Thursday, September 29, 2011

Gaúchos aderem à campanha contra novo Código Florestal


Greenpeace / Guilherme Santos
A emblemática Usina do Gasômetro, antiga termelétrica às margens do rio Guaíba, em Porto Alegre, foi o cenário escolhido por ativistas do Greenpeace para transmitir um recado direto ao Senado: “Desliga essa motosserra”.

A mensagem tinha como objetivo chamar a atenção dos gaúchos para a maior investida contra as florestas brasileiras já realizada no país. O novo texto do Código Florestal, em tramitação no Senado, dará perdão a desmatadores e permitirá substituir vegetação nativa por pastagens e plantação de soja.

Saiba mais sobre o novo Código Florestal.

Os ativistas também estiveram no Parque da Redenção, onde o público demonstrou apoio à campanha. Assinaram a petição que será enviada aos senadores e ainda pousaram para fotos como ativistas por um dia.
Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou um relatório que dá aval para transformar o atual Código Florestal em decálogo para a expansão desenfreada da agropecuária sobre as matas nativas do Brasil. O texto ainda está sendo avaliado por outras três comissões no Senado, antes de ser submetido ao plenário.Fonte;Greenpeace

Wednesday, September 28, 2011

BH se mobiliza contra Código da Motosserra

Belo Horizonte recebeu na manhã desta terça-feira a visita dos ativistas do Greenpeace, em mobilização por várias capitais do Brasil contra as mudanças do Código Florestal, atualmente em tramitação no Senado.

A intenção era chamar a população a conhecer mais o assunto e participar do movimento para garantir que qualquer mudança na atual legislação ambiental mantenha o seu caráter de proteção das florestas brasileiras.
As pessoas que passavam pelo local encararam o movimento com bom humor. Assinaram a petição que será enviada aos senadores e ainda pousaram para fotos, manifestando seu apoio à campanha.

Além de realizar palestras em faculdades e entregar folhetos às pessoas nas ruas, os ativistas estenderam banners em importantes pontos turísticos da cidade, como a Pampulha e a Praça da Liberdade, com a frase “Senado, desliga essa a motosserra”.
Fonte;Greenpeace

Condenados por defender o Árt


Ativistas do Greenpeace que participaram de uma ação pacífica no Ártico acabam de ser considerados culpados pela corte da Groelândia. A condenação é referente à invasão de uma plataforma de petróleo. Os ativistas que escalaram uma das maiores plataformas do mundo foram multados pela corte e 18 deles também foram condenados por quebrar a zona de segurança ao redor da instalação.
Em maio deste ano, voluntários do Greenpeace de nove países, embarcaram na plataforma Leiv Eiriksson nas gélidas águas do oeste da Groelândia para pedir à companhia britânica Cairn Energy que divulgue seu plano de lidar com um possível vazamento de óleo no Ártico. Mesmo com a prisão dos ativistas, a ação chamou a atenção do mundo e pressionou a companhia, que recebeu uma petição assinada por mais de cem mil pessoas, que pedia a divulgação do documento. Em agosto, finalmente o governo da Groelândia divulgou o plano.

“Nós assumimos inteira responsabilidade por nossas ações pacíficas para protestar no Ártico”, diz um dos ativistas, o campaigner do Greenpeace Ben Ayliffe. “Cairn Energy admite que um vazamento naquele frágil e único habitat seria catastrófico. É loucura permitir que companhias negligentes como essa retire mais do óleo responsável por causar o derretimento na região. Nossa campanha para transformar congelada região norte do planeta em uma área livre da exploração da indústria do óleo continua”.

O plano da Cairn Energy – que tentaram manter em segredo – admite que qualquer operação de limpeza da região em caso de vazamento teria que ser parada durante o longo inverno do Ártico, enquanto técnicas tradicionais de recuperação, que utiliza bombas e outros equipamentos não seriam eficientes em águas tão frias quanto as da região. Cairn ressalta em seu documento que técnicas de limpeza podem ser tão danosas que o melhor seria deixar que praias afetadas com possíveis derramamentos se recuperem “naturalmente”. plano também mostra que um vazamento poderia causar problemas devastadores para a natureza do Ártico.
Fonte;Greenpeace

Sem miséria, mas com floresta


Com uma faixa e uma muda de Açaí, ativistas do Greenpeace mandam recado para Dilma Rousseff durante lançamento de programa contra a pobreza, em Manaus. Ao deixar a cerimônia no Teatro Amazonas, Dilma passou de carro pela faixa estendida pelo Greenpeace. Foto: © Greenpeace/Rodrigo Baleia
O palco estava armado: com a presença de governadores do Norte, a presidente Dilma Rousseff chegou a Manaus para lançar seu programa de combate à pobreza, o Brasil Sem Miséria. O Greenpeace foi atrás e, diante do Teatro Amazonas, cartão postal da cidade, ativistas abriram uma faixa: “Dilma, Brasil sem miséria é Brasil com floresta”. Eles também tentaram entregar uma muda de Açaí com a mensagem: “Presidenta Dilma, Vou ficar muito bem no jardim do Alvorada. A senhora sabe que sou importante para as populações da Amazônia. Cuide de mim, pois ando preocupado com esse novo Código Florestal. Cordial abraço, Açaí”.

A ação aconteceu num contexto em que as taxas de desmatamento na Amazônia voltaram a subir e que o Congresso discute um projeto de lei que pode derrubar o Código Florestal – uma lei com mais de 70 anos de tradição. Tudo isso a menos de um ano para o Brasil sediar a Rio + 20, o mais importante evento climático do mundo.

“O projeto do novo Código foi aprovado na Câmara debaixo de inúmeras críticas da ciência, da agricultura familiar e da sociedade civil. Agora, no Senado, a história está se repetindo e o governo continua omisso”, diz Rafael Cruz, da Campanha Amazônia do Greenpeace. “A presidente Dilma precisa desligar a motosserra no Congresso, pois para eliminar a pobreza precisamos manter de pé nossas florestas, que são a maior riqueza do país, que abriga uma parcela importante da população pobre do Brasil e que impulsiona nossa agricultura.”.

