Tuesday, July 31, 2018

Paulinho Moska lança música manifesto “Nenhum Direito a Menos”

por Greenpeace Brasil

Diante dos retrocessos políticos e perda de direitos, músico ressalta a necessidade de resistir


Estamos vivendo um momento de enorme retrocesso político, no qual o governo Temer e a bancada ruralista tem violado sistematicamente direitos humanos – especialmente de indígenas e de trabalhadores rurais – e colocado em risco a proteção do meio ambiente.
Nesse contexto onde denunciar e resistir contra tamanho retrocesso passaram a ser palavras que nos unem, Paulinho Moska e Carlos Rennó usam a arte para exercer o direito de livre manifestação e protestar de uma maneira bela e poética sobre os abusos cometidos pelos “homens do poder”.

Saturday, July 28, 2018

What does the burning of the Great Northern Forest mean for us?

Europe is burning. We’ve seen the headlines about catastrophic fires from the Mediterranean to the Arctic. Blazes are also ravaging the Great Northern Forest from Sweden in the west to the Russian Far East.
Satellite images show wildfire over Sweden © Planet.com on 2018-07-17
Satellite images show wildfire over Sweden © Planet.com on 2018-07-17
The question we have heard lately is whether these fires are caused by the climate change. Yes, climate change can be one of the triggers: there is evidence that extreme weather is more common, and can create more conditions – like heatwaves – that increase the risk of fires.
But the mechanism also works the other way. Catastrophic fires are changing the climate and destroying the forest – both the boreal and rainforest regions – that are vital for the planet. Fire emissions speed up climate change, which in turn leads to increased fire frequency, fire season length and cumulative area burned.
It means that wildfires are not only local disasters; they influence the entire planet. Direct wildfire CO2 emissions are up to 25% of the total annual CO2 emissions. These emissions are hidden in a sense that they are not properly accounted for within the IPCC. Recent years have been marked by major fire catastrophes. Having common roots, every fire catastrophe is an element of a global problem which needs to be regarded accordingly.
This year in Russia, 12,6 million hectares have burned and 2,9 million hectares are still burning now. That is almost twice the area of the Republic of Ireland. What is worse, only a small part of those are being fought. According to NASA, unusually intense fires in Russia this year sent smoke halfway around the world. The winds are also carrying a lot of black carbon to the Arctic which again contributes to climate change.
Sweden is right now experiencing a record-breaking fire season like nothing seen before. On some days it was burning in 60 locations at the same time. 
Sweden has asked help to extinguish the fires from other European Union countries at the same time that the equipment and manpower are desperately needed in Greece. It seems that we just aren’t prepared for this.
But there are some things we can do. About 90% of wildland fires are man-made, so it’s up to us to stop them. Be careful if you live or travel in an area where there is a risk of fires. Forest fire warnings are to be taken seriously.
We can also take the fires seriously in the Paris agreement. Wildfire CO2 emissions and black carbon emissions have to be entirely taken into account in climate agreements and they need to have an impact on all climate conservation plans.
You can also help Greenpeace volunteers to stop the fires. Donate to volunteer firefighters and support the movement of local activists serving their communities.
 Firefighting and Training Camp on Ladoga Skerries © Maria Vasilieva / Greenpeace
Anna Baskakova, a volunteer firefighter with Greenpeace Russia. © Maria Vasilieva / Greenpeace
And of course we need a healthy Great Northern Forest to stop the climate change. Join us www.greatnorthernforest.org
Juha Aromaa is the communications lead for the Great Northern Forest project

Por uma alimentação saudável de verdade

por Greenpeace Brasil

Repudiamos qualquer iniciativa que tente mascarar a realidade tóxica do agronegócio

chef cozinha alimentos livre de agrotóxicos
Por uma alimentação livre de veneno © (Foto: Peter Caton/ Greenpeace)
Embora a bancada ruralista se esforce para criar uma imagem de que o agro é pop, sabemos que os setores que ela representa nada têm a ver com a maior parte dos produtores rurais do país. Agora, em mais uma tentativa de mascarar a realidade, os ruralistas estão convidando chefs de cozinha para promover o agronegócio e “aproximar a sociedade do setor agropecuário”. Trata-se de uma estratégia de marketing nociva que visa esconder o enorme retrocesso que estamos vivendo em relação à democratização da alimentação saudável para a população brasileira.
Esse agro que os ruralistas tentam promover não é pop e não é saudável! É o mesmo agro que quer aprovar o Pacote do Veneno (PL 6299/2002), afrouxando o uso e liberação de agrotóxicos, incluindo alguns comprovadamente cancerígenos, que, invariavelmente, irão parar no prato de todos os brasileiros. Ao votarem em favor do texto-base do Pacote do Veneno a portas fechadas, no mês passado, mesmo com a resistência da sociedade e de órgãos de saúde e meio ambiente, os ruralistas deixaram claro que governam em função de interesses políticos e eleitorais.
É por isso que, mais uma vez, organizações da sociedade civil, incluindo o Greenpeace, se unem em nota de repúdio e alerta sobre a feira SENAR – Chefs pelo Agro, que acontecerá no próximo sábado em São Paulo. Junto a chefs e cozinheiros que realmente lutam por uma alimentação saudável, justa e de qualidade, nos somamos ao Manifesto BANQUETAÇO contra o evento. Essa feira não nos representa.
 Clique aqui para ler o manifesto na íntegra.

Um adeus a Rubinho

por Greenpeace Brasil

Faleceu o antropólogo Rubem Ferreira Thomaz de Almeida, primeiro Diretor-Executivo do Greenpeace Brasil.

