Saiba o que é diversidade biológica e porquê temos que fazer escolhas para garantir sua manutenção. Spoiler: a vida na Terra depende disso
No dia 22 de maio é celebrado o Dia Internacional da Biodiversidade, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para alertar sobre a importância de protegê-la. Mas você sabe o que é isso?
A biodiversidade, ou diversidade biológica, é o conjunto de todos os seres vivos existentes, o que inclui todas as plantas, animais e microorganismos da Terra. E é justamente essa diversidade e a interação entre estas diferentes espécies que torna nosso planeta tão especial.
Como explica o site da ONU, o ar que respiramos, os alimentos que ingerimos, a energia que usamos e os materiais de que precisamos para todos os fins, são todos frutos da interação desta biodiversidade. Sem as plantas, por exemplo, não teríamos oxigênio. Sem as abelhas e outros insetos, não teríamos colheitas, não teríamos comida. Sem os fungos, não teríamos a decomposição e reciclagem das matérias.
Mas estamos colocando este equilíbrio biológico em grave risco. De acordo com a ONU, cerca de 25% de todas as espécies animais e vegetais do mundo estão ameaçadas de extinção e, a maior parte disso, devido a ação humana.
Amazônia e a importância da biodiversidade brasileira
No Brasil, a Amazônia, a floresta mais biodiversa do mundo, vem sofrendo impactos severos devido ao avanço brutal do desmatamento. De agosto de 2019 a abril de 2020, os alertas de desmatamento indicam a perda de 5.483 km² de floresta. Este é o maior índice dos últimos cinco anos e quase o dobro do que o registrado no ano passado no mesmo período.
E enquanto o desmatamento avança, vai levando consigo toda a vida e a diversidade da floresta, grande parte ainda desconhecida pela ciência. Quem mora longe da Amazônia pode pensar “e o que isso tem a ver comigo?”. A resposta é: TUDO! Não podemos esquecer que nós, como seres vivos, também fazemos parte da biodiversidade.
A perda da biodiversidade e a destruição do meio ambiente impactam diretamente nossas vidas e, neste momento, estamos vendo um exemplo disso. Quanto mais destruímos ecossistemas naturais, mais facilitamos o aparecimento de doenças, que podem se transformar em epidemias e pandemias e levar a perdas para toda a sociedade, fato que vem sendo alertado pela ciência há anos.
Isso porque a transformação de paisagens naturais tem feito com que entremos cada vez mais em contato com seres que carregam patógenos, que são capazes de afetar a nossa saúde e causar doenças infecciosas.
Por outro lado, uma biodiversidade forte e protegida só traz benefícios ao planeta e à nós, seres humanos.
Humanidade e natureza, precisamos discutir a relação
Nós estamos doentes, a Terra está doente, e um dos motivos para isso é justamente a relação abusiva que temos levado com a natureza. Nossos sistemas produtivos são “a doença” e, se quisermos reverter a situação, é preciso enfrentar esta realidade.
Temos hoje no Brasil um modelo de produção e consumo de commodities que avança sobre nossas florestas, violenta a população do campo, utiliza volumes altíssimos de agrotóxicos, e que concentra terra, renda e as decisões no cenário político nacional, fazendo valer com facilidade muitos de seus interesses.
Aliadas à esse modo de produção estão algumas empresas que se tornam cúmplices da destruição, que nada fazem para mudar essa rota, pelo contrário, a perpetuam. O Greenpeace Alemanha acaba de publicar um levantamento que mostra como ficamos reféns destas companhias, expondo duas das principais empresas químicas alemãs que continuam a se esbaldar com a venda para o Brasil de agrotóxicos proibidos na União Europeia, justamente pelo mal que causam à biodiversidade.
Se seguirmos este caminho que governos, como o do Brasil, escolheram – de retrocesso, destruição e de incentivo ao crime ambiental – sem dúvida caminhamos para um futuro em que nossa própria sobrevivência estará em risco.
Ainda podemos fazer história, podemos fazer mais e melhor. Podemos escolher investir em pesquisas, na economia da floresta em pé, na agroecologia e na proteção de nossos recursos naturais.
Há muito tempo cientistas vêm alertando sobre esses perigos que agora batem à porta. Vamos ouvi-los agora?
Faça parte do movimento pela proteção da Amazônia e sua biodiversidade.
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