Após consecutivos anos de queda, os índices de desmatamento voltaram a subir no primeiro ano de gestão de Dilma. Em 2009, durante a Conferência do Clima em Copenhague (Cop-15), ela própria, então como ministra da Casa Civil, prometeu mundialmente que o Brasil reduziria suas emissões de CO2, que vêm predominantemente das derrubadas.

“O modelo de produção brasileiro ainda é predatório. Enquanto as outras nações recuperam suas florestas para poder continuar produzindo, estamos acabando com as nossas”, observa Cruz. “E isso não significa riqueza: mesmo com quase 18% de suas matas derrubadas, a Amazônia ainda permanece com baixíssimos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), especialmente em municípios onde a destruição florestal ocorre mais fortemente.Fonte;Greenpeace

Thursday, September 22, 2011

Senado escorrega e aprova mudança do Código Florestal na CCJ


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na tarde de hoje o relatório escrito pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que altera o Código Florestal para pior. Greenpeace / Ronaldo Barroso
O processo reproduz dois problemas que aconteceram na Câmara. O primeiro é a omissão do governo. O outro é a abertura a novos desmatamentos, anistia a crimes ambientais e afronta a Constituição. E isso em pleno Dia da Árvore.

O trator da bancada ruralista, porém, não encontrou a estrada livre no Senado como aconteceu na Câmara. Cinco senadores o rejeitaram: Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Ana Rita (PT-ES), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Além disso, parte dos votos que levaram à aprovação do texto foi dado com ressalvas (como inconstitucionalidade de certos pontos e pouca participação da sociedade).

O governo, por sua vez, deixou o texto ruim correr, usando o líder no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ao pedir sua aprovação quase em nome da fé. “Devemos dar um voto de confiança a Luiz Henrique em prol do entendimento”, disse Jucá.

O Planalto deveria saber que Luiz Henrique não é confiável quando se trata de proteção das florestas. Em 2009, na condição de governador de Santa Catarina, ele sancionou uma lei que revogou quase integralmente o atual Código Florestal em seu estado. Essa lei, chamada Código Ambiental, é contestada hoje no Supremo Tribunal Federal.

“O texto que a presidenta Dilma disse que vetaria foi hoje aprovado hoje na CCJ, com a anuência do governo”, afirma Marcio Astrini, da campanha da Amazônia do Greenpeace. O relatório ainda é analisado por outras três comissões do Senado, antes de ser votado no plenário da Casa.

“Os senadores empurraram para a frente um Código Florestal que, veja só, desprotege as florestas”, diz Astrini. “Foi prometido pelos senadores que as mudanças que deixaram de ser votadas hoje serão acatadas nas próximas comissões. Mas, enquanto eles fazem promessas, o texto continua avançando.”

Senado, desliga a motosserra

Enquanto a discussão acontecia na CCJ, seis ativistas do Greenpeace estenderam faixas em frente à entrada do Senado com a mensagem “Desligue essa motosserra”. A atividade em Brasília foi apenas a primeira de uma série que acontecem ao longo de um mês. Os voluntários passarão por Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio, Salvador e São Paulo.

Além de palestras, quem quiser poderá ser ativista do Greenpeace por um dia pode tirar sua fotografia com nosso cartaz e enviá-lo para a página da ONG no Facebook. “O Greenpeace segue para estes Estados para que os eleitores pressionem seus representantes em Brasília a cuidarem do ambiente”, afirma Astrini.
Fonte;Greenpeace

Wednesday, September 21, 2011

As tendências da próxima estação


Mais uma vitória contra a poluição industrial das águas. Depois que Puma, Nike a Adidas concordaram em eliminar de sua cadeia de produção todas as substâncias tóxicas usadas na fabricação de roupas esportivas, na China, agora foi a vez de a rede H&M, a segunda maior varejista de roupas do mundo, anunciar seu apoio à campanha DETOX, do Greenpeace Internacional.

Com o anúncio de hoje, a H&M se comprometeu em eliminar as substâncias tóxicas usadas por seus fornecedores chineses no prazo de 9 anos. A decisão foi tomada depois que ativistas do Greenpeace colaram adesivos nas vitrines de suas lojas em 12 países com a frase “Desintoxique seu futuro”.

A H&M também concordou em tornar público, até 2012, uma lista de substâncias tóxicas descartadas no meio ambiente por seus fornecedores chineses.

“O compromisso da H&M em desintoxicar sua cadeia produtiva não apenas lança as tendências desta temporada ou do futuro, mas manda uma mensagem clara a outras marcas: o uso substâncias tóxicas está fora de moda”, disse Marietta Harjono, da campanha de resíduos tóxicos do Greenpeace Internacional. “O anúncio tem o potencial de catalisar uma mudança mais ampla na indústria da moda.”

A campanha Detox (do inglês, desintoxique) começou depois que uma investigação do Greenpeace revelou as ligações entre grandes marcas da indústria da moda, como a H&M, e fábricas têxteis que foram flagradas despejando resíduos tóxicos em rios chineses.

Estas substâncias geralmente atravessam as fronteiras chinesas e contaminam as águas de todo o planeta. Traços dessa contaminação já foram identificados até mesmo nos ursos polares.
Greepeace

Friday, September 16, 2011

O nosso 11 de setembro de 2001


Naquele fatídico dia para o mundo, o Greenpeace estava embrenhado na Amazônia, com o povo indígena Deni. Começou ali a demarcaçãoNo mapa: equipe do Greenpeace capacita o povo Deni a fazer a demarcação de sua terra. Foto: © Greenpeace/Flavio Cannalonga de sua terra, por conta própria. O rio Xeruã, no sudoeste do Amazonas, acordou esta semana com boas novas. Em cerimônia, o povo indígena Deni celebrou a conclusão do plano de gestão de sua terra. Em se tratando dos Deni, isso não é pouca coisa. Depois de esperar mais de 15 anos pelo reconhecimento do seu território, faz exatamente uma década que a comunidade empunhou bússolas e GPS para demarcar, por conta própria, a área que lhes pertencia. O Greenpeace estava lá.