Rubinho, primeiro Diretor-Executivo do Greenpeace Brasil
Rubinho, primeiro Diretor-Executivo do Greenpeace Brasil © Foto: NEP-UFRRJ
É com muita tristeza que o Greenpeace compartilha a notícia da morte de Rubinho, como era carinhosamente conhecido o antropólogo Rubem Ferreira Thomaz de Almeida. Depois de lutar bravamente contra as consequências de um tumor, nessa quinta-feira, 26 de julho, ele não resistiu às complicações que resultaram de uma intervenção cirúrgica.
Rubinho graduou-se em Ciências Sociais pela USP em 1977. Ainda durante a graduação começou a atuar junto aos Kayowá-Ñandeva, fazendo parte do esforço crítico à integração forçada dos povos indígenas, defendida pelas muitas ditaduras latino-americanas na época. Tornou-se, também, um crítico ferrenho das teorias da aculturação e do culturalismo que predominavam na leitura antropológica acerca dos Guarani até o início dos anos 1980.
O antropólogo esteve próximo da equipe que ajudou a fundar o Greenpeace no Brasil e foi seu primeiro Diretor-Executivo. Também trabalhou junto aos povos Guarani nos temas que afetam suas vidas em muitos pontos do Brasil, sempre abrindo espaço para que estes se fizessem ouvir. Mais recentemente, se preparava para escrever um livro sobre sua experiência de vida atuando junto aos Kayowá e Ñandeva em diversos pontos do país.
A ausência de Rubinho será muito sentida pela família, pelos muitos amigos que fez ao longo da vida e pelos povos indígenas com os quais trabalhou, mas ele deixa um exemplo de generosidade, profissionalismo e dedicação que seguirá inspirando a todos nós na busca de um Brasil mais justo, solidário e, principalmente, respeitador dos direitos de todos os povos originários.

Friday, July 27, 2018

Mais de 10 mil hectares de floresta já foram destruídos na Terra Indígena Karipuna

por Greenpeace Brasil

Após sobrevoo, Greenpeace e Cimi apresentaram uma denúncia ao MPF com imagens que comprovam que a destruição é quase quatro vezes maior do que os dados oficiais mostram

Sobrevoo permitiu verificar a intensificação da degradação do território – a floresta está sendo destruída silenciosamente © Christian Braga / Greenpeace
Neste mês de julho, o Greenpeace e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) protocolaram no Ministério Público Federal de Rondônia (MPF-RO) uma denúncia que explicita que a destruição da floresta na Terra Indígena Karipuna é quase quatro vezes maior do que os dados oficiais do Estado consideram. As análises evidenciam ainda que o processo de devastação tem se intensificado expressivamente nos últimos anos. A denúncia foi enviada também ao Ministério da Justiça (MJ), ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Fundação Nacional do Índio (Funai).
Segundo os dados oficiais do Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), entre 1988 e 2017, 2.823 hectares (ha) dos 152 mil hectares da Terra Indígena Karipuna foram desmatados. Sendo que 40% deste total, o que corresponde a 1.139 ha, ocorreu entre 2015 e 2017.
Mas são os dados de degradação (não divulgados pelo governo brasileiro desde 2014) que mostram a trágica dimensão da destruição do território Karipuna. Utilizando imagens de dois satélites diferentes, analistas de geoprocessamento do Greenpeace detectaram que, entre setembro de 2015 e maio de 2018, pelo menos 7.640 ha de floresta foram degradados dentro da TI.
Cabe ressaltar que dos 10.463 ha de florestas degradados e desmatados dentro da TI Karipuna desde 1988, mais de 80% ocorreram entre 2015 e 2018.
Leia aqui a denúncia feita ao MPF.

Sobrevoo e registro da destruição

Acompanhado de ativistas do Greenpeace e de um representante do Cimi, a liderança André Karipuna pôde constatar do alto, durante um sobrevoo realizado no início de junho, a extensa e complexa rede de estradas construídas ilegalmente para acessar o território de seu povo. Do avião, foi possível identificar amplas áreas de floresta alvos de extração de madeira e clareiras com grande volume de toras na iminência de serem transportadas.
Fotos georeferenciadas evidenciam áreas invadidas e o roubo de madeira dentro da Terra Indígena Karipuna
“Não restam dúvidas quanto à gravidade do processo de invasão e destruição do território Karipuna. O desafio agora é identificar os responsáveis por estes crimes e continuar pressionando o Estado brasileiro para que revise sua estratégia de proteção desta e de outras terras indígenas na Amazônia; especialmente em Rondônia onde, na prática, a pilhagem destes territórios virou regra”, afirma Danicley de Aguiar, especialista em Amazônia do Greenpeace.
A Terra Indígena (TI) Karipuna, localizada a 280 km da capital Porto Velho (RO) foi homologada pela Presidência da República em 1998. Desde setembro de 2017, mesmo diante de diversas ameaças e intimidações, lideranças Karipuna denunciam aos órgãos do Estado brasileiro a dramática realidade enfrentada pelo seu povo. Em abril deste ano, Adriano Karipuna levou o caso ao conhecimento internacional na 17ª Sessão do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova Iorque.
No último dia 12 de junho, o juiz federal Shamyl Cipriano determinou que uma ação compartilhada entre as Forças Armadas, a Polícia Militar Ambiental, a Polícia Militar, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e a Funai colocasse em prática um plano de proteção territorial à TI Karipuna.
De acordo com a coordenadora do Cimi em Rondônia, Laura Vicuña Pereira Manso, o que se observa é um avanço das investidas de grupos econômicos para legitimar ações de diminuição da TI Karipuna. “Se isso acontece em uma terra indígena já homologada, há o perigo de que estas investidas se propaguem para outros territórios na Amazônia, e no Brasil”, alerta.

Todos os Olhos na Amazônia

A Associação Indígena do Povo Karipuna Abytucu Apoika, o Greenpeace e o Cimi estão trabalhando juntos no monitoramento da invasão da TI Karipuna, e para que os criminosos sejam responsabilizados. Estas organizações fazem parte da coalisão “Todos os Olhos na Amazônia”, que tem como objetivo principal apoiar a luta de povos indígenas e comunidades tradicionais pela conservação de suas florestas. Outros parceiros nesta iniciativa são a Fase-Amazônia, a Coiab e a Artigo 19, no Brasil, e a Witness e a Hivos, dentre outras que atuam no cenário internacional.

