Saturday, September 3, 2011

Abrolhos: um caso de omissão do governo


Ativista é levado à força após protesto pacífico na sede da OGX, de Eike Batista
Matéria do jornal O Estado de SP de hoje classifica os riscos que corre a região de Abrolhos com a exploração de petróleo como uma omissão do governo. A reportagem cita o estudo, assinado pela Conservação Internacional, que garante haver perigo para a conservação marinha da região caso as atividades petrolíferas aconteçam em um polígono de 92 mil quilômetros do parque marinho e ressalta que falta lei que proteja o maior santuáro de biodiversidade marinha do Atlântico sul.
O jornalista Iuri Dantas conversou com pesquisadores que conduziram o estudo que traçou o polígono da moratória. Para estabelecer essa área, técnicos utilizaram o método de dispersão da gota de óleo, que avalia o caminho que o petróleo percorreria caso houvesse um vazamento. Pela localização dos poços, qualquer acidente atingiria Abrolhos. Segundo Dantas, o plano foi absorvido com louvor pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), mas nada foi feito a respeito.

Se comparada à situação vivida no Golfo do México, o derramamento no ano passado afetou 229 mil quilômetros quadrados, uma área duas vezes e meia maior que o polígono sugerido para Abrolhos, diz a reportagem. E segue criticando o que chama de “medida tampão” do governo, que adotou uma zona de 50 quilômetros ao redor do arquipélago para ser excluída dos leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), distância insuficiente para garantir a proteção.

A reportagem conversa ainda com Ilana Wainer, professora do Instituto Oceanográfico da USP, que garante que a distância de prospecção na região não é segura. Ela alega que a atividade de extração de petróleo em alto mar é potencialmente insegura e lembra: “Quando você perfura o fundo do mar, pode liberar gases causadores do Efeito Estufa que estão lá embaixo. O óleo do subterrâneo está misturado com gases dentro das rochas. Quando você perfura, eles se volatilizam e vêm à tona”.

Nesta semana, o Greenpeace organizou protestos no Rio contra duas empresas que têm blocos de exploração de petróleo e gás na região de Abrolhos. Na terça-feira, um grupo de “baleias” ativistas nadaram em óleo na porta da petroleira Perenco.

No dia seguinte, foi a vez da OGX, de Eike Batista, a receber a visita dos manifestantes. Acorrentadas no saguão do edifício sede da empresa, as baleias resistiram por nove horas ao cerco da segurança, sem comida e sem luz, à espera de que algum executivo da empresa apresentasse sua adesão à proposta de moratória. Sem respostas, a OGX chamou o Batalhão de Choque para retirar os manifestantes à força.
Greenpeace

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