“Naquele 11 de setembro, às 10 da manhã, enquanto as torres gêmeas do World Trade Center desabavam em Nova York, o navio Sunrise, do Greenpeace, estava em Manaus para anunciar à imprensa que nós iríamos ajudar os Deni a demarcar 1,6 milhão de hectare de floresta, reivindicado historicamente por eles como sua terra”, recorda o diretor da campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adario, que estava a bordo da embarcação. A 1.480 km de distância de barco da capital amazonense, um time de voluntários e de ativistas e vários patarahu (chefes) Deni esperavam a entrevista começar em torno de um sofisticado sistema de comunicação montado pelo Greenpeace.

Até então smi-isolados em suas aldeias, os Deni iriam falar pela primeira vez na vida via satélite com jornalistas, com ajuda nossos técnicos e de um tradutor.. A entrevista foi tecnicamente um sucesso. Mas a repercussão, nos dias seguintes, foi mínima: a atenção da mídia e da opinião pública estaria, por longo tempo, voltada para a tragédia de Nova York.

“O ataque às torres gêmeas, que causou tantas mortes, provocou um outro tipo de estrago a milhares de quilômetros de Nova York : transformou em quase sussuro a voz do povo Deni exatamente no mesmo momento em que eles decidiram gritar ao Brasil e ao mundo que estavam cansados de esperar que o governo demarcasse seu território e que haviam decidido fazer o serviço por eles mesmos. Os Deni foram vítimas indiretas de Bin Laden”, diz Adario.

Meses antes, chegava pelo rio Xeruã um time de voluntários do Greenpeace e de organizações indigenistas, como Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). A equipe contava com sociólogos, agrimensores, engenheiros e antropólogos, que capacitaram os indígenas a mexer com os instrumentos que fariam o traçado dos limites do território.

Nas semanas seguintes, os Deni mergulharam no trabalho de demarcação, enquanto o Greenpeace redobrava os esforços de comunicação entre o grupo que estava nas florestas do Xeruã e o mundo externo. “O governo finalmente reagiu, mas foi para ordenar que a gente parasse a demarcação. Nós não paramos, já que os Deni disseram que éramos seus convidados e que, tecnicamente, o Greenpeace não estava demarcando nada: o trabalho estava sendo feito pelos próprio indígenas”, conta Adario. A resposta dos Deni à ordem vinda de Brasília foi uma carta enviada à Fundação Nacional do Índio para dizer que a empreitada só teria fim quando o governo assumisse o trabalho.

A iniciativa veio depois que o Greenpeace descobriu, em investigação, que uma madeireira da Malásia, a WTK, extraía madeira ilegal da região. Quase 50% da área explorada pela empresa se sobrepunha à terra Deni. Após receberem o treinamento técnico necessário, os indígenas abriram quilômetros de trilhas nas fronteiras de seu território e colocaram placas ao longo delas avisando: “Entrada Proibida: Terra Deni”.

O protesto caiu na imprensa brasileira e internacional. Depois de muita negociação e resistência dos órgãos oficiais, os esforços foram recompensados: em outubro de 2001, o Ministério da Justiça reconheceu os direitos daquele povo sobre sua terra. Dois anos mais tarde, em maio de 2003, chegavam os técnicos para a demarcação oficial do território. Ela foi concluída em agosto de 2003, com a instalação de marcos e placas identificando a área com o selo do governo federal. Em 2004, o então presidente Lula deu a canetada final, homologando a terra indígena.Deni.

Desde então, a mineração e a exploração industrial de madeira estão proibidas por ali. São 1,53 milhão de hectares protegidos por lei, formando um corredor de 3,6 milhões de hectares se somado a outras terras indígenas na região. O anúncio dos Deni naquele 11 de setembro foi abafado pelo ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos. Mas, como se vê, eles continuaram em frente.Fonte;Greenpeace

O pequeno urso sem futuro

Gelo do Ártico atinge sua segunda menor extensão histórica e coloca em risco a sobrevivência dos ursos polares
No inicio de setembro, uma equipe de cientistas do Greenpeace, em expedição pelo oceano Ártico, recebeu uma visita inusitada. Um pequeno urso polar e sua mãe interromperam o trabalho de pesquisa do grupo que, por segurança, teve que se refugiar no navio. As fotos divulgadas nesta quinta-feira mostram o pequeno animal brincando com uma bola fincada no gelo, usada para estudos dos pesquisadores.
De inusitada, na verdade, esta visita não deveria ter nada. Afinal, o Ártico é o habitat natural dos ursos polares. Mas, embora os cientistas que trabalham no pólo norte devem sempre estar atentos a aparições deste animal, é possível que este encontro se torne cada vez mais raro.

Dados do NSDIC (Centro de Dados de Gelo e Neve dos EUA) revelaram que a extensão mínima do gelo ártico atingiu neste ano seu segundo menor nível histórico.

O mais preocupante, segundo os cientistas, é que em 2011 as condições climáticas foram bastante mais amenas se comparadas com as de 2007, quando uma conjunção de fatores anormais, como altas temperaturas, ventos e correntes marinhas ajudaram a acelerar o derretimento do gelo a seu menor nível histórico.

Para os especialistas, os resultados indicam que a massa de gelo está fraca, fina e em contínuo declínio. Com isso, os ursos polares correm o risco de desaparecer.

“Este é um claro sinal de como a mudança climática está causando o rápido derretimento do gelo ártico. Isso não apenas tem graves implicações para os ursos polares e outras espécies que dependem do gelo, mas para o planeta como um todo, já que a redução do gelo do Ártico pode desestabilizar os padrões de temperatura global”, disse Frida Bengtsson, líder da expedição do Greenpeace no Ártico.