Brasil lidera mortes no campo, com um quarto de todos os assassinatos do mundo

por Greenpeace Brasil

 

Em relatório, organização Global Witness revela que retrocessos políticos empreendidos no Brasil influenciaram aumento das mortes relacionadas a conflitos por terra e recursos naturais

Protesto na frente do Congresso nacional com 251 cruzes para representar as mortes no campo entre 2007 e 2016
Em 2017, ativistas do Greenpeace realizaram um protesto diante do Congresso Nacional, para cobrar medidas das autoridades e o fim da impunidade para crimes no campo. 251 cruzes foram levadas ao Congresso, simbolizando os 251 assassinatos ocorridos na Amazônia de 2007 a 2016. © Adriano Machado / Greenpeace
Pelo sexto ano consecutivo o Brasil lidera o ranking de países mais perigosos do mundo para atuar em defesa da terra, das florestas e rios, segundo revela o relatório “A Que Preço? – Negócios irresponsáveis e o assassinato de defensores da terra e do meio ambiente em 2017“, recém-lançado pela organização internacional Global Witness. Em 2017, pelo menos 207 pessoas foram assassinadas em todo o mundo em conflitos relacionados ao acesso à terra e aos recursos naturais, sendo que um quarto de todas as mortes registradas (57) foram no Brasil. Cerca de 80% destes crimes aconteceram na Amazônia e estão associados principalmente a conflitos causados pelo agronegócio, pela mineração e exploração ilegal de madeira.
Para o agronegócio crescer, as florestas (e as pessoas que delas dependem) devem desaparecer para dar espaço à essa expansão. O Brasil registrou um aumento de 9% na emissão de gases do efeito estufa entre 2015 e 2016, segundo estudo do Observatório do Clima (OC) e o agronegócio é apontado como o principal responsável por este aumento, contabilizando 74% do total no período. Em outras palavras, se fosse um país, o agronegócio brasileiro seria o oitavo maior poluidor do mundo.
Esse é o reflexo de um modelo de desenvolvimento cruel e excludente, que não se reflete em benefícios econômicos, sociais e ambientais para as pessoas que estão no chão da floresta e dependem da saúde desses ecossistemas para garantir a reprodução de seu modo de vida. De acordo com o relatório, “ao invés de tomar medidas para acabar com os ataques contra os defensores, o presidente Michel Temer e os legisladores brasileiros estão ativamente enfraquecendo as leis e as instituições destinadas a proteger os direitos à terra e os povos indígenas. Ao mesmo tempo, eles decidiram tornar mais fácil para as grandes empresas – aparentemente imperturbáveis pelo devastador custo humano e ambiental de suas atividades – intensificarem a exploração de ecossistemas frágeis”.
Os ataques à agenda socioambiental não são recentes no Brasil, mas o enfraquecimento dos sistemas de proteção do meio ambiente e dos direitos humanos cresce exponencialmente desde que Michel Temer assumiu a cadeira da presidência e, consequentemente, a bancada ruralista passou a integrar o centro do poder. De maneira autoritária, por meio de medidas provisórias, decretos e outros atos desprovidos de debates com a população, os avanços socioambientais conquistados pelo Brasil nas últimas décadas – incluindo os garantidos pela Constituição – vêm sendo sumariamente desmantelados.
Ação em frente ao Congresso Nacional pede Paz na Floresta
Pacote de retrocesso do governo cria o ambiente perfeito para os massacres e a impunidade. © Lucas Sobral / Greenpeace
O pacote de retrocessos patrocinado pelo governo Temer inclui a redução e extinção de áreas protegidas; paralisação das demarcações de terras indígenas, quilombolas e da reforma agrária; enfraquecimento do licenciamento ambiental, ataque à soberania e aprofundamento da insegurança alimentar e nutricional; tentativas de desregulamentação e liberação de agrotóxicos ainda mais agressivos à saúde da população e ao meio ambiente; venda de terras para estrangeiros; anistia a crimes ambientais e as dívidas do agronegócio; legalização da grilagem de terras; supressão de direitos de mulheres, de povos e comunidade tradicionais, populações camponesas, trabalhadores e trabalhadoras rurais e urbanos; e liberação de áreas de floresta para a exploração mineral. O pacote de maldades não se concretiza somente na flexibilização da legislação, mas também no sucateamento e no corte de recursos de instituições que poderiam e deveriam apoiar os povos indígenas, prevenir conflitos de terra e proteger os defensores dos direitos humanos, como, por exemplo, a Funai, o Ibama e o ICMBio.
Esta conjuntura permite que casos como o Massacre de Colniza, que deixou nove mortos em um crime brutal motivado pela cobiça de madeireiros e grileiros pelos recursos existentes na região de Taquaruçú do Norte, distrito do município de Colniza, no início de 2017, e o  Massacre de Pau D’arco, onde dez trabalhadores rurais foram executados por policiais civis e militares por lutar pela regularização de uma faixa de terra, encontrem um ambiente propício para acontecer.
“Essas pessoas são a ponta de flecha no combate às mudanças climáticas, conservação da natureza, na defesa da democracia e dos direitos humanos. Mas vemos que, hoje em dia, todos aqueles que ousam questionar ou colocar em xeque o modelo são vistos como ameaça ao projeto hegemônico, que devem ser eliminados a qualquer custo”, observa Carolina Marçal, da campanha Amazônia do Greenpeace. “A omissão do Estado brasileiro, que permite o avanço da violência e ao mesmo tempo em que protagoniza a imposição de uma agenda que viola os direitos dos mais pobres,  nos conduz a uma espécie de terrorismo de Estado, via a criminalização dos movimentos sociais que resistem a tais violações”, completa.
Segundo o relatório, existe uma tendência mundial de aumento da criminalização dessas defensoras e defensores ao redor do globo. Eles são frequentemente considerados criminosos, enfrentando acusações falsas e processos civis agressivos apresentados por governos e companhias com o objetivo de silenciá-los. No Brasil essa realidade não é diferente. A política ruralista do atual governo coloca sobre Michel Temer e o Congresso Nacional uma responsabilidade pessoal e histórica sobre as vítimas desse processo.

