Com lançamento previsto para 9 de novembro, novo
documentário do Al Gore mostra os efeitos do aumento das temperaturas da
Terra e os caminhos da negociação até o Acordo de Paris
Quando em uma das cenas finais de seu novo documentário, Al Gore questiona quanto tempo o movimento para combater a crise climática levará para triunfar, ele recorre a uma frase de Martin Luther King para responder "não muito". "Porque nenhuma mentira pode durar para sempre. Quanto tempo? Não muito porque o arco moral do universo é longo, mas este inclina-se em direção à justiça", cita.
Seu segundo documentário, chamado Uma Verdade Mais Inconveniente,
estreia no Brasil no dia 9 de novembro e traz a mensagem esperançosa de
que o movimento para combater o aquecimento do planeta – e cortar
emissões de gases que agravam o fenômeno – está num ponto de virada. E
vemos com exemplos da história que o caminho é longo, mas que chegaremos
lá. Nesse ponto de virada já estiveram movimentos como o da abolição,
como o movimento anti-apartheid décadas atrás e o do direito ao voto às
mulheres. Esses movimentos, diz Al Gore, fizeram a sociedade escolher
sobre o que era certo ou errado.
O documentário mostra como as mudanças climáticas já estão afetando grande parte da população mundial. Seus efeitos são vistos em inundações em cidades ricas, como Miami Beach e Nova York. Mas também – e em maior gravidade – em países em desenvolvimento, como as Filipinas. Em 2013, o país asiático vivenciou o maior tufão já registrado na história, que deixou milhares de mortos e desabrigados. E retrata os caminhos até a assinatura do Acordo de Paris – e o seguido retrocesso, quando Donald Trump tirou os Estados Unidos do acordo. Mesmo assim, 169 países já ratificaram o acordo, e a mudança está a caminho.
Assista ao trailer do filme.
O documentário mostra como as mudanças climáticas já estão afetando grande parte da população mundial. Seus efeitos são vistos em inundações em cidades ricas, como Miami Beach e Nova York. Mas também – e em maior gravidade – em países em desenvolvimento, como as Filipinas. Em 2013, o país asiático vivenciou o maior tufão já registrado na história, que deixou milhares de mortos e desabrigados. E retrata os caminhos até a assinatura do Acordo de Paris – e o seguido retrocesso, quando Donald Trump tirou os Estados Unidos do acordo. Mesmo assim, 169 países já ratificaram o acordo, e a mudança está a caminho.
Assista ao trailer do filme.
Cine-debate
Na noite de 24 de outubro, o Greenpeace participou de
uma sessão especial do documentário, seguida de um debate. Entre os
convidados estavam Fabiana Alves, especialista em Clima do Greenpeace
Brasil, Alfredo Sirkis, representando o The Climate Reality Project,
André Nahur, coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do
WWF-Brasil e Delcio Rodrigues, da ClimaInfo como mediador.
Entre os temas levantados por eles e pela plateia estiveram os retrocessos da agenda política atual. O governo brasileiro, apesar de ter assinado o Acordo de Paris,
aprova no Congresso um pacote de retrocessos à legislação ambiental
brasileira, que podem aumentar o desmatamento na Amazônia, um dos
principais fatores de emissão do país.
Para o Brasil, as consequências do aumento da temperatura global já estão acontecendo.
E foi consenso entre os participantes e a plateia que as mudanças
climáticas são um problema ambiental e social. Aumento da seca,
diminuição da produção de grãos e inundações são apenas alguns exemplos
de realidades que já acontecem aqui. O Nordeste seria uma das regiões
mais afetadas no Brasil. E cidades como Santos e Rio de Janeiro poderiam
ter parte de suas infraestruturas destruídas pelo aumento do nível do
mar.Apesar do contexto negativo da política brasileira e da saída de Trump do Acordo de Paris, o mundo caminha para adotar políticas concretas que revertam as mudanças climáticas. O mundo deve resistir aos retrocessos e continuar o caminho em direção à diminuição das emissões de CO2 e às energias renováveis.
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