A bordo do navio quebra-gelo Artic Sunrise, a equipe do Greenpeace segue atualmente no Oceano Ártico junto com cientistas da Universidade de Cambridge. O objetivo da expedição é pesquisar a grossura e o volume do gelo polar. Este estudo é importante porque expõe o impacto da mudança climática sobre o gelo polar.Fonte;Greenpeace

Wednesday, September 14, 2011

Vazio jurídico

Juristas se reúnem no Senado para discutir as falhas do Código Florestal (foto: Agência Senado)

Em mais um capítulo da discussão do Código Florestal, cinco importantes juristas brasileiros foram ouvidos hoje no Senado para debater e apontar falhas jurídicas do projeto de lei aprovado na Câmara em maio.

E põe falhas nisso.

Um dos primeiros a falar, o subprocurador-geral da República Mário José Gisi lembrou que os senadores precisam considerar na discussão da matéria os compromissos internacionais que o Brasil assumiu. “Enquanto o país se compromete com metas para o combate às mudanças climáticas, o Senado está discutindo a possibilidade de provocar uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de carbono”, disse. “Não podemos andar no sentido contrário aos compromissos assumidos”.

Além de se posicionar contra a intervenção ou supressão de Áreas de Proteção Permanente e a recomposição de Reserva Legal com espécies exóticas, Gisi foi ácido ao falar sobre a anistia a desmatadores. “Quem cumpriu a lei se sentirá um trouxa, essa é a palavra exata”. O subprocurador ainda apontou que "a figura disposta no texto sobre área rural consolidada é uma afronta à sociedade".

Também presente na audiência, a promotora do Ministério Público de São Paulo, Cristina Godoy, chamou a atenção para a vulnerabilidade que o Código trará para as florestas, caso seja aprovado. “Do jeito que está, o texto permite que determinadas áreas, como topos de morro, tenham suas áreas de proteção diminuídas em até 99%”, afirmou. “Esse e outros dispositivos preocupantes que constam no relatório contrariam o artigo 225 da constituição, que salvaguarda os processos ecológicos essenciais”.

Em sua fala, o ministro do Superior Tribunal e Justiça Herman Benjamin lembrou de uma relevante parte da discussão no Código Florestal: a importância de diferenciar os pequenos dos grandes proprietários. “A própria Constituição Federal, no artigo primeiro, faz a diferenciação, portanto os senadores não precisam temer fazer o mesmo também no Código. Não dá para dar mesmo o tratamento a quem desmatou com correntão e aos pequenos produtores”.

Estado ou União?

Posicionamento comum aos cinco juristas, a competência não dos Estados, como prevê o relatório, mas sim da União de legislar sobre as florestas trouxe polêmica à discussão. Entre os presentes, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim não falou sobre meio ambiente, segundo ele “por não entender a fundo o assunto”, mas deu um banho de conhecimento nos senadores ao se posicionar contrário à competência dos Estados defendida no relatório do senador Luiz Henrique.

“O Senado não pode induzir a concorrência predatória entre os Estados. A norma geral está diretamente vinculada à conseqüência econômica e vocês não podem fazer vista grossa para isso”, afirmou. “Alguns senadores querem marcar posição. Outros querem criar soluções. Esses vão fazer a diferença. Essa é a responsabilidade dos senhores e não a defesa de determinados setores e interesses”.

Duro, Jobim defendeu que a legislação preze pela uniformidade nacional e assim evite o conflito estadual. “Não transfiram para o poder executivo ou para o juiz o que vocês podem resolver aqui. Isso é dar a segurança jurídica que a sociedade precisa”.

Esse também foi o tom utilizado pelo doutor Honoris Causa em Direito Ambiental pela Unesp, Paulo Afonso Machado, ao dizer que "somente no caso de não existir a norma geral é que o Estado poderia ter como legislar em suas particularidades". Ao final de sua apresentação, Paulo Afonso ainda atacou pontos do texto que anistiam desmatamentos ilegais e permitem o aumento das derrubadas de florestas, principalmente nas APPs: "As APPs existem para a busca do equlíbrio, não são invenção da lei. Devem ser protegidas porque são protetoras das águas e do solo. Eliminar APP é abrir as portas para o deserto. Quem destroi APP é um fabricante de seca".

As falhas desse texto se acumulam de uma forma tão óbvia que, após a fala dos convidados, só restou à senadora Katia Abreu (sem partido), ferrenha defensora do texto, vociferar contra os convidados, numa atitude que fez o senador Pedro Taques (PDT-MT) chamar-lhe a atenção sobre a descompostura. Ela chegou a apresentar sua fala como presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), em vez de representante do povo - como deveria se portar dentro do Senado.

Aprovado após votação tumultuada em maio no plenário da Câmara, a proposta está em discussão no Senado e aguarda, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, votação do relatório feito pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC).

Apresentado oficialmente aos senadores na sessão do dia 31 de agosto, o texto deveria se ater apenas a analisar a constitucionalidade do tema, já que o mérito da questão deve ser discutido nas demais comissões por onde o projeto de lei passa. Porém, o senador, além de ignorar este fato e fazer alterações no conteúdo do texto, preferiu também não levar em conta as análises e contribuições dadas pelos convidados do Senado para a audiência de hoje, visto que seu relatório foi apresentado e lido na comissão há duas semanas.

A votação do relatório poderá acontecer já a partir de amanhã, dia 14 de setembro.
Fonte;Greenpeace

Monday, September 12, 2011

Seis meses depois...


Protesto do Greenpeace nos sarcófagos de Chernobyl, nos 25 anos do maior acidente nuclear da história
A explosão de parte de uma central nuclear de Marcoule, no departamento de Gard, no sul da França, ocorrida na manhã de hoje, deixou as autoridades francesas em alerta. Reportagem do jornal americano New York Times relata que uma pessoa foi morta e outras quatro ficaram feridas. Coincidência infeliz, o acidente acontece exatos seis meses após o tsunami que atingiu o Japão e causou a explosão da central nuclear de Fukushima, um dos piores da história mundial.
Informações da Autoridade de Segurança Nuclear revelam que o acidente aconteceu em um dos fornos da usina, onde são tratados resíduos de baixa e muito baixa radioatividade. A central é utilizada pela empresa Areva para produzir combustível por meio da reciclagem de plutônio proveniente de armas nucleares. Segundo o jornal espanhol El Pais, o complexo de Marcoule, criado em 1955 e um dos mais antigos do país, não possui reatores nucleares.