Greenpeace Brasil de cara nova: conheça nosso novo site voltado à mobilização

por Greenpeace Brasil

Bem-vindo ao novo Greenpeace.org.br! É com grande satisfação que apresentamos a todas e todos os nossos apoiadores o nosso novo site, totalmente reformulado, mais moderno, bonito e com muito mais interatividade e possibilidades de atuação conosco em nossas campanhas, na luta por um futuro mais verde e justo.
Esta nova plataforma, criada de forma aberta e colaborativa junto com uma comunidade de desenvolvedores, também traz mais mais transparência ao nosso trabalho, é inclusiva e centrada nas nossas comunidades de apoiadores, sejam eles doadores, voluntários, cyberativistas e todos que querem interagir com a gente. O Brasil é o sexto país a adotar o novo site do Greenpeace, seguido da Grécia, Canadá, Índia, Nova Zelândia, Holanda e nosso escritório no Oriente Médio.
Nosso endereço mudou, dessa vez estamos no greenpeace.org/brasil e você já pode favoritar. O conteúdo segue trazendo toda a profundidade e urgência de nossas campanhas. E nossa comunidade se mantém unida dentro do novo site, inspirada pelos relatos e histórias de nossos apoiadores, e um passo-a-passo claro sobre como atuar com o Greenpeace.

O que mudou então?


Todo o resto mudou. Simplificamos os tópicos em nossa página inicial para facilitar a sua navegação. Agora, você pode conhecer mais sobre nossas ações e campanhas em “Explore” e saber como agir em “Participe“. A ideia é criar um ambiente agradável para permitir que cada visitante acesse o conteúdo que procura com mais agilidade, além de descobrir outros temas relacionados e como se mobilizar por alguma causa.
Guilherme Munhoz, coordenador do time de Soluções Digitais
Guilherme Munhoz, coordenador do time de Soluções Digitais © Caio Paganotti / Greenpeace
Quem não poderia estar mais feliz com o lançamento é o nosso coordenador de Soluções Digitais, Guilherme Munhoz, que passou meses trabalhando na implantação do novo site com nossa equipe. Para ele, o novo portal vai possibilitar uma navegação mais adaptada e atualizada com os hábitos dos usuários de internet. “Hoje em dia, as pessoas navegam muito pelo celular, muitas vezes em deslocamento. O novo site funciona em qualquer dispositivo e tamanho de tela, possibilita o compartilhamento rápido em redes sociais, além de ser mais leve e mais bonito, para chamar a atenção dos visitantes”, explica.
Com o novo formato, ficou muito mais fácil explorar os temas em que atuamos, acessar os relatórios e pesquisas que guiam nossas campanhas, e os registros de nossas mobilizações.
Para quem procura se engajar com a gente, a página de cada campanha oferece, através de passos simples e graduais, o que você pode fazer para somar na defesa dos Corais da Amazônia, na aprovação do PL do Desmatamento Zero, na luta dos Munduruku contra a construção de hidrelétricas, e muito mais. E você pode compartilhar tudo que gostar com apenas um clique!
O acesso para a plataforma O Bugio, que permite que qualquer um crie sua própria campanha, também está mais visível e dentro de nossos passos de mobilização. “O novo site do Greenpeace Brasil é focado em ação, em trazer as pessoas mais para perto da Organização e oferecer diferentes formas de aprofundar o engajamento com a gente. Ser um agente de mudança ficou ainda mais fácil e dinâmico”, diz o nosso coordenador de Desenvolvimento de Comunidades, Rafael Fernandes.
A elaboração do site aproximou a equipe do Greenpeace dos visitantes. “A estratégia foi desenhada a partir do usuário. O site é pensado para que todas as páginas apresentem uma maneira de atuar. Não é um portal apenas para se informar, mas também te dá meios de agir. Pensando num mundo de mobilização digital, isso é uma ferramenta importante”, complementa Guilherme.

Você não vai perder nada!

Todas as nossas campanhas, reportagens, relatórios, releases para imprensa e os textos que compõe o blog do Greenpeace continuam por aqui, tanto os mais antigos que fazem a história destes 26 anos no Brasil, quanto os novos conteúdos, que já são produzidos a partir do novo layout. E melhor, com ferramentas de busca muito mais rápidas e eficientes.

Você pode navegar a partir de um dos tópicos que abordamos, das campanhas que realizamos ou até mesmo de elementos mais específicos de atuação dentro dessas esferas.
A divisão de temas ficou muito mais simples. Separamos em quatro frentes principais:
  • Proteja a Natureza: aqui você encontra todas as nossas campanhas e relatórios relacionados à florestas, oceanos, biodiversidade, entre outros.
  • Transforme a Sociedade: essa seção é dedicada para todos aqueles que, assim como nós, se mobilizam pela mudança. O tópico também abrange nossas campanhas por energias renováveis, contra o aquecimento global e por cidades mais humanas.
  • Inspire Ativismo: sabemos que para conseguir alcançar as mudanças esperadas, é preciso muita dedicação e qualquer atitude conta. Por isso, este espaço serve para que você se inspire com as histórias de nossos voluntários e parceiros.
  • Navios: as três embarcações do Greenpeace não param de rodar os oceanos do planeta buscando conscientizar a população global e promovendo pesquisas e ações relacionadas às nossas campanhas e frentes de atuação. Aqui, você descobre tudo o que está rolando com o Rainbow Warrior, Arctic Sunrise e Esperanza.

Encurtamos a distância com nossos voluntários e apoiadores!

Para quem tem sede de mudança e quer se organizar em sua própria comunidade, a plataforma Greenwire segue oferecendo todo o suporte para que os voluntários do Greenpeace possam trocar experiências, organizar ações, enviar sugestões para nossas campanhas e muito mais.

