido um monitoramento independente de radiação e de oposição à expansão nuclear, foi obviamente uma ameaça tão grande que um de nós teve de ser excluído. A Índia é um país que orgulhosamente reivindica ser a maior democracia do mundo, mas o diretor-executivo do Greenpeace Índia, Samit Aich, pinta uma figura das corporações e da indústria que regularmente têm usurpado a agenda democrática. A máquina de estado tem se movido frequentemente contra nós. Nossa convidada japonesa, Maya Kobayashi, com o objetivo de compartilhar experiências sobre precipitação radioativa, teve seu visto cancelado em fevereiro. Mais recentemente, oficiais do imposto de renda apareceram para inspecionar nossos escritórios minuciosamente, num ato claro de intimidação. Se o nível de luta que estamos experimentando de alguns governos é de qualquer medida, eu sei que estamos indo muito bem e que nós vamos continuar a reforçar a nossa determinação – e que em alguns caminhos nós estamos prestes a vencer. O fato é que nós temos muito a celebrar em ocasião deste Dia Mundial do Meio Ambiente. Nós podemos ser especialmente motivados por uma rápida expansão do movimento de justiça ambiental e social na sociedade civil. O Dia Mundial do Meio Ambiente é um bom momento para fazer um balanço, mas também é tempo para se inspirar. Há muitas pessoas que proporcionam essa inspiração e aqui estão alguns dos quais eu me orgulho de estar ao lado: O ativista Tim DeChristopher: seu trabalho vem sendo comparado pela mídia ao de Rosa Parks, e na minha cabeça, esse fundador do grupo Peaceful Uprising é uma jovem luz brilhante para os ativistas em todos os lugares. Tim Languishes está na prisão nos Estados Unidos por estar contra à destruição ambiental do Alasca. Herói da Floresta Paulo Adario: no começo deste ano, Paulo teve a honra de receber o prêmio da ONU chamado ‘Herói da Floresta’ e de novo esteve em evidência em maio por ocupar a corrente da âncora do Clipper Hope no Brasil. Junto com populações indígenas na Amazônia, Paulo tem ajudado a proteger 1,6 milhão de hectares de floresta amazônica dos madeireiros. Pearl Pillay: Pearl mobilizou colegas estudantes de sua universidade em Johanesburgo em solidariedade a funcionários demitidos de sua universidade. Ela organizou e participou de uma greve de fome que concedeu uma vitória substancial para os trabalhadores em questão. As pessoas apaixonadas do 350.org: esta jovem organização é admirada por muitos do nosso movimento, não só pela maneira que eles habilidosamente aproveitam o espaço online, mas devido à forma que eles efetivamente se mobilizam fora da web também. Diversos grupos se uniram para ações contra o oleoduto da Keystone, em Washington, que foram creditados pela administração Obama por retroceder na expansão do canadense Tar Sands. Rio+20: apesar do generalizado pessimismo que cerca o evento no fim deste mês, o fato é que dezenas de milhares de apaixonados ativistas irão para a cidade brasileira tomar uma posição sobre o future que queremos. A inveja dos descontentes é algo pernicioso, decorrente da inabilidade de alguns de compartilhar nossa visão de uma brilhante e sustentável relação entre as pessoas e o planeta. Esse é o futuro que precisamos, o futuro que queremos e AGORA, MAIS DO QUE NUNCA, nós vamos fazer campanha por um futuro sustentável e pacífico, independentemente do assédio oficial, intimidação e perseguição. * Kumi Naidoo é diretor-executivo do Greenpeace InternacionalFonte;Greenpeace

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