Em entrevista ao jornal francês Le Monde, o comissário de energia atômica francês afirmou que não há risco de vazamento externo, “por hora”.

“É essencial que a população local seja informada em tempo real da situação e de potenciais vazamentos radioativos”, afirma Yannick Rousselet, coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace da França. Segundo ele, Marcoule não está incluído na auditoria dos complexos nucleares solicitados pelo governo francês, nem em recentes inspeções da Autoridade de Segurança Nuclear. “Isso demonstra mais uma vez que a França não aprendeu as lições de Fukushima.”

Com a proximidade das eleições presidenciais na França, celebradas no próximo ano, este acidente pode voltar a colocar os perigos da energia nuclear em pauta. O país atualmente possui 58 reatores nucleares, responsáveis pela geração de 78% de sua energia elétrica.

Fonte;Greenpeace

Saturday, September 10, 2011

Por um mundo verde e pacífico


No dia 15 de setembro 1971, 12 ativistas zarparam de Vancouver num velho barco rumo à ilha Amchitka para impedir testUma viagem pela vida e pela paz. Foi com esse pensamento que um grupo de ecologistas, jornalistas e hippies planejaram zarpar do porto de Vancouver, no Canadá, rumo ao Ártico, com um velho barco de pesca chamado Phyllis Cormack. O ano: 1971. O plano: impedir que os Estados Unidos levassem a cabo testes nucleares em uma pequena ilha chamada Amchitka, na costa ocidental do Alasca.


es nucleares. Assim nascia o GreeDois anos antes, mais de 10 mil pessoas já haviam tentado impedir testes e bloquearam o maior posto de fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, carregando faixas que diziam: “Não faça onda!”, em referência aos maremotos causados pelas explosões. Para Jim Bohlen e Irving Stowe, líderes do protesto, era preciso fazer algo mais além de faixas na fronteira.

Mal sabia o pequeno grupo de 12 ativistas que o ato de colocar a embarcação nas águas gélidas do Ártico marcaria a fundação do Greenpeace, hoje a maior organização ambientalista do planeta.
npeace O barco, interceptado antes de chegar à ilha, não impediu que os Estados Unidos detonassem a bomba. Ainda assim, a viagem despertou a atenção da opinião pública, muito mais do que os próprios organizadores poderiam imaginar. A voz da razão prevaleceu e naquele mesmo ano os testes foram suspensos em Amchitka, então declarada santuário de pássaros.Bob Hunter, um dos fundadores do Greenpeace, em frente ao Phyllis Cormack.
idéia de que alguns indivíduos podiam fazer a diferença por um planeta mais verde e pacífico se tornou realidade e amealhou uma legião de seguidores em todos os continentes.

Aos quase 40 anos de idade, o Greenpeace festeja não só as vitórias colecionadas por quatro décadas, mas também uma trajetória que começou graças à iniciativa de 12 ativistas a bordo de um velho barco e que hoje tem o apoio de escritórios em 40 países, três navios e a parceria de seus mais de três milhões de colaboradores mundo afora.
Por acaso Primeira tripulação.Afinal, como surgiu nome da maior organização ambientalista do mundo? Puro acaso. Isoladas na bandeira do barco, que seguia rumo à Amchitka, as palavras Green (verde) e Peace (paz) não cabiam num button vendido para ajudar a arrecadar fundos para a viagem. A solução? Juntar as duas palavras. Assim nascia o Greenpeace.

Correio do petróleo



Das dez empresas com blocos de exploração de petróleo em Abrolhos, só cinco se pronunciaram sobre a proposta de moQuando, em 1983, o Brasil criou seu primeiro parque nacional marinho, o dos Abrolhos, ainda haviam poucas informações sobre a real extensão do que hoje é considerada a área de maior biodiversidade do Atlântico Sul.

Hoje, a ciência diz que é necessário estabelecer na região uma área de segurança de aproximadamente 93 mil quilômetros quadrados livre da exploração de petróleo para evitar que, em caso de vazamentos, o óleo afete a riqueza natural da região.

Foi com essa proposta que o Greenpeace Brasil enviou cartas às dez empresas com blocos de exploração na região de Abrolhos. Nelas, explicava a necessidade de estabelecer uma moratória da atividade petrolífera por 20 anos, tempo para o país rediscutir sua matriz energética e os riscos que esta indústria representa para Abrolhos.

As cartas foram enviadas em 26 de julho. Algumas semanas depois, apenas Shell e Sonangol tinham respondido ao Greenpeace. Depois, veio a resposta da Petrobras. Nenhuma delas declarou apoio à moratória.

A Repsol respondeu mais tarde. Curiosamente, sua carta chegou no dia em que o Greenpeace fez uma manifestação nos escritórios da Perenco, no Rio de Janeiro. A OGX, do mesmo modo, mandou uma resposta atrasada que saiu à fórceps, depois que nossos ativistas se acorrentaram na entrada da empresa, também no Rio, para exigir sua adesão à moratória. A carta da OGX é vaga. Por isso, os manifestantes resistiram por nove horas no local, até serem retirados à força pela Tropa de Choque da Polícia Militar.

Sem compromissos

Todas as cinco empresas que responderam às cartas do Greenpeace fugiram da discussão mais importante: o estabelecimento de uma moratória da exploração de gás e óleo da região de Abrolhos.

A Petrobras afirma que não explora petróleo em um raio de 50 km em torno do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, assumindo este como o limite legal da área de proteção ambiental.