Mas a mobilização não para por aí! Qualquer visitante também vai encontrar facilmente as instruções de nossa equipe para criar sua própria campanha, através da plataforma O Bugio, levar nossas ideias e conceitos para a sua escola ou organizar oficinas e ações de conscientização em sua cidade.
Também reformulamos nosso canal de comunicação com a imprensa, facilitando o trabalho de jornalistas e simplificando o acesso aos nossos press releases, contatos e imagens para divulgação.
Para quem ainda não conhece o Greenpeace e nosso histórico de atuação no Brasil, as páginas de apresentação da organização, de nossos valores e da política de comunidade que orientam nossas ações, foram reformuladas com imagens e vídeos para que você possa nos conhecer e saber mais sobre nossos outros escritórios e campanhas ao redor do mundo.
Agora que você já sabe como funciona, sinta-se à vontade em nossa nova casa! Navegue, compartilhe e, principalmente, dê sua opinião sobre o que achou, usando o botão de feedback disponível em todo o site.

Seus comentários são tão importantes pra gente que criamos uma ferramenta onde você pode avaliar o que gostou, o que podia ser melhor, e indicar qualquer problema que encontrar no site. Afinal, o objetivo de tudo isso é nos unir ainda mais na defesa do nosso planeta.

“Sou ativista dentro da minha casa”

por Tiago Batista

 

 

Me chamo Luiza, nasci e morei muitos anos na roça, onde meu pai trabalhava e tirava o sustento de nossa família. Lembro como se fosse hoje, quando peguei alguns panfletos na escola que falavam sobre defensivos agrícolas, fui correndo pra casa, ansiosa para falar com meus pai e desmascarar o que ele e todos chamavam de “remédio”. Acredita que chamavam de benfeitores dos alimentos? Foi aí que, mesmo sendo criança, comecei a olhar para a natureza com outros olhos. Nesta situação o máximo que consegui foi fazer todos usarem máscaras de proteção, mas essa reflexão me fez redobrar a atenção para as questões da natureza.
Eu e minha filha Gabriela corremos a beira Rio Três Henriques - Areias - São José - SC.
Eu e minha filha Gabriela corremos a beira Rio Três Henriques – Areias – São José – SC.
Na comunidade onde eu morava, aprendemos a fazer a fossa séptica para a privada e assim evitávamos a contaminação das águas.
Vim estudar em Florianópolis em 86, entrei pra polícia e quando estava perto de me aposentar iniciei a faculdade de gestão ambiental. Descobri um absurdo atrás do outro, vocês sabiam que no fundo do mar tem contêineres de produtos radioativos? Diante disso, dos poderosos não posso fazer muita coisa, mas na minha casa e em meu ciclo eu posso e faço:
  • Faz tempo que não carrego sacolas de plásticos do mercado. Levo sempre uma sacola de pano dentro da minha bolsa.
    O lixo diário separo em três há muitos anos, tipo 20 anos. O recolhimento do reciclado passa duas vezes por semana. E o lixo que vai pro aterro da minha casa é pouco. Noto que é umas dez vezes menor do que meus vizinhos. Um dia o gari gritou: “cadê o lixo dessa casa?”
  • Tenho uma horta e pomar num terreno de esquina, que é minha relíquia, agora que a terra está rica com o lixo orgânico, estou um pouco triste, pois apareceram os caramujos africanos.
  • As pilhas, que são poucas, mas tem, levo de volta na loja e a medicação vencida levo no posto de saúde. Lixo eletrônico levo num posto de recolhimento.
  • A água. Nunca uso água direto da torneira pra limpar a casa e calçadas, sempre faço reutilização da água que sai da máquina que lavou roupas. Tenho poucas plantas em vasos, mas sempre procuro colocar água da chuva pra regar, também pra evitar o cloro. E o jardim e horta normalmente chove por aqui.
  • O que comemos mais aqui em casa é peixe. Mas quase todo fim de semana churrasco, vou diminuir isso.
  • Ando sempre a pé ou de bicicleta por aqui, é até 10 km vou andando ou correndo, em deslocamento maior vou de carro, ia de carro todos os dias pro serviço, me aposentei, agora pretendo vender e andar de transporte coletivo.
  • Fazem anos que não compro roupas, bolsas e até calçados, uso o que as minhas filhas não querem mais, meu lema quanto a isso: a moda não me incomoda.
  • Quanto a torneiras, luzes e TV, muitas brigas fiz e raivas passei. Cansei de tanto falar e desligar tudo, a ignorância chega a doer meu coração. Até com o lixo, depois de todos esses anos, ainda vou atrás catando e consertando o que é feito de errado por aqui. Uma luta diária.
  • Hoje mesmo prestei socorro a um homem que estava cortando pasto num terreno da prefeitura em frente a minha casa e cortou um dedo da mão, profundo o corte, um copo, disse ele. Quanta ignorância, ainda jogam vidro quebrado nos terrenos e rios…
Ouvi falar que reciclar é ruim porque é necessário gastar muita água… Mas penso que pra fabricar também se gasta. E aonde vamos colocar as montanhas de lixo?
Gosto muito dos e-mails de vocês, não me sinto uma carta fora do baralho. Tenha uma bela jornada na luta por um mundo melhor pra nós e nossos descendentes!
Um fraterno abraço,
Que Deus nos dê sabedoria.
Luiza, 53 anos, aposentada e doadora do Greenpeace.

Tuesday, July 24, 2018

Pelo direito à livre manifestação

O Greenpeace Brasil se une àqueles que pedem respeito ao direito à liberdade de expressão e de protesto.

