Wednesday, March 4, 2020

Ótimas notícias para o Clima! Péssimas para a indústria do petróleo

por Greenpeace Brasil

Três petroleiras são forçadas a recuar em planos de exploração. E o que é ruim para uma empresa de petróleo é bom para o Clima e para o futuro da vida no planeta.

Ativistas com cartazes do lado de fora do escritório da empresa petrolífera austríaca OMV, em Wellington, Nova Zelândia, em 2019. © Marty Melville / Greenpeace
A seguir, os três fatos que encaramos como vitórias para o Clima.
1. OMV falha em encontrar petróleo na Nova Zelândia
Na semana passada, a petroleira austríaca OMV anunciou que não encontrou reservas comercializáveis de petróleo na Nova Zelândia; um golpe maciço – e bem-vindo – que eliminou o futuro da indústria de petróleo na região.
Em 2018, a Nova Zelândia havia proibido todas as novas licenças de exploração de petróleo offshore (no mar), o que não impediu a OMV de prosseguir com seu plano de exploração na Great South Basin (Grande Bacia do Sul), uma região de alta sensibilidade e importância para a biodiversidade marinha.
Depois que as empresas Shell, Equinor e Chevron abandonaram suas licenças de perfuração na Nova Zelândia, a OMV era a última grande petroleira com planos para a área.
O Greenpeace vinha trabalhando por isso, inclusive com ações pacíficas contra a empresa. Em agosto de ano 2019, em uma das ações, os ativistas do Greenpeace na Nova Zelândia escalaram a sede da OMV, onde ficaram por 10 horas e fizeram um chamado aos neozelandeses para participarem de uma mobilização em massa no mesmo local. A chamada foi respondida por mais de 100 pessoas que, juntas, entregaram uma petição à petrolífera.
A descoberta de um poço seco que, consequentemente, demoliu as esperanças da OMV de perfurar mais petróleo é uma comemoração conjunta com aliados como povos indígenas, movimentos pelo clima e centenas de milhares de pessoas que continuam se opondo à perfuração de petróleo em alto-mar.
Mina de areias betuminosas próxima a Fort McMurray, Alberta, no Canadá.
© Ian Willms / Greenpeace
2. A Teck, empresa canadense de combustíveis fósseis, também recua
Nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, a Teck Resources, uma empresa canadense de energia e mineração, retirou seu pedido para construir o que poderia ter sido a maior mina de areias betuminosas de todos os tempos. Essas areias são como uma espécie de petróleo em estado semissólido e a exploração do material é responsável por emissões significativas de gases que intensificam o aquecimento global, além de causar destruição do meio ambiente.
Essa também é uma grande vitória para o Clima e para as comunidades indígenas cujos direitos culturais, de caça e outros estariam ameaçados pelo impacto ambiental da mina. A vitória vem como resultado de uma campanha feita principalmente por líderes locais da luta em defesa das terras indígenas.

85% da vida marinha na Great Bight Australian não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo. © Jaimen Hudson / Greenpeace
3. O Great Australian Bight (“Grande Baía Australiana”), agora está livre da petroleira norueguesa Equinor
A gigante norueguesa Equinor interrompeu seus planos de perfurar quase 2 bilhões de barris de petróleo na Grande Baía Australiana, dizendo que “não era mais competitiva comercialmente”. A região, que fica ao largo da costa sul da Austrália, é um tesouro marinho, lar de espécies raras e um dos santuários de baleias mais importantes da Terra.
A Chevron e a BP se afastaram de lá e após anos de campanhas incansáveis ​​feitas por comunidades costeiras, indígenas, ONGs, surfistas, indústria de frutos do mar, operadores de turismo e outras empresas locais, a Equinor também se foi. Isso significa o equivalente a mais de 800.000.000 toneladas de carbono que não serão emitidas.
Seja com nossos navios, trabalhando ao lado de comunidades, cientistas, fazendo atividades pacíficas ou expondo segredos da indústria, os ativistas do Greenpeace ao redor do mundo também deram sua contribuição.
E lembrando que enquanto o Nordeste brasileiro ainda tenta entender e lidar com o maior derramamento de petróleo em termos de extensão na história, o governo segue oferecendo blocos de petróleo por toda a costa brasileira e também no coração da floresta amazônica.


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