Já a Shell saiu pela tangente. Afirmou não ter o controle de nenhum dos três blocos em que participa como sócia e, por isso, não pode decidir pelo destino das operações.
Atitude parecida teve a angolana Sonangol. Por ter concessões em terra, a empresa disse não ter nada a ver com Abrolhos, que está no meio do mar. Trata-se de uma grossa bobagem, já que seus blocos ficam em cima de bacias hidrográficas do sul da Bahia, cujas águas correm para o mar. Em caso de vazamentos, o óleo inevitavelmente seria levado em direção ao oceano.

A posição dos blocos foi também a desculpa da OGX. A empresa alegou que suas operações não representam riscos a Abrolhos, já que estão a uma distância de 150 km do Parque Nacional. Sem escutar os argumentos da ciência, a empresa ignora a presença de correntes marítimas que, em caso de acidente, arrastarão óleo por uma longa extensão.

Mapa interativo:

O mapa interativo abaixo apresenta a área que o Greenpeace pede que seja declarada livre da exploração de petróleo. Levando em consideração as correntes marítimas da região, os cientistas concluíram que um vazamento dentro desta zona pode atingir longas distâncias, afetando a maior biodiversidade do Atlântico Sul. Confira o mapa a seguir, saiba quem são as empresas com blocos de exploração de petróleo e entenda melhor a proposta de moratória.
ratória do Greenpeace. Nenhuma apoiou a ideia.Fonte;Greenpeace

Saturday, September 3, 2011

Abrolhos: um caso de omissão do governo


Ativista é levado à força após protesto pacífico na sede da OGX, de Eike Batista
Matéria do jornal O Estado de SP de hoje classifica os riscos que corre a região de Abrolhos com a exploração de petróleo como uma omissão do governo. A reportagem cita o estudo, assinado pela Conservação Internacional, que garante haver perigo para a conservação marinha da região caso as atividades petrolíferas aconteçam em um polígono de 92 mil quilômetros do parque marinho e ressalta que falta lei que proteja o maior santuáro de biodiversidade marinha do Atlântico sul.
O jornalista Iuri Dantas conversou com pesquisadores que conduziram o estudo que traçou o polígono da moratória. Para estabelecer essa área, técnicos utilizaram o método de dispersão da gota de óleo, que avalia o caminho que o petróleo percorreria caso houvesse um vazamento. Pela localização dos poços, qualquer acidente atingiria Abrolhos. Segundo Dantas, o plano foi absorvido com louvor pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), mas nada foi feito a respeito.

Se comparada à situação vivida no Golfo do México, o derramamento no ano passado afetou 229 mil quilômetros quadrados, uma área duas vezes e meia maior que o polígono sugerido para Abrolhos, diz a reportagem. E segue criticando o que chama de “medida tampão” do governo, que adotou uma zona de 50 quilômetros ao redor do arquipélago para ser excluída dos leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), distância insuficiente para garantir a proteção.

A reportagem conversa ainda com Ilana Wainer, professora do Instituto Oceanográfico da USP, que garante que a distância de prospecção na região não é segura. Ela alega que a atividade de extração de petróleo em alto mar é potencialmente insegura e lembra: “Quando você perfura o fundo do mar, pode liberar gases causadores do Efeito Estufa que estão lá embaixo. O óleo do subterrâneo está misturado com gases dentro das rochas. Quando você perfura, eles se volatilizam e vêm à tona”.

Nesta semana, o Greenpeace organizou protestos no Rio contra duas empresas que têm blocos de exploração de petróleo e gás na região de Abrolhos. Na terça-feira, um grupo de “baleias” ativistas nadaram em óleo na porta da petroleira Perenco.

No dia seguinte, foi a vez da OGX, de Eike Batista, a receber a visita dos manifestantes. Acorrentadas no saguão do edifício sede da empresa, as baleias resistiram por nove horas ao cerco da segurança, sem comida e sem luz, à espera de que algum executivo da empresa apresentasse sua adesão à proposta de moratória. Sem respostas, a OGX chamou o Batalhão de Choque para retirar os manifestantes à força.
Greenpeace

Thursday, September 1, 2011

Baleias se acorrentam em petroleira


Saga das baleias pela proteção de Abrolhos continua: ativistas estão dentro da sede da OGX, empresa de Eike Batista, há horas, exigindo fim da exploração de petróleo na região. Ativistas vestidos de baleias aguardam acorrentados na entrada do prédio da OGX por uma resposta de Eike Batista. Greenpeace AlexandNa sequência da cruzada contra a exploração de petróleo em Abrolhos, hoje foi a vez da OGX, uma das tantas empresas do bilionário Eike Batista, a receber a visita das baleias do Greenpeace. Em protesto, elas exigiram que a petroleira abandone suas atividades na região e livre o santuário ecológico, e maior banco de corais do Brasil, dos perigos da atividade petrolífera.

As baleias chegaram à sede da empresa, no centro do Rio, por volta das 10h vestindo coleiras com o nome de Eike. Nem assim o empresário atendeu aos pedidos dos ativistas. Ao contrário, a recepção foi truculenta. Sete carros da Polícia Militar chegaram para tentar desocupar o edifício. A tropa de choque também foi chamada e bloqueou as duas entradas. Representantes da imprensa foram impedidos de entrar. Um plástico preto cobriu os vidros do saguão para impedir que imagens fossem tomadas dentro do recinto.

Após três horas de resistência, a empresa decidiu se manifestar. Em nota assinada por Paulo Mendonça, diretor geral da OGX, a empresa alega que suas operações respeitam a legislação ambiental vigente e as regulamentações da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Resposta vaga, já que não poderia ser diferente. O Greenpeace pede que a OGX abandone suas operações na área para evitar que qualquer vazamento destrua a maior biodiversidade do Atlântico Sul.

Insatisfeitos com a carta da empresa, os ativistas resistem, sem previsão de deixar o local até que a empresa ofereça uma resposta contundente.

A OGX foi uma das dez empresas que receberam cartas do Greenpeace explicando a necessidade de estabelecer uma moratória da exploração de óleo e gás em Abrolhos. O descaso de Eike Batista com a região, considerada a maior biodiversidade do Atlântico Sul, contrasta com a imagem de sustentabilidade que a empresa tenta passar ao público.