A condenação dos 23 manifestantes que participaram dos protestos de 2013 e 2014 no Rio de Janeiro, na semana passada, acendeu mais um alerta de que o Brasil tem dado passos largos na direção do autoritarismo. Trinta anos após garantirmos o direito à livre manifestação na Constituição de 1988, voltamos a viver um período dramático de criminalização dos movimentos sociais.
Depois de quatro anos sendo investigados e processados, os 23 ativistas foram condenados a até sete anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de associação criminosa e corrupção de menores. Trata-se de uma sentença arbitrária, com o objetivo de calar aqueles que denunciam as injustiças em nosso país.
Protestar não é crime! Esses 23 manifestantes foram às ruas assim como outras centenas de milhares de pessoas por todo o Brasil, para protestar contra a corrupção, o aumento das tarifas de transporte público, o enorme gasto público com eventos internacionais como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, entre outras demandas. Lamentavelmente, a resposta às manifestações chegou através de uma brutal repressão policial, com uso indiscriminado de gás lacrimogêneo, cassetetes e balas de borracha, deixando muita gente ferida. Na ocasião, diversos manifestantes foram presos sem que houvesse provas de seu envolvimento em atividades criminosas.
Organizações que lutam pelo direito à liberdade de expressão, como a Artigo 19, repudiam a condenação dos 23 ativistas. Para a Artigo 19, "a decisão reforça a tese de que o Judiciário, ao lado do Legislativo e do Executivo, tem agido de forma sistemática para reprimir e criminalizar o direito de protesto no Brasil nos últimos anos".
O Greenpeace Brasil se une àqueles que pedem respeito ao direito à liberdade de expressão e de protesto!

Saturday, July 21, 2018

“Você não quer respirar veneno, quer respirar outro tipo de ar, mas não tem nenhum”

Relatório da Human Rights Watch mostra as histórias dramáticas por trás de um modelo agrícola que envenena cada vez mais o Brasil.
“Eu ainda estava perto da minha casa quando o avião veio jogando por cima do eucalipto e o vento trouxe os agrotóxicos para mim. Eu fiquei molhada com o produto e tive que voltar para casa e tomar outro banho. Fui para a escola e comecei a sentir uma dor de cabeça, nariz ardendo, coceira, formigando. O avião estava jogando do lado da escola e o vento trazia para a escola. (...) As crianças, entre 4 e 7 anos, reclamavam que suas gengivas e olhos estavam ardendo. Eu os liberei por volta das 9 da manhã e mandei um bilhete para os pais dizendo que não teríamos aulas enquanto eles estivessem pulverizando ainda.” (depoimento de Marelaine, 20 anos, professora, para o relatório da Human Rights Watch)

Aratiri, 9 anos, vive exposto a veneno em comunidade indígena no Mato Grosso do Sul. (Foto: Marizilda Cruppe/ Human Rights Watch)

Ao longo dos últimos meses, temos vivido uma luta árdua dentro do Congresso Nacional contra o desmonte da Lei de Agrotóxicos (Lei 7.802/1989). Esse desmonte é proposto pelo chamado Pacote do Veneno (PL 6.299/2002), que se aprovado resultará invariavelmente em mais agrotóxicos no Brasil.
Desde que lançou sua campanha de Agricultura & Alimentação, o Greenpeace Brasil vem lutando muito pela democratização da alimentação saudável e sem veneno, junto a uma rede de organizações comprometidas com essa causa. Viemos construindo e disponibilizando desde então uma base sólida de informações para que todos possam formar suas opiniões e pressionar, junto às suas comunidades, os governantes que têm a obrigação de elaborar políticas públicas voltadas para o bem-estar e saúde da população. Afinal, alimentação adequada e saudável é um direito de todos, não um privilégio de poucos.
Infelizmente, os impactos negativos dos agrotóxicos vão muito além do nosso prato. Eles começam no campo. Relatório que a Human Rights Watch acaba de lançar mostra, de maneira assustadora, problemas decorrentes da exposição aos agrotóxicos em sete diferentes regiões do Brasil. A organização entrevistou mais de 100 pessoas, entre afetados por aplicações de veneno e especialistas da área.
A pesquisa da Human Rights Watch, intitulada “Você não quer mais respirar veneno”, deixa claro que, além das graves questões de saúde relacionadas às intoxicações, os agrotóxicos violam gravemente os direitos humanos e são responsáveis por parte da violência no campo. Em 2017, por exemplo, um padre que tentava banir a pulverização de agrotóxicos no município de Boa Esperança, no Espírito Santo, recebeu mensagens ameaçadoras de produtores rurais, dizendo que ele “não duraria até dezembro”.
Sem saída
Nesse contexto de opressão no campo, parece impossível para as pessoas que vivem próximas às plantações, como comunidades rurais, indígenas e quilombolas, encontrarem uma saída. “Você sente um amargor na garganta. Você não quer respirar mais veneno, você quer respirar outro tipo de ar, mas não tem nenhum”, relata Jakaira, 40 anos, uma das vítimas de intoxicação por pulverização terrestre de agrotóxicos, em entrevista para a pesquisa. 
Além de mostrar casos de intoxicação aguda, o relatório da Human Rights Watch apresenta preocupações com a exposição crônica aos agrotóxicos – aquela que é repetida a doses baixas por um período prolongado. Esse tipo de exposição é comumente associado a problemas como infertilidade, malformação fetal e câncer.
O estudo recém-publicado traz recomendações importantes, que devem ser levadas a sério pelos nossos governantes. A principal delas é que o Brasil precisa urgentemente adotar medidas para limitar a exposição não somente dos consumidores, como também das pessoas que moram, estudam ou trabalham perto de áreas que recebem aplicação dessas substâncias.
Apesar de os dados do pesquisa reforçarem a ideia de que a exposição e intoxicação por agrotóxicos ainda é um tema à margem na agenda de formuladores de políticas públicas, lentamente essa situação vai mudando! Nossa luta contra o Pacote do Veneno veio para mostrar que nós queremos uma agricultura mais justa pra quem planta e para quem come, e comida saudável acessível para brasileiras e brasileiros. A Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA) indica às autoridades públicas um caminho nessa direção. Nossos governantes precisam trabalhar em favor da sociedade!
Clique aqui para acessar o relatório da Human Rights Watch.

