Greenpeace Brasil
A dois dias do fechamento dos dados, os estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas lideram os índices de destruição
Dados do sistema DETER-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje, apontam para uma área desmatada na Amazônia, em outubro, de 796km². Os números publicados ainda não contam com as informações de desflorestamento dos últimos dois dias do mês. A área de destruição registrada é a segunda maior para o mês de outubro da série histórica iniciada em 2016. O total desmatado este ano foi apenas 40km² (4,7%) menor que o recorde de 2020 ( 836km² ). Ao mesmo tempo em que o Brasil tenta limpar sua imagem durante a COP de Clima, assinando declarações e assumindo compromissos, essa notícia chega para evidenciar como a Amazônia segue sob constante ameaça do governo Bolsonaro.
“Enquanto o mundo se reúne na COP 26 para definir cortes das emissões de gases do efeito estufa, o Brasil, que já foi líder nessas reuniões, não apresentou nada além de planos vazios que carecem de ambição e detalhamento. Assinar ou endossar os diferentes planos e acordos não muda a realidade do chão da floresta, o desmatamento e queimadas continuam fora de controle e a violência contra os povos indígenas e população tradicional só aumenta”, declara Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace.
Os alertas de desmatamento em outubro se concentraram nos estados do Pará 474km² (59,5% do total), Mato Grosso 102km² (13% do total) e Amazonas 90km² (11% do total) . Estimativas do Observatório do Clima apontam que a maior parte (46%) dos gases estufa emitidos pelo Brasil são provenientes do desmatamento. Os dados de 2020 mostram que o Brasil continua, desde 2010, a ampliar suas emissões. No ano passado, em plena pandemia, o aumento das emissões de gases de efeito estufa no Brasil foi de 9,5%. No restante do mundo, houve redução de cerca de 7%. “Esse total descontrole ambiental fez com que o Brasil fosse um dos poucos países a aumentar suas emissões em 2020, impulsionado justamente pela destruição da Amazônia, promovida pela política antiambiental do atual governo”, conclui Rômulo.
No Brasil, uma série de propostas legislativas podem agravar as emissões. Há alterações propostas na lei, caminhando rapidamente no Congresso para acabar com o licenciamento ambiental (PL 3729/2004), abrir terras indígenas para exploração (PL 191/2020) e inviabilizar a demarcação ainda pendente em muitos territórios (PL 490/2007), bem como a legalização da grilagem em terras públicas (2633/2020), todas essas propostas vão na contra mão das promessas empenhadas na COP pelo governo brasileiro.
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