“As empresas de Eike Batista apoiam 400 mil hectares de Unidades de Conservação Ambiental em todo o Brasil”, afirma Leandra Gonçalves, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “Poderia, então, aderir a mais esta causa e proteger Abrolhos também.”

A OGX é a segunda empresa a receber o Greenpeace em sua porta. Ontem, a franco-britânica Perenco, sócia de Eike Batista em sua garimpagem de petróleo no mar de Abrolhos, foi surpreendida por um confronto entre “baleias” e “petroleiros” na entrada de sua sede, no Rio. As baleias tentaram falar com representantes da Perenco, mas os petroleiros as impediram com jatos de óleo.

O petróleo de Abrolhos
O Greenpeace pede o estabelecimento de uma moratória da exploração de gás e petróleo por 20 anos em uma zona de 93 mil quilômetros quadrados na região de Abrolhos. Segundo recentes estudos científicos, esta área é o limite mínimo para evitar que acidentes de qualquer tipo contaminem a biodiversidade da região.
A área de moratória afeta treze blocos de exploração de petróleo atualmente concedidas a dez empresas nacionais e estrangeiras: Perenco, Petrobras, Shell, Vale, OGX, Cowan, Sonangol, Vipetro, HRT e Repsol.

A proposta é uma tentativa de barrar o avanço da exploração petrolífera no entorno de Abrolhos. Ano passado, o governo derrubou uma liminar do Ministério Público Federal, de 2003, que impedia a ANP (Agência Nacional de Petróleo) de licitar blocos num raio de 50 km do Parque Nacional.

Lar de mais de 1.300 espécies de aves, tartarugas, peixes e mamíferos marinhos — dentre as quais, 45 em risco de extinção — Abrolhos é a região de maior biodiversidade da região sul do Atlântico. Seus recifes de corais, os maiores e mais exuberantes do Brasil, e seus extensos manguezais contribuem para fazer desta a zona mais importante de pesca no Estado da Bahia.

Fonte;Greenpeace

Velha fronteira, novos desmatamentos

Análise do Greenpeace mostra que a agricultura foi carro-chefe nos recentes desmatamentos em Mato Grosso.
O desmatamento explosivo que fez o governo instalar um gabinete de crise e mandar uma tropa de fiscais para o Mato Grosso nos últimos meses tem destino provável: o ritmo de desmatamento em áreas agrícolas foi bem maior que em regiões onde predomina a pecuária. A notícia foi dada hoje pelo jornal Estado de S. Paulo, em cima de uma análise que o Greenpeace fez dos alertas de desmatamento emitidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre agosto de 2010 e julho de 2011.

Para fazer a conta, a equipe de Geoprocessamento do Greenpeace considerou como área de influência de agricultura os polígonos desmatados num raio de 500 metros de regiões onde hoje predomina essa atividade. Comparando com os dados do mesmo período entre 2009 e 2010, houve aumento de 46% no desmatamento em área agrícola. A mesma coisa foi feita para calcular a área de influência da pecuária, onde o corte de florestas cresceu bem menos: 27%.

Os dados são provisórios, já que vêm do Deter, o sistema de alerta e não de medição de área de desmatamento. “Mas eles indicam uma clara tendência de expansão da agricultura naquela área, principalmente para o cultivo de grãos, como soja”, destaca Rafael Cruz, membro da Campanha Amazônia do Greenpeace. A região concentrou os últimos alertas de desmatamento, fazendo com que o estado de Mato Grosso voltasse a seus dias de líder de derrubadas.

Com o período da seca batendo à porta, a situação por ali ainda pode ter desdobramentos com o possível aumento de queimadas, que geralmente vêm na sequência das derrubadas, para limpeza do terreno. “Por conta do aumento do desmatamento, estamos esperando que ali aumentem os focos de calor”, confirmou Eduardo Rodrigues, coordenador de Fiscalização, Florestas e Unidades de Conservação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. “Mas, por enquanto, está controlado”.

Fonte;Greenpeace

Enxotados pelo Eike


Acossados pela tropa de choque, privados de alimento e àgua e deixados no escuro, dezoito ativistas são retirados à força da sede da OGX, de Eike Batista, após nove horas de protesto pacífico.Protesto na sede da OGX, petroleira de Eike Batista, contra exploração de petróleo em Abrolhos acaba em retirada forçada de ativistas. Greenpeace / EVE / Marizilda Cruppe
Terminou em expulsão pela polícia as mais de nove horas de protesto do Greenpeace na sede da petroleira OGX, no Rio de Janeiro. Às 19h20 da noite do dia 31 de agosto, os dezoito ativistas que desde as 10h da manhã resistiam à tropa de choque e aos seguranças do bilionário Eike Batista em protesto pacífico contra exploração de petróleo em Abrolhos foram retirados à força. Eles foram impedidos de receber àgua e comida e tiveram a luz do prédio cortada.

Quinze ativistas fantasiados de baleias e outros três travestidos de funcionários da OGX, com borrifadores de óleo falso. Este era o time do Greenpeace. Do outro lado, dezenas de seguranças e uma tropa da polícia altamente armada, preparados para o confronto.

No interior do prédio, onde ocorria o protesto totalmente pacífico, a imprensa foi impedida de entrar e plásticos pretos colocados pelos funcionários tapavam a visão de quem desde cedo lotava as calçadas da entrada do edifício, no centro do Rio de Janeiro. Acorrentados nas catracas de acesso aos elevadores, os manifestantes aguardaram a presença de Eike Batista, dono da empresa, e resistiram por horas à violência desmedida dos leões-de-chácara do bilionário.