Wednesday, July 18, 2018

Um campo de batalha no prato dos brasileiros

Ruralistas colocaram a saúde do país em xeque: vamos mesmo seguir um futuro cheio de agrotóxicos? A sociedade diz que não.

A PNaRA é a esperança de uma agricultura sustentável (Foto: © Peter Caton / Greenpeace)
Em maio, em meio à polêmica gerada pelo Projeto de Lei 6299/2002, conhecido como Pacote do Veneno, finalmente foi desengavetada a instalação de uma Comissão Especial para analisar a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA) - PL 6670/2016. Desde a sua instalação, a Comissão Especial, presidida pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) e com relatoria do deputado Nilto Tatto (PT-SP), tem seguido um rumo bem diferente da comissão ruralista que defende a liberação de mais agrotóxicos. Resultado direto da pressão da sociedade, a PNaRA é um antídoto contra o Pacote do Veneno e representa a esperança de uma agricultura sustentável e justa, que garanta a saúde e a segurança alimentar da população brasileira.
Foi iniciado em junho o primeiro ciclo de audiências públicas para debater as razões pelas quais não precisamos de ainda mais pesticidas, o porquê da urgência de trilharmos um caminho alternativo e quais os primeiros passos a serem tomados. A Comissão Especial da PNaRA fez um gol de placa ao dar voz aos órgãos de saúde, de meio ambiente e a outros atores que foram excluídos da discussão sobre o Pacote do Veneno ou que não tiveram seu posicionamento levado em consideração.
Durante as quatro audiências promovidas até agora, também foram ouvidos pesquisadores de instituições renomadas e organizações do campo e da sociedade civil, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Via Campesina e o Greenpeace, entre outras. Nas audiências já foram debatidos importantes temas como:
- necessidade e urgência de uma política de redução de agrotóxicos no Brasil;
- impactos dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente;
- viabilidade econômica dos sistemas agroecológicos;
- segurança alimentar;
- custos socioambientais do modelo agrícola dominante;
- problemas gerados pela desoneração de impostos para agrotóxicos.
Frankenstein tóxico
Na contramão das necessidades e dos desejos da maioria da população, os ruralistas vêm fazendo, nos últimos meses, uma grande ofensiva pró veneno no país. A Comissão Especial que analisa o Pacote do Veneno aprovou o parecer do deputado Luiz Nishimori (PR-PR), que afrouxa o uso e liberação de agrotóxicos, incluindo alguns comprovadamente cancerígenos, que, invariavelmente, irão parar no prato de todos os brasileiros. Ou seja, além de graves impactos ambientais, coloca em risco o bem estar, a saúde e a segurança alimentar da população.
Capitaneada pela deputada Teresa Cristina (DEM-MS) e com maioria ruralista, a Comissão Especial não encontrou terreno livre. ONU, Ibama, Instituto Nacional do Câncer, Anvisa e Fiocruz foram algumas das instituições que emitiram notas técnicas e posicionamentos, tornando públicas suas preocupações com o PL. Mais de 320 organizações que trabalham com temas relacionados também assinaram manifesto contestando o Pacote do Veneno. O engajamento da sociedade civil ganhou força e chefs de cozinha e outros formadores de opinião apoiaram a causa. Uma enquete no próprio site da Câmara mostrou que mais de 90% dos participantes não querem o PL, e a plataforma coletiva "Chega de Agrotóxicos" conseguiu até agora mais de 1,5 milhão de assinaturas.
Os ruralistas, no entanto, deixaram evidente para quem estão governando. Depois de diversas tentativas sem sucesso, em reunião convocada a portas fechadas, a presidente da sessão pilotou o trator ruralista e o texto foi aprovado com placar de 18 votos a favor e 9 contra (confira detalhes da votação aqui). Esses parlamentares passaram o bastão do veneno ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que decidirá se coloca ou não o PL em votação no plenário. Maia, em meio à imensa onda contrária ao projeto, se manifestou dizendo que nada seria feito antes de um amplo debate com a sociedade - etapa ignorada pela Comissão Especial do Veneno.
Precisamos continuar pressionando para que o projeto seja rejeitado em plenário. Os próximos meses nos trazem o desafio das eleições e temos a oportunidade de mandar nosso recado através das urnas: Chega de Agrotóxicos!
Assine a petição #ChegadeAgrotóxicos e faça parte dessa luta!

É dia de defender as florestas

No Dia de Proteção das Florestas, lembramos das pessoas que colocam a vida em risco diariamente para protegê-las

Floresta na bacia do Rio Tapajós, no Pará. (© Valdemir Cunha / Greenpeace)
Há uma lenda do folclore brasileiro que fala sobre uma espécie de duende, com olhos e cabelo cor-de-fogo, que se esconde na floresta e costuma pregar peças em quem entra na mata com a intenção de destruí-la ou de caçar seus animais. Esse personagem é conhecido como Curupira e no dia 17 de julho comemora-se o seu dia.
Não por coincidência, esta também é a data em que se celebra o Dia de Proteção às Florestas no Brasil. Por isso, nesse dia, nada mais justo que falar dos “Curupiras da vida real,” que aqui ou do outro lado do mundo, colocam a vida em jogo diariamente para proteger nossas florestas.

De acordo com a organização Global Witness, em 2017 o Brasil liderou, pelo quinto ano consecutivo, o ranking de países mais perigosos do mundo para quem luta defendendo suas terras, florestas e rios. Foram 49 mortes envolvendo esses defensores. Não está fácil ser curupira nos dias de hoje!
Mas existem muitas pessoas que, mesmo diante de todas as dificuldades, escolhem fazê-lo. Como é o caso dos agricultores extrativistas que conhecemos em Rondônia no final do ano passado, que colocam a vida em risco para proteger a floresta de madeireiros ilegais.

