Sunday, January 3, 2021

Só foi possível viver o ano de 2020 em rede

Greenpeace Brasil

 Neste ano desafiador, nós do Greenpeace Brasil criamos a iniciativa Potências Coletivas para mostrar soluções que já existem para os desafios socioambientais em regiões urbanas e periféricas.

Iniciativa do Greenpeace junto à Favela Orgânica distribui 2.400 marmitas com aproveitamento integral dos alimentos nas comunidades de Complexo do Caju e Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. Foto: © Carlos Oliveira/ Greenpeace

Após o começo da quarentena no Brasil, nós do Greenpeace Brasil iniciamos os trabalhos do Potências Coletivas, uma iniciativa inédita até então. Nosso objetivo principal foi jogar luz em soluções para os desafios sociais e ambientais em regiões urbanas e periféricas. E também, dialogar com audiências que não costumávamos falar historicamente, como jovens de grandes centros urbanos, que são chamados de periferias. 

O Brasil é um país de dimensões continentais e, infelizmente, tem no maior cargo de liderança um homem que está fazendo deste momento de crise de saúde pública um palanque de retrocessos e falta de cuidado com a população. Sabemos, portanto, que há desafios que requerem atuação em rede e mobilização da sociedade civil. Neste cenário é muito importante e renovador olhar para as potências que são criadas em redes, e o poder de alcance e transformação através das ações locais.

Acesse a linha do tempo das ações do Potências Coletivas.

Foi por meio de micro ações que vimos realidades se transformarem. Um ótimo exemplo é a iniciativa do G10 Favelas, em Paraisópolis. Para suprir a ausência de políticas públicas para a comunidade, grupos de moradores (na sua maioria mulheres) se reuniram para criar “presidentes de ruas”: lideranças que ajudam a identificar se seus vizinhos têm sintomas da Covid-19. Com apoio da iniciativa privada, eles conseguiram recursos para montar pequenas enfermarias e dar atendimento emergencial, assim como ambulâncias para encaminhar para os hospitais próximos os casos mais sérios. A comunidade de Paraisópolis conseguiu manter os números de casos de Covid-19 menor do que o município de São Paulo, como mostra a pesquisa feita pelo Instituto Polis

.

Inspirado por essa vontade de transformação, o Greenpeace Brasil realizou um conjunto de ações, começando pela entrega de marmitas agroecológicas em duas comunidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em parceria com a Agência Solano Trindade

e Favela Orgânica

.

Organizamos também lives em parceria com a Mídia NINJA, convidando artistas como Rael

, Negra Li e Larissa Luz para falar sobre alimentação como um direito de todos e até cozinhar ao vivo. Ainda tivemos uma live falando sobre empreendedorismo real, convidando Monique Evelle (do Desabafo Social e Sharp ), Nina Silva ( da Black Money ), a cantora Keila e Tainá Fagundes ( da marca Da Tribu

), empreendedoras que fomentam a economia de norte a sul do país.

Concluímos essa série de iniciativas com os Aulões Potências Coletivas

, em parceria com a Mídia NINJA e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Convidamos especialistas, ativistas sociais e professores para debaterem sobre racismo ambiental, alimentação, empreendedorismo e o poder das mulheres nas transformações sociais, temas que deram o tom das iniciativas neste ano.

Neste ano de 2020, o Greenpeace Brasil pôde dar lugar de fala em nossas redes e apoiar iniciativas que, desde muito antes da pandemia, trazem soluções econômicas, sociais comunitárias e locais. Conversamos com lideranças, escutamos os seus desafios e o poder de se recriar dentro das adversidades e, com isso, nos alimentamos de solidariedade.

Agradecemos a cada um dos parceiros, e agradecemos também a todas e todos os ativistas, artistas e colaboradores que fizeram com que o projeto se tornasse realidade.

Continuaremos em 2021 nos aproximando ainda mais das vozes da periferia, entendendo que essas são as que mais sabem dos desafios e que também têm as soluções para cada um deles. Essas vozes  vão ocupar cada vez mais espaços para transformações sociais necessárias.

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