O objetivo da manifestação era simples e claro: obter resposta a um pedido de fim de exploração em uma área altamente prioritária para a conservação marinha brasileira. Mas, passadas três horas de protesto, a empresa dignou-se apenas a divulgar uma posição vaga. Em carta, alegou que a localização dos blocos na região dos Abrolhos não oferecia riscos, algo que nenhuma empresa ou orgão científico pode garantir.
Não satisfeitos com a falta de respeito e seriedade que a situação exigia, os manifestantes se desvencilharam em direção aos elevadores. Foram recepcionados pela tropa de choque da polícia com agressões e pancadaria. Seguiu-se mais um longo período de espera, desta vez impedidos de beber água ou ingerir qualquer alimento. Após às 18h, foram deixados no escuro.

Pouco antes das 19h da noite, a polícia ganhou reforços e fechou o quarteirão próximo à Rua do Passeio, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, em frente à Praça Mahatma Ghandi. Por volta das 19h20, os ativistas tiveram as correntes que os prendiam cortadas e foram arrastados pela polícia para dentro de um camburão em direção à delegacia. Com eles foram levados a fotógrafa e o cinegrafista que permaneceram todo o tempo junto aos manifestantes para garantir a sua segurança.

“Viemos em busca de resposta a um pedido feito à OGX em carta pelo Greenpeace e via email por mais de 14 mil ciberativistas, que foi sumariamente ignorado pela empresa”, disse Leandra Gonçalves, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “Ao invés de sermos recepcionados com um posicionamento concreto sobre o tema, recebemos uma resposta inócua e fomos alvos de reação truculenta”, critica.

A OGX foi uma das dez empresas que receberam cartas do Greenpeace explicando a necessidade de estabelecer uma moratória da exploração de óleo e gás em Abrolhos. O descaso de Eike Batista com a região, considerada a maior biodiversidade do Atlântico Sul, contrasta com a imagem de sustentabilidade que a empresa tenta passar ao público.

“Eike Batista tenta se mostrar um empresário moderno e alinhado com os interesses dos nossos tempos, mas isto não passa de jogada de marketing. Quando confrontado em seus interesses em prol da segurança e da preservação , ele reage com violência”, conclui Gonçalves.

A empresa é a segunda a receber o Greenpeace em sua porta. Ontem, a franco-britânica Perenco, sócia da OGX em sua garimpagem de petróleo no mar de Abrolhos, foi surpreendida por um confronto entre “baleias” e “petroleiros” na entrada de sua sede, no Rio. As baleias tentaram falar com representantes da Perenco, mas os petroleiros as impediram com jatos de óleo.

O petróleo de Abrolhos

O Greenpeace pede o estabelecimento de uma moratória da exploração de gás e petróleo por 20 anos em uma zona de 93 mil quilômetros quadrados na região de Abrolhos. Segundo recentes estudos científicos, esta área é o limite mínimo para evitar que acidentes de qualquer tipo contaminem a biodiversidade da região.
A área de moratória afeta treze blocos de exploração de petróleo atualmente concedidas a dez empresas nacionais e estrangeiras: Perenco, Petrobras, Shell, Vale, OGX, Cowan, Sonangol, Vipetro, HRT e Repsol.

A proposta é uma tentativa de barrar o avanço da exploração petrolífera no entorno de Abrolhos. Ano passado, o governo derrubou uma liminar do Ministério Público Federal, de 2003, que impedia a ANP (Agência Nacional de Petróleo) de licitar blocos num raio de 50 km do Parque Nacional.

Lar de mais de 1.300 espécies de aves, tartarugas, peixes e mamíferos marinhos — dentre as quais, 45 em risco de extinção — Abrolhos é a região de maior biodiversidade da região sul do Atlântico. Seus recifes de corais, os maiores e mais exuberantes do Brasil, e seus extensos manguezais contribuem para fazer desta a zona mais importante de pesca no Estado da Bahia.
Fonte;Greenpeace

Após prisão, ativistas voltam para casa


A manifestação terminou com uma cena cinematográfica. Uma tropa de choque isolou a área do edifício da OGX, no centro do Rio, e arrastou os maTropa de choque da PM retira manifestante do Greenpeace à força de petroleira
nifestantes à força. Os 18 ativistas do Greenpeace, presos nesta quarta-feira, 31, após protesto pacífico na sede da petroleira OGX, do bilionário Eike Batista, já foram liberados pela polícia.

Os ativistas permaneceram duas horas na delegacia e poderão ser acusados por invasão de domicilio. Por sua vez, o Greenpeace denunciará a OGX por agressão contra os manifestantes, após truculenta reação da equipe de segurança da empresa.

Sem que nenhum executivo da OGX recebesse os ativistas, a manifestação terminou com uma cena cinematográfica. Uma tropa de choque isolou a área do edifício, no centro do Rio, e arrastou os manifestantes à força. Na confusão, até a imprensa foi levada para a delegacia.

Sem um posicionamento claro ao pedido do Greenpeace, a OGX reagiu com violência durante as mais de nove horas de protesto. Bloqueou os ativistas no saguão do edifício e cobriu a área com uma lona preta para evitar que jornalistas registrassem as imagens. A empresa também proibiu a entrada de comida e água. No fim do dia, as luzes foram desligadas e os ativistas ficaram no escuro.


Sob pressão, a OGX produziu às pressas uma nota que foi divulgada no início da tarde. Nela, a empresa respondia de forma muito vaga a carta do Greenpeace, enviada em 26 de julho passado, em que explicava a necessidade de uma moratória da exploração de petróleo e gás em Abrolhos. No comunicado, a petroleira de Eike Batista alega “respeitar a legislação ambiental vigente”. O mínimo que se esperava.

Por outro lado, a OGX afirma que seus blocos, distantes 150 km do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não oferecem riscos ao Parque, o que demonstra completo desconhecimento dos estudos científicos sobre a biodiversidade da região.

Sem o apoio de Eike Batista à preservação de Abrolhos, o Greenpeace seguirá adiante sua campanha até que todas as empresas decidam aderir à proposta de moratória de exploração de petróleo em Abrolhos.

Nesta cruzada, sua ajuda é muito importante. Assine a petição e mostre que você também quer decidir sobre o futuro deste patrimônio natural do Brasil:
Fonte;Greenpece