No Greenpeace, temos orgulho de dizer que somos um grande grupo de curupiras. Aqui no Brasil, enfrentamos atualmente uma das maiores ofensivas políticas contra o meio ambiente e os direitos humanos já vistas no país.  Na Rússia, brigadistas enfrentam todos os anos os perigos do combate ao fogo na floresta boreal. Na indonésia, ativistas vêm investigando e expondo a destrutiva cadeia de produção do óleo de palma.
Nos Estados Unidos, uma grande empresa madeireira tentou calar nossas denúncias sobre suas práticas na floresta boreal com processos milionários, mas mostramos ao mundo – e à justiça – que nossas vozes são vitais. Enquanto nossos colegas da República Democrática do Congo se esforçam para atuar pela proteção da floresta da Bacia do Congo diante de uma realidade política brutal que coloca em risco toda uma teia de vida que depende da floresta para acontecer.
Mas somos muitos, muitos mais em todo o mundo. Em 2015, os curupiras de todo o Brasil mostraram sua força, em uma mobilização nacional pelo projeto que estabelece o fim do desmatamento no Brasil. E, com o apoio de todos, conseguimos levar ao Congresso uma proposta de lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero.
O curupira pode ser apenas uma lenda, mas os defensores das florestas são bem reais e a necessidade de protegermos estas riquezas também. Por isso, nesse dia, mostre que você se importa. Mobilize-se hoje e sempre pela proteção das florestas. Juntos, somos mais fortes.

Wednesday, July 11, 2018

Empresas pesqueiras se comprometem com a proteção da Antártida

Postado por Thaís Herrero

Grupo com as maiores empresas que pescam krill anunciaram que não vão mais atuar em grandes áreas do oceano Antártico. A pesca em grande escala do krill é uma das ameaças ao bem-estar das espécies de baleias e pinguins que vivem na região. 
Navio pesqueiro de krill, registrado na Antártida em março de 2018 durante uma expedição do Greenpeace à região. (Foto: © Paul Hilton / Greenpeace)

Uma notícia surpreendente e muito boa para a proteção da Antártida: A maior parte da indústria pesqueira do krill na região, se comprometeu a parar de atuar em grandes áreas no oceano Antártico e áreas identificadas como ecologicamente sensíveis. Isso inclui as proximidades de colônias de pinguins, onde eles se reproduzem e têm seus filhotes.

O krill é um minúsculo crustáceo, muito importante para a vida marinha por ser o alimento de muitas espécies, como pinguins, focas e baleias. Atualmente, a pesca do krill em larga escala está ameaçando o bem-estar da vida marinha na Antártida. E controlar a sua expansão é uma das medidas que nossa campanha quer. A petição apoiando a criação do Santuário do Oceano Antártico já conta com 1,7 milhão de apoiadores.
As empresas que se comprometeram a parar a pesca do krill no oceano Antártico fazem parte da Associação de Pesca Responsável de Krill (ARK, da sigla em inglês) e representam 85% de toda a indústria pesqueira na região. Elas também afirmaram que vão apoiar a criação do Santuários do Oceano Antártico – que poderá ser a maior área protegida na Terra.
A notícia do apoio das empresas pesqueiras de krill à proteção do oceano Antártico foi anunciada em um evento do Greenpeace em Cambridge, no Reino Unido. Segundo Kristine Hartmann, porta-voz da maior empresa de pesca de krill do mundo, “o comprometimento é importante para mostrar que é possível a coexistência de áreas livre de pesca e áreas de pesca sustentável”.

Retrocessos ambientais de Temer podem comprometer meta climática do Brasil

Barganhas políticas entre governo e ruralistas estimulam o desmatamento e colocam em risco o compromisso do país com a redução de emissões
“Em troca de apoio político, o governo brasileiro está sinalizando aos proprietários de terras que aumentem o desmatamento, colocando em risco a contribuição do país para o Acordo de Paris”. Essa é a principal conclusão do estudo conduzido por Roberto Schaeffer, Alexandre Szklo e outros cientistas brasileiros, publicado na Nature Climate Change esta semana.

Temer durante cerimônia de lançamento do Plano Agro+. Foto: Beto Barata/PR
Flexibilização do licenciamento ambiental no Brasil, retirada de direitos indígenas e quilombolas, projeto de lei para a liberação de ainda mais veneno no prato do brasileiro e diminuição de áreas de conservação na Amazônia são alguns exemplos de políticas que podem ter impacto direto nas mudanças climáticas.

Para os cientistas, políticas de proteção da floresta e de seus povos originários são essenciais para que o Brasil cumpra acordos de redução de emissões firmados internacionalmente. A contribuição brasileira ao Acordo de Paris não será alcançada com políticas regressivas como as que esse governo e seus aliados ruralistas no Congresso têm se prestado a colocar em pauta.

No estudo foram utilizados modelos de avaliação integrados (MAIs) para explorar cenários de emissão de carbono especificamente projetados para o Brasil. No cenário mais provável, outros setores da economia teriam de pagar a conta para compensar o carbono emitido na área florestal: seria preciso desembolsar cerca de US$ 2 trilhões para aplicar tecnologias - ainda imaturas ou não testadas - para zerar suas emissões.


O estudo enfatiza a importância de alternativas para o uso de combustíveis fósseis no transporte para reduzir as emissões de gases de efeito estufa do Brasil. Carros elétricos, principalmente, e biocombustíveis devem ser alternativas para o futuro. Mesmo assim, essas opções não serão suficientes se não houver a contenção do desmatamento e regras para uma agropecuária mais sustentável para o planeta e saudável para as pessoas.

As políticas de proteção e direitos estão sendo desmontadas nesse governo possuem consequências negativas na qualidade de vida e no futuro das próximas gerações. Secas frequentes com quebra de safras, inundações e aumento do nível do mar em cidades costeiras são o desdobramento da destruição das florestas brasileiras e dos povos que a habitam. O que acontece no Congresso e no governo para beneficiar um pequeno grupo do agronegócio possui consequências que podem ser irreversíveis para o planeta e para todos nós.
Confira aqui o artigo completo em inglês.